Quais foram os seus planos nos últimos dois finais de semana? Para mais de 2,4 milhões de pessoas, espalhadas pelo país, a resposta converge no esforço de virar as páginas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Se você compareceu e se debruçou, por mais de dez horas, em frente às provas, saiba de uma coisa: essa experiência já tem data de validade. Em outras palavras, tanto o Ensino Médio, quanto sua principal avaliação apresentam-se em processo de transformação. Quer saber como essas mudanças podem contribuir para o sucesso acadêmico de milhões de jovens? Acompanhe a matéria a seguir e confira!
Implementação do novo modelo
O início deste ano foi marcado por uma significativa alteração na educação nacional. Após duas décadas e meia estagnado, sob o mesmo formato, o Ensino Médio passou por alterações significativas. O intuito geral foi aliar-se à contemporaneidade e engajar melhor os jovens quanto ao aprendizado. O modelo tradicional foi marcado por um excesso de aulas expositivas, as quais excluíam o aluno do centro do debate. Esse afastamento retira, naturalmente, uma parcela do ânimo dessa garotada. Com a popularização de conteúdos, cada vez mais rápidos, curtos e dinâmicos, esse fenômeno foi intensificado. A sociedade líquida, apontada por Zygmunt Bauman, encontrou seu ápice, agora, na era do TikTok.
A fim de capturar a atenção dos discentes com maior eficiência, clamou-se pela implementação de um novo formato de magistério. O objetivo, portanto, foi estreitar os laços com os jovens e resgatar uma conexão perdida. A partir da reforma proposta pela Lei nº 13.415/2017, alterou-se, de maneira obrigatória e oficial em todo o Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Dessa forma, o código pôde entrar em vigor no início de 2022 e já apresentar os primeiros sintomas.
Problemas do antigo Ensino Médio
As diretrizes do antigo modelo de ensino já não compactuavam com o exigido pela sociedade digital. No entanto, essa desatualização quanto ao ritmo, conteúdo e postura não eram os únicos empecilhos vigentes ao esquema. O lado humano e emocional dos estudantes, raramente, também eram levados em conta. Esse desprezo pelo desenvolvimento de habilidades comportamentais não se alinha às exigências do mercado de trabalho, o qual se atenta, cada vez mais, às chamadas soft skills. Por desconsiderar as particularidades e bem-estar, o planejamento de aulas deixava de atingir seu máximo potencial. Todos, forçosamente, realizavam a mesma grade horária, a qual desestimulava o interesse de grande parte da turma.
Além da falta de apreço pelo lecionando, como pessoa, outros dois fundamentos foram responsáveis por motivar a transição: evasão e desempenho. Afinal, esse é o segmento da educação básica com o maior número de desistências. “Apesar das questões socioeconômicas, essa evasão atinge até mesmo aquele aluno com a possibilidade real de ir à escola. Isso acontece quando o indivíduo comparece às aulas, mas deixa somente o seu corpo presente. É como se, mentalmente, ele não estivesse presente. No meu ponto de vista, trata-se de uma fuga a qual não consegue ser mensurada, senão pelo desempenho, o qual, inclusive, demonstrou um índice baixíssimo”, ressalta o coordenador do Ensino Médio do Sistema Anglo, Henrique Braga.
Logo, o intuito por trás da mudança é o de transformar a escola em um espaço mais interessante a esse jovem, imaginariamente, ausente. Trata-se de uma missão com o objetivo de potencializar a atratividade da docência. Somente assim, será possível fornecer uma melhor preparação a todos. “A perspectiva é observar as próximas classes chegarem ao terceiro ano com um maior engajamento. Um currículo capaz de olhar para o aluno e colocá-lo como prioridade é muito mais provocativo - no lado bom da palavra. Dessa forma, chegamos ao final do colégio já mais animados para o futuro“, ressalta o estudante, Daniel Mendonça.
Mudanças do novo formato
A nova medida procura sanar boa parte das problemáticas levantadas. Todavia, sua principal novidade é a flexibilização das grades. Desde janeiro, passou-se a ter um núcleo comum, chamado de formação geral básica (FBG), o qual deve ser cursado durante os três anos de ensino, por todos os alunos, independentemente de suas preferências. “Essa parte se assemelha ao antigo, pois é ali onde se localizam as áreas do conhecimento e, por consequência, as matérias. No entanto, busca-se pela integração entre diferentes ramos do saber. Conhecida como interdisciplinaridade, trata-se de uma habilidade muito requisitada por grandes vestibulares, como é o caso da Fuvest”, ressalta Braga.
Somados ao módulo padrão, estão os chamados itinerários formativos. De acordo com a legislação, os discentes devem selecionar, ao menos, duas opções dessas aulas eletivas. Dessa forma, estará na mão do educando a opção entre mesclar ou aprofundar em campos alternativos da ciência. Numericamente, a proporção entre FBG e as cadeiras complementares é de 60% e 40%, respectivamente. “Assim, abre-se ao graduando um leque de opções. A partir disso, ele pode escolher entre aplicar seus esforços ao mundo acadêmico ou direcionar-se para uma formação técnica, por exemplo”, destaca o diretor.
Alterações no Enem
Parte da política pública destinada a aperfeiçoar o Ensino Médio também pressupõe, desde 2017, uma transformação estrutural no Enem, com prazo previsto para a edição de 2024. Ou seja, quem ingressou, em 2022, no colegial irá realizar o exame, justamente, no período de renovação. A futura execução desse teste, ainda longínquo, será a comprovação - ou não - do casamento entre a nova metodologia de ensino e uma proposta avaliativa repaginada.
Quanto à estrutura, ela continuará dividida em dois momentos. No primeiro dia, será avaliado o desempenho do aluno em questões referentes à formação geral básica. Já no segundo, será examinado as informações apreendidas durante os itinerários formativos. Por conta da disparidade curricular dos candidatos, serão disponibilizados quatro modelos de prova. Cada um deles será responsável por juntar diferentes frentes do conhecimento a fim de dialogar com os cursos oferecidos pelas universidades do país. “Ainda é cedo para falarmos, de forma precisa, a respeito dessa variação de desempenho, porém algumas questões são perceptíveis desde o início. Resta-nos aguardar pelos próximos Exames Nacionais e averiguar a eficiência dessa modificação”, finaliza Braga.
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