Em um mercado cada vez mais competitivo, quem não se destaca não chama a atenção. Isso vale tanto para pessoas em busca de uma oportunidade de emprego ou empresas com o sonho de se sobressair às demais. Assim, desenvolver a habilidade de pensar diferente, com criatividade e promoção de ideias inovadoras para sanar problemas e desenvolver novos projetos tem mais visibilidade. Apesar de ser uma crença comum enxergar essa capacidade como um “dom”, existem formas de aprimorá-la e a diversidade tem uma papel significativo. Entenda a ligação entre ambas e qual o diferencial em uní-las!
A relevância da criatividade no trabalho e como desenvolvê-la
De acordo com o relatório State of Create, 70% das pessoas vêem a originalidade no ambiente laboral fazendo deles profissionais melhores, elevando, inclusive, em 78% a produtividade das equipes. Além disso, os autodenominados criativos têm renda 13% maior de quem afirma não deter essa competência. Só por esses números já dá para se ter uma ideia da importância do âmbito para as companhias se tornarem competitivas e alcançarem o sucesso. Existem, então, determinadas ações para incentivar esse processo. Decoração colorida, pufes, jogos e outros itens lúdicos nos escritórios tem sido um estereótipo desse objetivo, aliviando as tensões da rotina com estratégias de descontração. Contudo, existem outras formas de alcançar essa meta.
Para Uranio Bonoldi, escritor e especialista em carreira e tomadas de decisão, é interessante os executivos manterem a si próprios com as ideias arejadas, de modo a criar um ambiente onde esse pensamento seja valorizado. “É recomendável aos executivos descansarem, terem rotinas saudáveis para a mente e para o corpo, e mantenham hobbies não relacionados com o trabalho. Informem-se sobre o mundo como um todo, consumam diferentes formas de arte”. É válido ainda observar outros tipos de negócios, analisando como as pessoas “fazem acontecer” em campos distintos ao seu. “Muitas das ideias surgem de forma espontânea, intuitiva, não programada, a partir de hábitos aos quais temos fora do expediente”, afirma. Logo, é possível estimular essa habilidade de cognição de muitas maneiras.
Como exemplo, o especialista cita o ocorrido com o próprio filho ao ingressar no meio corporativo. “Ele me confidenciou uma situação em uma das entrevistas de emprego,onde foi indagado sobre seus afazeres nas horas de lazer. Respondeu: ler, colecionar revistas em quadrinhos e jogar Pokémon. Surpreso, perguntei ao meu filho: “Sério?! Você disse jogar Pokémon para o seu, talvez, futuro chefe?” Com a maior naturalidade ele disse sim e seu hoje líder ficou entusiasmado, pois também jogava! Ambos, após sua contratação, foram inúmeras vezes “caçar” Pokémons e discutir negócios juntos. Um hobby nada relacionado com os negócios se tornou um elo saudável para o ambiente de trabalho”, conta.
Dessa forma, vemos como, além do espaço físico como contribuinte, essa capacidade vem da cultura da entidade em relação a valorização. “O exemplo sempre vem de cima. Quando o empreendedor busca ser mais criativo e mostra como faz, começará a influenciar os demais a serem também. O líder pode estimular sua equipe a frequentar peças de teatro, assistir a filmes, a ir em mostras de cinema, ler artigos e livros variados sobre outros setores ou até temas ficcionais”, pontua Bonoldi.
Outro aspecto essencial é dar abertura para os colaboradores contribuírem com suas ideias sem o receio de serem julgados. “Estamos todos sujeitos a falhas, a apresentar uma ideia para nós genial, mas não para outras pessoas. O próprio executivo não pode ter medo de pensar diferente”, diz o escritor. “É importante os colaboradores se sentirem seguros, confiantes, porque acreditam no gestor para ouvir e dar um feedback honesto, bem humorado, mesmo negativo, sem impedir novas ideias de surjirem”, aponta.
Todavia, uma atenção e cuidado redobrado com o ego é sempre uma ótima escolha. “Não tente ser você o mais ou o único inovador, valorizando apenas as próprias ideias e rechaçando quem contribuir para o desenvolvimento dos negócios. É necessário abrir mão da vaidade, muitas vezes vem atrelada à criatividade. Quando o objetivo é o bom desenvolvimento dos negócios, as ideias devem ser sempre valorizadas, e está aí, o Pokémon, não me deixa mentir”, finaliza.
A diversidade ligada à criatividade
Dados da consultoria americana McKinsey, apontam, cada vez mais, as empresas valorizando e adotando a multiplicidade em seus propósitos, consequentemente, apresentando melhor performance financeira. As na linha de frente com a variedade étnica e racial são 35% mais propensas a obter retornos econômicos acima da média nacional em seus setores de atuação. Segundo pesquisa da PwC Brasil, empregados, clientes e investidores exigem cada vez mais das corporações uma atuação pautada em valores modelo de equidade e inclusão. Exigência a qual tem sido correspondida, pois 76% das participantes do estudo afirmam ter o tema como prioridade. “A própria natureza nos ensina como a diversidade é essencial para a inovação e nos torna mais resistentes às intempéries e à concorrência. Esse é mais um fator essencial de uma cultura de modernização e totalmente relevante, inclusive quando olhamos para o desempenho financeiro da organização”, comenta Alexandre Quinze, executivo de Tecnologia da Informação da Vedacit, co-founder e CEO da Trutec.
“Ao analisar apenas sob o aspecto da diversidade regional, percebemos mais de 75% das pessoas vindas de origens alheias à localidade da fundação da sede. Em se analisando as cidades natais, temos menos da metade dos indivíduos oriundos do Sudeste, cerca de 34% do Nordeste, 14% do Sul e 6% do Centro-Oeste”, examina Quinze sobre a cultura da Trutec.
Somada aos esforços de se montar um terreno democrático com gosto em testar, errar, iterar e acertar, a pluralidade ajuda com a resistência às intempéries da concorrência, das mudanças de mercado ou mesmo de crises econômicas. Isso porque, um grupo formado por personalidades de diversas realidades, religiões, costumes, crenças, etnias, etc, apresenta visões e perspectivas distintas de um mesmo item. Assim sendo, constituir uma equipe baseada neste pilar resulta em um incentivo a singularidade de pensamentos e ideias, aos quais levam a um ambiente criativo. “Sábio é quem ouve os ensinamentos da natureza: sejamos apaixonados pela diversidade, essa é uma questão de evolução e perseverança”, finaliza o empreendedor
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