Nesse período de férias estudantis é normal postergar os afazeres para outro instante. No entanto, quando essa ação se torna recorrente, ela pode ser um problema para o seu desenvolvimento. Denominado como procrastinação, o ato de deixar as coisas para executar depois é um comportamento comum na rotina, seja no estágio, aprendizagem, na universidade e com demais compromissos. Porém, é essencial converter essa atitude antes dela se tornar um hábito. Então veja, nesta matéria, como planejar a sua rotina para evitar o estado de sobrecarregamento e ser assertivo em suas tarefas.
O tédio é o maior incentivador da procrastinação
Atualmente, estamos cercados pelas ferramentas da era digital e novos modelos de consumo. Dentro das mídias sociais, por exemplo, encontramos estímulos rápidos para o nosso cérebro, os conteúdos são postados com limite de três minutos em função de prender a nossa atenção pontualmente. No entanto, ficar preso a esse padrão tem o poder de corromper um instante o qual exige um foco mais duradouro. Ou seja, trabalhar ou estudar, mesmo se considerada uma tarefa simples, acaba sendo vista como um longo período de esforço. Então é comum substituirmos o nosso objetivo por outras ações mais prazerosas e, assim, deixando as coisas para serem entregues no prazo limite.
Para comprovar essa questão, o maior tempo gasto no dia a dia das pessoas é com a imersão nos dispositivos móveis, como o celular. Duas pesquisas feitas pelo próprio Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) apontam como essa relação com os smartphones preenche a rotina dos entrevistados. Uma delas questiona quais atividades tomam a maior parte das horas do dia e, do total de 6.267 participantes, 57,78% disseram ser a navegação na Internet.
A próxima investigação, realizada com uma amostra de 28.470 respondentes, perguntava quanto tempo era possível ficar afastado do aparelho eletrônico. Para 31,42% no máximo, um final de semana prolongado, 27,70% admitiu conseguir permanecer muito, pois ele não faz falta e poderia até parar de usar, 27,14% aguentaria somente até 24 horas. Em contrapartida uma menor parcela, 10,58% acredita ser impossível ficar mais de seis horas distante e, apenas, 3,16% acha difícil se afastar por mais de 30 minutos.
O estado de procrastinação está mais relacionado com a gestão das emoções se comparado com a organização do tempo. “As atividades colocadas de lado geram alguma emoção negativa: podem ser chatas, difíceis ou despertam em nós o terrível medo do fracasso”, comenta a coach executiva, Caroline Marcon. Segundo a especialista, a forma encontrada pelos indivíduos para evitar esses sentimentos é recorrer aos pequenos prazeres hedonistas, dos tempos atuais: navegar à deriva nas redes sociais, “maratonar” séries no Netflix ou até mesmo "assaltar" a geladeira.
Quais são os efeitos da procrastinação a longo prazo?
Conforme Caroline ressalta, a situação pode ser agravada quando esses pequenos prazeres, em longo prazo, são bastante nocivos para o nosso desenvolvimento em vários âmbitos. “Mesmo proporcionando uma melhoria instantânea no humor, a procrastinação, por comprometer objetivos mais arrojados, tende a desencadear ansiedade, culpa e dar início ao estresse", destaca.
Os efeitos citados, têm uma grande presença no ambiente empresarial e sem o devido cuidado, elas possuem o potencial para se transformar em quadro de Síndrome de Burnout. Um levantamento da International Stress Management Association (Isma) mostra o Brasil como o segundo país com mais casos relacionados a esse diagnóstico. O número supera países como Estados Unidos e Alemanha. Sendo assim, ele fica atrás apenas do Japão. A doença acomete 30% de 100 milhões de trabalhadores no país, de acordo com pesquisa da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
Afinal, as pessoas realmente procrastinam?
A partir da pergunta: “Você tem o hábito de procrastinar?”, o Nube tem outro levantamento para identificar como essa atitude é presente no perfil dos candidatos. A avaliação contou 20.782 respondentes e os resultados se dividiram, onde 49,41% não possuem, pois sempre se planejam e entregam tudo antecipadamente, 41,50% têm um pouco, mas no fim, cumpre com todas as obrigações. Em contrapartida, outros entrevistados apresentam um grande problema com isso, 6,01% contêm esse costume e justifica se distrair com facilidade e muitas vezes não consegue alcançar os objetivos, por fim, apenas 3,07% deixam todas as tarefas para entregar no último instante.
Saiba como enfrentar esse mau hábito
A neurocientista, Thais Faria Coelho, dá quatro dicas para enfrentar essa situação e cumprir com todas as missões estabelecidas sem alongar os prazos, pressão ou ansiedade:
Defina “mini metas”: elas devem ser desenvolvidas com muita clareza, ou seja, é importante determinar uma data de início e de término, pois isso evita a procrastinação. “A neurociência recomenda para todo início de ciclo o ideal é dividir a meta em mini conquistas. Então, a cada etapa concluída será ativado no cérebro o sistema de recompensa. Isso em explicações médicas, vai gerar mais ocitocina e gaba, além de reduzir a produção de endorfina e cortisol, as quais aumentam a produção da célula da ansiedade.” explica Thais.
Identifique os ladrões de atenção: isso se refere aos itens responsáveis por tirar o nosso foco das atribuições, como redes sociais, algum cômodo da sua casa, as interrupções específicas durante o dia. Logo, é essencial identificá-los para tentar reverter esse cenário.
Utilize técnicas de concentração: cada um tem um “ritual” de concentração, mas existem técnicas, como a pomodoro, reconhecidas como fortemente eficientes. A sua premissa é estabelecer um período de foco e um menor para descansar, como 30 minutos de estudo e cinco de intervalo.
Trabalhe o pote da gratidão: essa técnica é para educar a mente para reconhecer as coisas positivas ocorridas durante o dia. Então escreva à mão os itens pelos quais você é grato e guarde em um local para abrir no final do ano.
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