O trabalho em equipe sempre esteve nas vidas dos indivíduos. Desde a infância , há o incentivo do convívio e interação entre diversas personalidades em prol de um objetivo comum. No mundo corporativo não é diferente: diversas áreas de atuação e cargos são correlatos. Logo, o contato com diferentes gerações é inevitável e deve receber o seu devido valor. Nesse sentido, confira como a troca entre idades distintas pode favorecer o meio organizacional!
A idade em pauta
Até os tempos modernos, a idade é considerada um tabu. Em várias circunstâncias do cotidiano, há um certo receio quanto revelá-la ou não. Quando falamos sobre processos seletivos, essa é uma questão ainda mais delicada. Muitas pessoas sentem-se desmotivadas: seja pela frustração de tentar se reinserir no mercado ou de se inserir desprovido de experiências anteriores.
No atual cenário globalizado no qual nos encontramos, a demanda por uma mão de obra mais especializada tem aumentado. Em geral, há o senso comum de julgar os mais novos como os únicos capazes de lidar com as tecnologias, tendo em vista a sua posição como nativos digitais. No entanto, quando tal premissa errônea é levada muito a sério, é perceptível a falta feita por pessoas com mais maturidade.
Em contrapartida, os mais jovens sentem-se despreparados para o setor profissional repleto de exigências das quais nunca tiveram a possibilidade de exercer. Isso porque, a competitividade tem sido cada vez mais acirrada. Infelizmente, muitas empresas ainda valorizam as hard skills em detrimento das soft skills, habilidades essas necessitadas de equilíbrio.
O mercado de trabalho no Brasil
De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), até 2060, está previsto 25% da população brasileira com pelo menos 65 anos. Isso levando em consideração também o aumento em 43%, entre 2013 e 2017, dessa faixa etária ainda com carteira assinada, segundo estudos da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Esses dados constatam o movimento previsto de envelhecimento do povo, indicando a indispensabilidade de contratar esse modelo de profissionais.
"Quando as empresas entenderem como a diversidade de gerações pode ser boa para os negócios, o departamento de RH passará a ter um papel fundamental em promover e administrar as diferentes demandas de um quadro de funcionários tão plural", afirma Thomas Carlsen, COO e co-fundador da Mywork. Logo, fica clara a relevância da existência de políticas sobre a inclusão desses funcionários mais velhos nas seleções de emprego. É imprescindível o esclarecimento no setor de RH sobre o fato da idade dos trabalhadores não impactar o seu desempenho.
As organizações das quais optam pela diversidade etária de seus colaboradores se beneficiam muito com a interação entre indivíduos de diferentes épocas e convívios. Nesse contexto, é preciso deixar de lado o preconceito quanto à divergência entre os ciclos da vida e passar a usá-los a favor do conjunto. “Hoje em dia, os trabalhadores acima dos 60 fazem tudo: entram na Internet, dirigem, fazem exercícios, dançam, namoram, estudam, enfim, procuram algo em prol do bem-estar e o melhor caminho para felicidade – e muitas vezes uma ocupação ajuda e muito nesse caminho”, ressalta Madalena Feliciano, gestora de carreira e diretora da empresa Outliers Careers.
Existe um padrão de idade no meio corporativo?
De acordo com a Lei 11.788/2008, a idade mínima para estagiar é de 16 anos, sendo inexistente um teto máximo. A única exigência é estar matriculado e com frequência regular no ensino fundamental, médio ou superior. Podemos contar também com os inseridos em pós-graduação, mestrado, MBA ou doutorado. A condição da idade se restringe apenas aos jovens aprendizes, tendo a obrigatoriedade de possuir entre os 14 e 24 anos para estar apto ao programa. No entanto, em ambos os casos a duração do termo de compromisso se limita a dois anos.
Para adaptar-se às novas reivindicações do meio laboral, é preciso ter em mente a sua constante renovação de paradigmas. No cenário conectado no qual estamos, não podemos ficar desantenados sobre os arredores. “Identifique suas principais competências, procure por um ofício alinhado às suas experiências profissionais anteriores e faça um bom currículo destacando-a. Não pareça resistente às mudanças e novidades. Boa apresentação pessoal e postura são muito importantes, capriche nelas. Enfim, procure manter-se atualizado sobre a sua área de atuação”, complementa Madalena.
Além disso, acrescenta em muito na imagem da marca como uma boa empregadora. Atualmente, a reputação do negócio é levada muito a sério tanto para os consumidores quanto para os aspirantes a novas posições. Ser vista como livre de preconceitos acaba atraindo muitos talentos para o ambiente. Desse modo, incentiva-se também a tão temida mudança de carreira, um movimento cada vez maior devido ao grande número de indivíduos insatisfeitos com a sua área de atuação.
Em suma, essa deve ser uma pauta em constante debate nas companhias. Alinhar os mais jovens em treinamento com os mais experientes pode trazer inúmeras vantagens, tal como a resolução de problemas antigos nunca pensados antes. Muitas vezes, é difícil encontrar um candidato apto a um cargo devido a falta de habilidade ou vivências corporativas anteriores. Nessas situações, tanto na hora de contratar quanto de ajudar os novatos, aqueles com mais maturidade podem agregar em muito.
Ademais, assim como investem em educandos, podem investir nas gerações mais antigas. Da mesma maneira como se confia no desenvolvimento das capacidades dos estudantes em formação, é possível ensinar como utilizar as novas ferramentas tecnológicas. Dessa forma, cria-se uma conexão entre as competências de diferentes tempos. Essa é uma postura respeitável e inevitável no mercado do futuro.
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