As redes sociais são um fenômeno entre as pessoas, isso desde a popularização da Internet. Algumas nascem e outras são desativadas, mas nunca esquecidas por seus usuários. No entanto, não podemos negar a sua participação efetiva em nosso cotidiano. Dessa forma, a sua expansão também alcançou o mercado de trabalho de diversas formas, sendo um meio fundamental para alavancar o seu negócio, promover sua imagem e até mesmo conquistar uma vaga, seja ela de estágio, aprendizagem, CLT, as redes oferecem múltiplas alternativas de candidatura e especializações. Então, veja nesta matéria como usar esse recurso a seu favor no ambiente corporativo.
Muitas pessoas constroem sua imagem nas redes
Os denominados perfis são onde você encontra as informações disponibilizadas pelos usuários. Nessa área, é possível visualizar desde os dados pessoais, como escolaridade, status de relacionamento, data de aniversário e até a empresa para qual a pessoa trabalha. Além disso, também consegue observar as publicações feitas e compartilhadas, essas são responsáveis por construir a sua imagem dentro do universo on-line. Dessa forma, quem não conhece consegue associar seus gostos e outras especulações com base nos itens da timeline.
O número de indivíduos nesse ambiente é gigantesco, na atualidade é muito difícil se deparar com alguém fora dessa métrica. Assim, mesmo para quem não gosta de expor ou seguir a onda das postagens, consegue assumir a postura de observador e é reconhecido como low profile, nesse sentido, não é encontrado muitas noções sobre o utilizador. De acordo com a divulgação levantada pela Statista, banco internacional de estatísticas, até o final de 2021, o Brasil somava cerca de 159 milhões de pessoas acessando as mídias sociais diariamente. Indo ainda mais além, a previsão para o final de 2026, é o país acumular em média 184,76 milhões usuários, crescendo, então, pelo menos 16,18% de conexões nos próximos cinco anos, isso equivale a 87,09% da nossa população.
Outra pesquisa feita pela plataforma Cupom Válido, a qual reuniu os dados da Hootsuite e WeAreSocial, apontou o Brasil como o terceiro no mundo mais presente nas redes sociais. Além disso, a TIC Domicílios 2020, segundo o estudo das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) nas residências brasileiras, cerca de 81% dos sujeitos acima de dez anos de idade usam a internet. Os índices como esse, revelam o motivo das mídias terem se tornado formadoras de opinião e gostos para muitas pessoas.
Qual o papel das redes sociais no meio corporativo?
Para contratar um novo colaborador, preza-se muito por manter a imagem da empresa. Nesse sentido, a avaliação dos candidatos por todos os meios disponíveis pode ser um recurso válido. “Essa avaliação acaba dependendo de uma medida determinada para cada empresa, então depende. Algumas possuem sim o procedimento de avaliar as redes sociais dos candidatos antes da seleção, ou mesmo, ao longo do processo seletivo, mas, de maneira geral, o foco costuma ser em canais voltados para o trabalho, como o LinkedIn, embora algumas visualizem também as redes sociais pessoais, como o Facebook, instagram, entre outras. No entanto, geralmente, quando isso ocorre, o intuito é verificar a postura com a qual o candidato costuma se apresentar nesse meio”, revela Pamela de Almeida Santos, selecionadora do Nube.
Em consonância com o apontamento de Pamela, o próprio Núcleo Brasileiro de Estágios fez um questionamento: "As empresas podem acessar seu perfil nas redes sociais? com 2.415 respondentes, 35,20% afirmaram ser uma forma de melhorar a seleção, para 29,03% não, pois a vida pessoal é diferente da profissional, 20,99% disse depender dos objetivos dessa observação, já 8,20% permite justificando querer visibilidade e apenas, 6,54% não consentem e acreditam ser invasão de privacidade. “Eu não me sentiria incomodado caso checassem meus perfis on-line. Afinal, não compartilho nada considerado impróprio e nem tudo deixo em aberto, consigo limitar alguns conteúdos, também prezando pela minha reputação”, explica Wagner José Nascimento, estudante de ciências contábeis na Universidade Cidade de São Paulo (Unicid).
Apesar dessa ação ser uma alternativa, não deve restringir o seu movimento por receio. Isso porque o avaliador saberá considerar como uma “stalkeada” não define o seu comportamento e desempenho em uma companhia. “Atualmente, eu e minha gestora trocamos follow, ou seja, ambos se acompanham até nos meios mais informais. Mesmo assim, conseguimos diferenciar as posturas em cada local”, diz Nascimento.
Logicamente, as plataformas são uma opção para estabelecer e aumentar o reconhecimento do nome da organização. Ao considerar essa necessidade, a interação dos colaboradores acaba sendo bem-vinda e as regras quanto à exposição e rigidez na Internet sofre certa redução. Até porque, as novas Gerações já alcançaram a força de trabalho e fazem questão de valorizar esse recurso para se conectar com o local de prestatividade. Não só os funcionários, mas os clientes esperam fazer parte dos processos empresariais, conforme a investigação realizado pela MarketingSherpa, 95% dos adultos entre 18 e 34 anos seguem marcas e, apesar desse estudo ter sido realizado no mercado americano, essa realidade também é vista aqui no Brasil, onde milhares de brasileiros consomem digitalmente.
Afinal, como não comprometer minha imagem corporativa nas redes sociais?
Nem sempre existe uma regra, em primeiro caso, é importante evitar conectar a organização com o seu comportamento privado. “Certas atitudes são comprometedoras, ao postar foto com o crachá da empresa, por exemplo, ele será associado à conduta corporativa daquele meio. Logo, dependendo do conteúdo postado, pode repercutir de maneira negativa para os dois lados. Sendo assim, os candidatos com postura inadequada acabam perdendo sua vaga ou possível oportunidade. Por isso, é fundamental ter cuidado, principalmente sobre e dentro do ecossistema laboral”, finaliza Pamela.
O discente, Nascimento, entende essa associação, mas alerta sobre o fenômeno do compartilhamento. Hoje em dia, existem diversos vídeos mostrando a sua rotina de atribuições no escritório ou até mesmo do home office. Essa prática, em suma, pode ser benéfica para influenciar a relação de transparência com quem está do lado de fora, porém deve ser feita com permissão e cautela. “O cotidiano é algo presente mesmo na vida digital, nesse sentido, as horas de contribuição também marcam o período. Então, em algum instante essa vivência acaba sendo exposta com os seguidores da persona, acredito ser normal. Entretanto, não pode haver quebra com a privacidade, informações confidenciais ou dualidade de contexto, etc”, conclui o auxiliar administrativo.
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