Dentro das metas de ano novo, muitas pessoas pretendem cuidar da saúde mental. Nesse sentido, as organizações têm grande participação e influência na conclusão desse objetivo. Isso porque, o ofício – seja ele um estágio, programa de aprendizagem ou cargo efetivo – exige dedicação, motivação, além de ser onde passamos a maior parte do tempo. Portanto, manter um ambiente a favor desse zelo é fundamental para contribuir com o seu colaborador. Então veja, nesta matéria, como construir um ecossistema laboral saudável.
A Síndrome de Burnout é definida como uma doença ocupacional
A Síndrome foi classificada como uma doença ocupacional pela OMS (Organização Mundial da Saúde), somente no começo do ano passado, apesar de a definição ser novidade, os sintomas já atingem a sociedade há um tempo. O período pandêmico vivenciado no início de 2020, foi um grande responsável por acarretar o aparecimento desses problemas.
Durante esse momento, de acordo com um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 47,3% dos trabalhadores apresentaram sintomas de ansiedade e depressão. Desse total, 27,4% possuem os dois distúrbios ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% abusaram do consumo de bebidas alcoólicas, 42,9% tiveram mudanças nos hábitos de sono e 30,9% foram diagnosticados ou precisaram tratar de doenças mentais em 2020. Em suma, tudo isso contribuiu para o aparecimento do Burnout.
Existem outros dados relevantes para as companhias se atentarem: segundo uma pesquisa da Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse no Brasil (Isma-BR), 30% dos profissionais brasileiros sofrem com a adversidade. Ademais, de acordo com especialistas, se o crescimento da síndrome continuar na mesma proporção, daqui a 20 ou 30 anos, ela poderá se tornar uma epidemia. Nessa mesma linha de análise, conforme a OMS, no Brasil 11,5 milhões de pessoas sofrem com depressão e até 2030 essa será a doença mais comum no país.
Qual é a preocupação das organizações perante esse cenário?
Entre os 491 profissionais entrevistados pela The School Of Life e a Robert Half, 60,97% deles sentiram o aumento do nível de preocupação com relação ao bem-estar e à saúde mental da equipe. Ainda assim, uma parcela (10,68%) dizem não ver esse cuidado com o tema e 37,86% dos respondentes não sentem ter liberdade para expor seus sentimentos e emoções nesse ambiente. “Trata-se de um assunto o qual merece atenção além do Recursos Humanos, por parte dos nomes. É preciso observar possíveis fatores contribuintes para o surgimento da síndrome e assim, evitá-los, reestruturando processos com o objetivo de priorizar a estabilidade emocional do time”, completa Francisco Pereira, Diretor de RH da Intelligenza IT.
Como identificar a doença antes de um estado extremo?
Junto com o levantamento anterior, a instituição indicou os sintomas mais frequentes entre os trabalhadores. Em suma, eles são: cansaço físico e mental constantes (67%), ansiedade (65%), dificuldade de concentração e baixa autoestima (51%), mudança brusca de humor e irritabilidade em excesso (45%). “O empregador precisa entender como está a dinâmica de seu ambiente, para conseguir manter seus funcionários produzindo e rendendo de forma saudável. Metas e prazos apertados sempre vão existir, mas é mais fácil flexibilizar ao esgotar os funcionários, podendo causar até mesmo um afastamento por conta da síndrome”, elucida Silvia Zoffmann, psicóloga da Televita.
Algumas atitudes podem reduzir as chances de instaurar esse quadro em sua companhia
Ao começar pela atitude da população, o relatório divulgado pela MindMiners, mostrou como esse quesito é um dos principais planos para este ano. Esse objetivo fica atrás, somente, do foco financeiro, o qual é a prioridade de 54% dos respondentes, logo atrás ficou a saúde física 50% e a mental 49%. Então, para estimular e colocar essa vontade em prática, as corporações podem exercer um papel fundamental. Afinal, essa questão as afeta diretamente. Então, a especialista Silvia, elenca quatro atitudes para fomentar com as equipes:
Autonomia nas demandas de trabalho: ofereça um ambiente de confiança, onde o trabalhador possa organizar suas demandas de acordo com a sua carga horária. Dessa forma, cada um consegue fazer suas entregas, sem a sensação de pressão constante vinda de seus superiores.
Ademais, um questionamento do próprio Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), sobre quais razões aumentam a sua ansiedade no local laboral, 33,85%, respondeu ser quando perde tempo em uma mesma atividade, semelhante a esse número, 31,02% alegou ser o acúmulo de funções das outras pessoas.
Entenda a importância do descanso: sabe a famosa pausa para o cafézinho no meio da tarde? Ela pode ser uma grande aliada dos funcionários para arejar as ideias e recarregar as energias para seguir adiante. Por isso, é essencial alertar os funcionários como é necessário fazer pequenas pausas ao longo das horas de concentração. Sendo também da responsabilidade dos superiores avisá-los de todos esses momentos.
Seja empático: a prática da escuta empática precisa ser mais difundida dentro das empresas. A vida dos funcionários não se resume apenas à carga horária e muitas pessoas podem ter fatores externos interferindo no expediente. Logo, é preciso saber ouvir e entender o momento de cada um e, assim, evitar tornar a situação uma bola de neve.
Forneça recursos de apoio psicológico: é essencial entender as necessidades de cada funcionário e saber como apenas conversas e o acolhimento interno não são eficientes. Oferecer algum recurso voltado à segurança psicológica pode trazer muitos benefícios tanto para o empregado, quanto para o empregador. Em algumas situações, é possível até diminuir os casos de afastamento por esgotamento, por de fato, existir um acompanhamento profissional. Neste cenário, a terapia on-line cumpre um importante papel.
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