A frase “trabalhe enquanto eles dormem” foi, por um tempo, usada como sinônimo de conquista do sucesso. No entanto, ela faz parte de uma cultura abusiva para alcançar os seus objetivos. Indo contra essa ideia, as indicações médicas comprovam os benefícios de ter uma boa noite de sono em qualquer circunstância. Então, principalmente para quem está em processo de desenvolvimento, seja na sua instituição de ensino, aprendizagem, estágio ou outras alternativas, o descanso correto pode ser seu aliado. Portanto, veja nesta matéria, a influência desse período no desempenho das atividades.
Uma noite mal dormida pode causar inúmeros problemas
A dose de cansaço no dia seguinte pode se tornar a menor das preocupações quando o assunto é dormir mal. Logo, fechar os olhos é um processo significativo para o bem estar físico e mental. Nesse sentido, o médico Neurologista, Dr. Manuel Cassou explica a sua definição: “Esse é um procedimento fisiológico natural em todos os seres humanos. Nele ocorre uma série de atividades neurológicas, hormonais, químicas e de sinalização elétrica. Elas reduzem a atividade de algumas regiões do córtex cerebral, responsáveis por nos manter acordados. Isso possibilita o nosso corpo a executar várias funções importantes durante aquele período onde estamos dormindo”, explica.
Em suma, o funcionamento correto do nosso organismo precisa desse instante de desligamento para fazer o seu procedimento de manutenção completo. Dessa forma, ao não prezar pelo instante de imersão, algumas doenças podem surgir ao longo da vida. Assim, as funções mentais, vasculares e outras ficam desreguladas e combinadas com demais situações de desgaste, como se manter ativo ao longo do dia, pode potencializar quadros de alterações de humor, redução na capacidade de memória e atenção, sonolência, – pode afetar outras atividade com alto grau de atenção como dirigir e trabalhar, diminuição do potencial de raciocínio lógico, desregulações hormonais, perda do controle do apetite, pressão alta, diabetes e aumento no risco de doenças cardiovasculares como AVC e infarto.
Apesar de todos esses riscos, a população brasileira tem alto índice de dificuldade em cumprir com o repouso necessário. Uma pesquisa recente da Associação Brasileira do Sono mostrou como 65% dos indivíduos relatam problemas durante o seu momento de descanso, um número alarmante. Isso reforça a necessidade de cuidarmos daquela condição na qual nosso corpo executa uma série de funções específicas e imprescindíveis para nos manter saudáveis, felizes e produtivos. Em outro levantamento realizado pelo próprio Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), apenas 9,77% de 22.579 respondentes buscam cuidar da saúde por meio de uma boa noite de quietude.
Afinal, como saber se você está dormindo o suficiente?
Nem todos conseguem seguir à risca as indicações de uma certa quantidade de horas, mesmo assim, existem outros indicadores para identificar a qualidade do descanso. “Podemos fazer uma avaliação a partir de dois aspectos, pela quantidade e qualidade. O principal sinal é a maneira como a pessoa levanta no dia seguinte: se ela desperta disposta, com vontade de estar acordada ou com o sentimento de ter passado uma noite revigorante, isso é um marcador positivo de saúde. Do contrário, quando ela acorda indisposta, bocejando excessivamente, apresentando períodos constantes de sonolência e manifestando vontade de se deitar em situações indevidas, esse é um indício negativo, pois ciclo foi ruim ou insuficiente”, alerta Cassou.
Os cálculos determinando o tempo a se dedicar nessa atribuição são feitos por idade. Assim, crianças e adolescentes apresentam uma maior necessidade, algo em torno das dez horas. Adultos, normalmente, demandam aproximadamente oito horas. Por fim, idosos precisam dormir menos: na maioria dos casos, seis a sete horas de repouso podem ser suficientes. De acordo com essa métrica, Ana Julia Grzyb (20), graduanda de ciência da computação expõe o seu critério de tempo para um bom adormecimento. “Eu avalio uma ótima noite quando consigo deitar, diretamente, no mínimo, oito horas”, diz.
Outra análise realizada pelo Nube, questionou quanto tempo de sono era considerado suficiente para os entrevistados estarem bem na próxima manhã. Para 48,86% com 7 a 8 horas é possível recuperar as energias, 41,15%, respondeu em média, 6 horas por noite. Já 8,50%, apontou a necessidade de pouco tempo para acordar renovado e, somente 1,49%, alegou no mínimo 10 horas. Porém, ainda tiram um cochilo no meio da tarde. “Nosso foco não deveria ser tanto na proporção de minutos utilizados pelo indivíduo, mas sim, na propriedade. Uma pessoa com esse hábito ruim, vai sentir mais cansaço comparado com quem se aproveitou de algumas horas a menos, mas alcançou um padrão satisfatório”, afirma o neurologista.
Estipular uma rotina pode salvar a qualidade do seu sono
Em nosso cotidiano estão inclusos comportamentos desfavoráveis para tornar o sossego proveitoso. Alguns estímulos, apesar de parecerem inofensivos tem uma grande carga como obstáculos para conquistar uma imersão profunda. Logo, evitar usar o smartphone, não deixar a TV ou o computador ligados, instruem o seu cérebro a desconectar das atribuições e parar de designar atenção. Além disso, a alimentação também tem certa influência no processo, bebidas energéticas como o café, comidas pesadas e doces podem ser prejudiciais quando consumidas em excesso ou muito tarde. “Sempre evito ambientes com muita luz e barulhos, outro costume é desligar o celular 30 minutos antes de repousar”, compartilha a estudante.
A preocupação e irregularidade do seu sistema é mais fácil de entrar nos eixos quanto parece. Por isso, o Dr. Cassou, ainda aponta uma maneira de superar essa dificuldade noturna. “Nossa mente é muito acostumada com repetições e gosta muito quando fazemos as mesmas coisas antes de adormecer. Nesse sentido, alguns hábitos como vestir o pijama sempre no mesmo intervalo de tempo antes de ir deitar, repetir rituais, usar roupas leves, dormir e acordar em horários padrão são ótimas dicas para melhorarmos esse quesito”, afirma o especialista.
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