O ano de 2022 foi tomado de eventualidades das quais impactaram diretamente a economia brasileira, como a guerra na Ucrânia, eleições presidenciais, copa do mundo fora de época e a retomada das atividades presenciais como um todo. Apesar do contexto turbulento, o Brasil obteve mais de 3,3 milhões de companhias abertas no ano passado, totalizando um saldo positivo de 1,9 milhão de CNPJs, segundo dados do painel Mapa de Empresas, levantamento do Governo Federal. Nessa conjuntura, fica nítido como houve um aumento no número de indivíduos em seus próprios negócios. Sendo assim, compreenda como ficar atento às tendências é fundamental para sobreviver a esse meio.
O empreendimento pelo Brasil
Conforme o painel citado, em São Paulo, a quantidade de startups do último ano foi de 1.067.658, havendo um recorte de 75% para MEIs (microempreendedores individuais), o equivalente a mais de 806 mil CNPJs. Para 2023, a previsão é de ser mantida a parcela majoritária de investidores nesse formato, assim como tem acontecido ultimamente. Logo, a procura por capital ou condições de contrair crédito é constante para quem busca expandir as negociações.
Nesse sentido, percebemos como o comportamento dos negócios tem passado por mudanças no território nacional. "As situações adversas, como guerra, novo governo, pandemia e etc. não vão impedir novas empresas de serem abertas, em todos os perfis. Porém, o número de MEIs deve permanecer maior, pois muitas pessoas poderão passar por dificuldades financeiras e precisar de uma renda superior, estimulando o empreendedorismo", comenta Rafael Barbosa, especialista em economia colaborativa.
Além disso, as vendas on-line no Brasil tiveram o maior crescimento da América Latina em 2022, de acordo com a Retail X. A pesquisa aponta a movimentação de aproximadamente 49,2 bilhões de dólares em receita, resultando no maior índice de tráfego digital para varejistas do território latino, com 84%. Em relação aos registros anteriores, houve um aumento de 8,1 bilhões de dólares.
Nesse cenário, as facilidades do home based são cada vez mais utilizadas pelos comerciantes, haja vista flexibilidade e significativa redução de gastos nessa modalidade. “Nos últimos anos, e impulsionado pela pandemia, a Internet se tornou o melhor lugar para empreender. Para o próximo período, não será diferente. Ela permanecerá em ascensão e será o ponto de atuação de muitos, pois hoje em dia estão visando a diminuição de custos, e nela não é necessário um grande investimento”, complementa Barbosa.
As mulheres no empreendedorismo
Consoante ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Brasil possui 30 milhões de empreendedoras e 85,6% delas gerenciam sozinhas a sua firma. Nessas condições, 42% dessas mulheres investem em divulgação, apesar da constatação de 95% não contratar profissionais para lidar com o marketing.
Ademais, o Instituto Rede Mulher Empreendedora (RME) aponta como a maioria das novas donas de estabelecimento possuem entre 22 e 35 anos. Dentre os setores de foco, estão o de alimentação, beleza, estética e moda. Nesses casos, o melhor caminho a ser seguido é o da delimitação do segmento no qual se pretende atuar, pois esse é um fator determinante para traçar metas e obter resultados.
Desse modo, é notório como as vantagens desse modelo de comércio podem ser muito bem aproveitadas se alinhadas com um pensamento estratégico. “Mulheres decididas em abrir seu próprio negócio têm a oportunidade de se libertar financeiramente, geograficamente e do horário de trabalho padronizado, flexibilizando outras demandas no dia a dia”, explica Isabele Moreira, especialista em negócios femininos.
Como começar a empreender?
Segundo o relatório MindMiners, a tendência pelo empreendedorismo em 2023 é certa, tendo em vista como 47% dos entrevistados estabeleceram metas profissionais para o próximo ano e como 27% almejam a troca de emprego. Para quem planeja transformar esse sonho em realidade, o início do ano pode ser a hora perfeita para tirar ideias do papel e colocá-las em prática. Assim sendo, elencamos alguns passos significativos a serem dados para sobreviver nesse meio. Confira!
O planejamento não pode faltar: é fundamental definir os problemas a serem resolvidos pelo seu negócio, o tom da marca e as soluções oferecidas. Também deve ser estabelecido quais produtos e serviços serão trabalhados ao longo do ano e como eles chegarão até os clientes. “É preciso evitar o modismo porque isso pode se tornar um problema quando não há estrutura para oferecer um bom produto ou serviço. Como o indivíduo vai dedicar boa parte do seu tempo à organização, é necessário gostar do ramo no qual trabalha”, pontua Isabele.
Definir datas é importante: dispor de um cronograma é essencial para a visualização do andamento do estabelecimento, além de auxiliar na estruturação das vendas e na organização de campanhas sazonais, ofertas e lançamentos.
Invista no autocuidado: boa parte do seu tempo será dedicado ao negócio e cuidar de si mesmo para continuar ouvindo sua intuição e colocando em prática, de maneira saudável, sua criatividade. Rotinas de leitura, meditação, ioga, atividades para a mente e o corpo e hobbies proporcionadoras de lazer são primordiais nesse processo.
Não deixe de estabelecer metas: ter em mente o seu objetivo de vendas por mês, retirada mensal e crescimento da equipe dão vantagens para minimizar erros e ajustar mudanças no plano inicial. “Mesmo quem não tem uma profissão pode operar pela Internet da própria casa, se aperfeiçoar aos poucos e crescer sua autoridade no decorrer do processo”, ressalta a especialista.
Revisar planos nunca é demais: no decorrer dos anos, faça diferentes pausas para avaliar para onde sua entidade está caminhando. Essa análise pode ser realizada no fim de uma campanha de vendas ou após o lançamento de um produto/serviço e serve para fazer ajustes e recalcular objetivos.
Torna-se evidente, portanto, a relevância de acompanhar as tendências e analisar a projeção delas no futuro. Por essa razão, é extremamente necessário pensar em como as soluções techs podem atender as demandas atuais do mercado. Afinal, a descoberta de novas ferramentas é primordial para usufruir de mais clareza na administração de negociações.
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