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A tendência é a flexibilização, sabia? 

Notícia | 29/11/2022

Ana Clara Lima

Os anos se passam e uma coisa é sempre certa: as transformações só aumentam. Não apenas no mundo tecnológico, como também no convívio social, novos hábitos e costumes são notados por toda parte. Mesmo existindo aqueles indivíduos ou organizações mais resistentes às constantes mudanças, atualmente é praticamente impossível não se render a certas facilidades. Assim como a tradição tem o seu valor e muitos optam por mantê-la, inúmeras ideias podem chegar para agregar ao invés de simplesmente substituir o velho. Como as demais esferas da vida, o ambiente de trabalho, juntamente de seus integrantes mais recentes, está inserido em uma realidade completamente diferente da antiga, se atualizando e adaptando a diversos aspectos antes inimagináveis. Sendo assim, compreenda como esse local está aberto ao novo e quais são os maiores anseios e desafios a serem enfrentados pela frente. 

As perspectivas da interconexão 

Os computadores e a Internet já estavam na rotina das pessoas há muito tempo. Desde a normalização do uso de tais recursos, uma grande parcela mundial aproveita-se da oportunidade de quebrar as barreiras físicas e consegue realizar suas trocas de qualquer lugar do globo. Embora esse já fosse um comportamento previsto, a pandemia da Covid-19 fez esse cenário deixar de ser opcional e forçou a sua concretização, pois invadiu tanto o âmbito dos estudos quanto do serviço. Desde então, todos os grupos da sociedade passaram a ter uma nova visão sobre os seus objetivos diários e metas futuras. 

De acordo com a pesquisa The Great Resignation, realizada pelo Talenses Group, as imposições ocorridas em 2020 no período pandêmico vieram para ficar. Quando analisadas as diferenças dos dados levantados entre as edições de 2019 e 2022, foi possível observar como os motivos de atração e retenção foram alterados entre o pré e pós-crise. Dentre os principais fatores citados pelos entrevistados, a necessidade da flexibilidade foi unânime entre as frações participantes, englobando gêneros, cargos e gerações distintas. 

Nesse contexto, a suscetiva falta de identificação dos trabalhadores com as suas empregadoras demonstrou a indispensabilidade de repensar a maneira como as companhias lidam com as demandas do seu quadro. “Essa tendência, inicialmente manifestada nos Estados Unidos, já está sendo experimentada no Brasil. A ‘grande renúncia’ é um alerta às lideranças para identificar em quais pontos as pessoas estão insatisfeitas, tanto no espaço de atuação quanto no modo de vida levado, e buscar soluções para a atração e retenção”, comenta Luiz Valente, CEO do Talenses Group. 

Desse modo, fica evidente como o teletrabalho, turbinado pelo isolamento social, intensificou questões já existentes como estresse, ansiedade e depressão. Outro ponto de destaque nessa época foi o aumento da produtividade nesse regime, quesito esse extremamente positivo para as corporações. Enquanto isso, também, há ganhos para o colaborador nos parâmetros de tempo e conforto, tendo em vista a indispensabilidade de se locomover e a possibilidade de atuar no aconchego do próprio lar. Embora tenha sido uma modalidade emergencial a princípio, seus impactos são inegáveis na retomada das atividades. 

A nova geração e as tecnologias são aliadas!

Mais uma vez, consoante a The Great Resignation,  71,9% dos participantes estão ativos no mercado e os 28,1% restantes se encontram desempregados. Mesmo assim, 78,5% deles ainda estão à procura de novas oportunidades e somente 21,5% não possuem esse interesse. Nesse sentido, é nítida a insatisfação de uma expressiva porção dos profissionais, demonstrando a primordialidade das organizações reterem os seus talentos. 

Nessa conjuntura, é essencial desenvolver uma cultura organizacional acolhedora e diversa desde o processo seletivo até o dia a dia daquele funcionário. A partir de uma familiarização com tais valores, todos se sentem mais motivados e engajados. “Melhorar o entendimento das preferências dos candidatos ao aceitar uma proposta e dos contribuintes para se manterem engajados é fundamental para uma economia próspera. Ainda mais quando, paradoxalmente, o Brasil assiste a uma taxa de desemprego bastante elevada, mesmo com resultado positivo na geração de empregos formais”, pontua Paul Ferreira, vice-diretor do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (NEOP). 

Ademais, com as modificações trazidas pela crise sanitária, não podemos deixar de pontuar a chegada de uma nova geração no mercado laboral. Definitivamente, os impactos desse público repleto de energia e vontade de construir novidades, além de agregar ideias revolucionárias aos métodos antigos já podem ser sentidos. Inclusive, conforme o Great Place to Work, as gerações Y (millenials) e Z já representam um total de 60% da força laboral do mundo. Confira aqui o ranking das prioridades multigeracionais na qual as empresas precisam saber gerenciar.

  • Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1965): se sentir reconhecido (a) por seus serviços; cultura organizacional; se sentir desafiado (a) pela proposta oferecida; 
  • Geração X (nascidos entre 1966 e 1979): salário + bônus; se sentir reconhecido (a) por seus serviços; perspectiva de crescimento na carreira; 
  • Geração Y (nascidos entre 1980 e 2000): salário + bônus; perspectiva de crescimento na carreira; se sentir reconhecido (a) por seus serviços; 
  • Geração Z (nascidos a partir de 2001): perspectiva de crescimento na carreira; se sentir reconhecido (a) por seus serviços; salário + bônus.

Assim sendo, é preciso encontrar o equilíbrio geracional para se quebrar paradigmas antigos e se mostrar aberto à tão desejada flexibilização da vida laboral. “Em particular, o desvelamento dessas preferências traz luz para a seguinte dinâmica entre os fatores atraentes e engajadores: as pessoas desejam entrar em um emprego com perspectiva de crescer/se desenvolver e, ao longo da jornada, querem se manter nesse cargo se forem devidamente reconhecidas pelo seu potencial”, finaliza Ferreira. 

Torna-se evidente, portanto, como as atualizações mercadológicas vieram para otimizar os negócios. Nos tempos atuais, assuntos como a qualidade de vida, jornadas flexíveis e saúde mental são o alvo de preocupação do povo. Por isso, a resiliência e adaptabilidade deve estar sempre em mente na hora de pensar tanto em resultados quanto no convívio coletivo. Afinal, esse tipo de conduta explora maneiras distintas de realizar os trâmites e organizar o funcionamento do ambiente de trabalho em geral. 

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