Nos dias atuais, as mudanças na sociedade acontecem de uma hora para outra e, por isso, as empresas devem ficar ligadas para não serem ultrapassadas. A cada ano, surgem novas tendências, comportamentos, objetivos e desejos na população. Sendo assim, os executivos precisam estar atentos para um 2023 de excelência.
A retenção de talentos será um grande obstáculo
A pandemia e os novos formatos de trabalho trouxeram diversas dificuldades para as corporações de todos os portes e segmentos. Um dos principais foi oferecer uma boa experiência ao colaborador, tanto nas jornadas presenciais, quanto remota e híbrida. Prova disso é a nova edição do Guia Salarial 2023, da Robert Half, com as perspectivas para o mercado no próximo ano. Agora, o protagonismo está com o profissional, não mais com o empresário.
Nesse sentido, atualmente, a maior missão é encontrar a pessoa certa para cada vaga. Então, a maioria dos recrutadores (68%) considera a busca e retenção desses talentos como a atividade mais desafiadora dos próximos meses. Por isso, 76% dos entrevistados estão preocupados com o tema.
A contratação e chegada de novos integrantes pode ser uma etapa desafiadora a todos os envolvidos. De um lado, estão as equipes à espera de contribuições importantes dos novatos. De outro, quem está se ambientando, normalmente com muita energia e empolgação para agregar resultados. Para essa relação se estabelecer com equilíbrio e transparência, a aplicação de um onboarding pode fazer muita diferença.
Segundo a diretora executiva da Gentrop, Alline Antóquio, a humanização desse processo é a grande chave para o sucesso de sua efetivação. “Vivemos grandes mudanças nos últimos anos. Boa parte das companhias embarcaram de vez na transformação digital e aderiram a ecossistemas de inovação repletos de soluções. Entretanto, não basta apenas investir na parte tecnológica. O indivíduo deve se sentir de fato inserido, integrado e apto a entregar todas as tarefas inerentes de sua nova função”, explica.
Nesse sentido, a executiva evidencia as funcionalidades de algumas plataformas. “Ferramentas como o Google Cloud Plataform e Google Workspace reúnem todos os dados do negócio em nuvem e permitem a comunicação e acesso às informações e documentos necessários para as atividades do dia a dia. Conexões, feedbacks e treinamentos constantes e em tempo real têm contribuições imensas, permitindo um profundo alinhamento com a cultura organizacional”, pontua a diretora.
O fator humano cada vez mais valorizado
A Gartner realizou um levantamento e identificou as cinco principais prioridades para o setor de RH em 2023. “Será necessário gerenciar investimentos em pessoas e tecnologia, cultivar uma cultura positiva e priorizar a experiência do time”, ressalta a gerente geral de Recursos Humanos da NEO, Keilly Monteiro. Os próximos tempos exigirão estratégias para a retenção do grupo para 42% dos gestores ouvidos. Ou seja, é preciso proporcionar aos membros os aspectos desejados por eles.
A eficácia por parte do líder e do gerente foi apontada por 60%. De acordo com o relatório, existirão barreiras emocionais impedindo de construir compromissos ou minando a assertividade. As pessoas não querem ser apenas um número para as organizações e, ao mesmo tempo, estão cada vez menos afeitos às alterações. Para lidar com essa resistência 53% dos respondentes querem desenvolver habilidades.
Tirar essas ações do papel será o caminho certeiro para criar internamente as trajetórias mais adequadas. Trata-se de uma tarefa complexa, pois as opções de carreira atuais são menos visíveis devido à redução do período médio nos escritórios. Ainda, para 50% das instituições, a competição por sujeitos capacitados aumentará consideravelmente nos próximos seis meses, independentemente das condições macroeconômicas. “Em outras palavras, deve-se priorizar as táticas de recrutamento para se alinharem às necessidades do negócio, planejando vários cenários em potencial e, assim, tomar decisões com segurança”, acrescenta Keilly.
O engajamento se torna fundamental para 2023
O comprometimento emocional e funcional, chamado de engajamento, é a chave para impactar positivamente na fidelização de clientes (10%), produtividade (22%) e lucratividade (21%), conforme os dados do State of the Global Workplace 2022 Report. “A virada do ano sempre vem carregada de expectativas. Por isso existe a necessidade de definir metas e apresentar as estratégias do local, assim como os desafios e resultados”, explica a gerente de RH da Howden Brasil, Tatiana de Moraes Pereira.
Ainda de acordo com a especialista, essa prática vem do alinhamento com a cultura e os direcionamentos do local. “Com objetivos de crescimento agressivos e o desafio de contratar membros para isso, a transparência e a comunicação clara do nosso propósito são as principais ferramentas para essa nova fase”, explica.
Muitas vezes falta clareza sobre o cenário e isso reflete em incertezas para todos os envolvidos. “O simples fato de ouvir as pessoas e atuar em temas corretos cria um elo de confiança. É possível levar para a diretoria as reclamações e sugestões de melhorias quando a empresa adota uma política de abertura”, elucida Tatiana.
O treinamento especializado também é uma forma de empoderar o grupo e desenvolver competências para atingir outros patamares. Oferecer ferramentas de qualidade é outro ponto determinante. Trabalhadores capacitados são mais propensos a recomendar o empreendimento aos conhecidos, segundo a“Pesquisa Global de Esperanças e Medos da Força de Trabalho”, da PwC.
Quanto às ações práticas de engajamento, a executiva esclarece: “os cidadãos são movidos por desafios e reconhecimento. Essas atitudes geram o sentimento de pertencimento e motivação diária. Promover disputas saudáveis e premiar a equipe são alternativas interessantes”, destaca a gerente de RH.
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