Enfrentar a Covid-19 e suas consequências representou um desafio para toda a população. No entanto, o setor educacional foi um dos mais afetados. Pela falta de estrutura das instituições e das residências da maioria dos brasileiros, esse período foi bastante complicado. No entanto, assim como em qualquer situação de dificuldade, surgiram também soluções positivas e algumas permanecerão. Sendo assim, confira como está o cenário atual.
Os desafios dos educadores
Se adaptar à nova realidade é o principal objetivo dos educadores. Ao ficarem afastados das salas de aula, todos os envolvidos enfrentaram obstáculos para promover e se adequar ao aprendizado a distância, como alunos, mentores, pais e gestores. Em meio a tantas lições aprendidas, muitos aspectos ainda precisam de atenção, cuidado e aperfeiçoamento.
A pouca experiência para transportar o ensino presencial ao universo on-line, somada com a falta de suporte, trouxeram prejuízos significativos para o dia a dia de todos os participantes desse processo. De acordo com pesquisa da Secretaria da Educação e o Instituto Ayrton Senna, 70% dos discentes tiveram sintomas de depressão e ansiedade ao longo da pandemia. Junto a eles, cerca de 72% dos professores também relataram a saúde mental severamente afetada, segundo levantamento da Nova Escola.
O bem-estar de todos esses membros é fundamental para a construção de uma estrutura saudável. Por isso, é essencial identificar as principais mudanças sentidas por cada um para criar estratégias e oferecer alternativas para essas questões. Nesse sentido, os sócios-fundadores da Connecta Diálogos, Silvia Armada e Ricardo Hourani, destacam esses pontos:
Gestores Educacionais: considerados como o grande pilar da organização, precisaram tomar decisões duras nos últimos anos. Esses profissionais são determinantes para mediar o ecossistema, compreender as necessidades individuais, gerir a entidade de forma sustentável e apoiar todos os integrantes. Entretanto, pouco tem se debatido sobre a importância de um apoio para eles.
Professores: na linha de frente de todo esse processo, enfrentavam, há muito tempo, inúmeros obstáculos. Em meio ao isolamento social, a reinvenção de suas práticas foi mandatória. Precisaram buscar outros caminhos e ações alinhadas com a nova realidade. Afinal, ficou ainda mais claro como o modelo tradicional de ensino não atende as necessidades.
Pais: passaram a compreender com muito mais clareza o cotidiano dos filhos, criando uma relação de empatia. Com a volta ao ambiente físico, a manutenção desse vínculo será um dos pontos a serem preservados e fortalecidos. Nessa missão, abrir um canal de escuta, organizar encontros formativos e compartilhar experiências, são algumas das possíveis iniciativas.
Alunos: mesmo sendo o centro de todo o sistema, costumam ter opiniões e realidades pouco valorizadas. Seu protagonismo deve ser priorizado e, para isso, é necessário considerar o cenário atual, perfis de aprendizagem, uso de tecnologia, acesso à informação e o conhecimento, pois hoje estão na palma da mão.
Toda essa transformação deixou marcas na saúde mental dos jovens e, além de todos os desafios pedagógicos apresentados, o futuro também é uma questão a ser resolvida. Os integrantes dessa esfera devem criar ações, repensar os papéis de cada um e realizar uma reconstrução.
A realidade da educação brasileira
A cada triênio, estudantes de 15 anos de diversos países participam de um exame internacional de conhecimentos e competências em leitura, matemática e ciências, chamado Pisa. Em 2018, participaram 600 mil jovens de 79 nações. A avaliação é promovida pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE e inclui perguntas sobre disciplinas e situações com as quais não estão familiarizados.
Em matemática, os brasileiros (tanto da rede pública, quanto da privada) ficaram em 70º lugar dentre 78 concorrentes, atrás de Cazaquistão, Uruguai, Costa Rica, Peru e Jordânia, por exemplo. Em ciências, ficamos em 66º e, em leitura, na 57ª colocação.
As Nações Unidas estabeleceram 17 metas de desenvolvimento sustentável para 2030, relativas aos principais problemas socioambientais mundiais. “Um dos objetivos é garantir inclusão e qualidade para todos. Para isso, todos devem alcançar, no mínimo, o nível dois de proficiência do Pisa. De acordo com a OCDE, esse ainda não é um número suficiente para se tomar decisões comuns na vida pessoal e profissional, apenas para coisas extremamente básicas do cotidiano”, explica o CEO da Cloe, Fernando Shayer.
Para complicar ainda mais o quadro, estamos na revolução digital. “Muito rapidamente, as atividades profissionais passíveis de serem realizadas por máquinas serão automatizadas. Isso inclui, especialmente, tarefas mais repetitivas, sem necessidade de pensamento complexo, criatividade ou competências sócio-emocionais”, acrescenta o CEO. Sendo assim, os próximos estagiários e funcionários precisam se capacitar para as novas demandas do futuro e possuir habilidades mais avançadas.
De acordo com Shayer, educação é um tema complexo, cujos resultados aparecem no longo prazo, por meio de ações consistentes. “Isso inclui formação de docentes, modernização de práticas instrucionais, profissionalização da gestão e a alocação de recursos em infraestrutura física e digital. Algumas têm sido tomadas por poucos estados e municípios. De um jeito ou de outro, todas elas passam pela inovação”.
Entretanto, isso precisa ser feito o mais rápido possível. O crescimento acadêmico é indispensável para a economia, pelo enorme impacto na produtividade, na renda e no emprego. Nesse sentido, o estágio é um grande aliado. Afinal, oferece uma remuneração mensal para os estudantes por meio da bolsa-auxílio e os mantém ativos academicamente, por conta da obrigação de estar regularmente matriculado para participar da modalidade.
Por fim, o especialista complementa. “Não existe país desenvolvido sem investimento efetivo na educação. Mudar essa realidade cabe a nós. Por isso, eu sugiro: doe tempo ou recursos às inúmeras associações atuantes nessa luta, cobre dos governantes atitudes concreta”.
Portanto, priorize a formação dos jovens e faça a sua parte para ajudar nessa luta. Dessa forma, o Brasil avançará com mais facilidade. Se deseja contratar estagiários ou aprendizes para iniciarem a carreira e vivenciarem na prática a futura profissão, entre em contato com o Nube. Nós temos os melhores candidatos do mercado. Esperamos por você!