A transição de carreira se torna cada dia mais comum. A facilidade para ingressar em um novo curso e as mudanças na forma de enxergar o mundo, impactadas pela pandemia, são alguns dos motivos. No entanto, muita gente tem medo desse momento, pelas incertezas do cenário e pelo possível preconceito etário a enfrentar. Dessa forma, entenda mais sobre o contexto atual do mercado de trabalho e como realizar esse movimento de maneira assertiva.
O cuidado na hora da troca de carreira
Ter dúvidas quanto aos caminhos profissionais é normal na vida dos colaboradores, por conta de diversos aspectos. Seja pela perspectiva de carreira, pessoal ou até mesmo financeiro. A Covid-19 trouxe ainda mais questões, principalmente pelas transformações na forma de atuação, provocando um pensamento sobre a importância de equilibrar trabalho, família e vida social.
De acordo com o relatório “Protegendo o Futuro do Trabalho”, realizado em 2021 pela Kaspersky, 53% dos brasileiros pretendem trocar de emprego. Entre as motivações mais relevantes estão justamente esse equilíbrio e as oportunidades de obter melhores salários. Para o sócio da Exec, Danilo Hayakawa, há muitas possibilidades e as pessoas estão levando em conta também outros pontos para tomar essa decisão, como a cultura da empresa, chance de crescimento, propósito, entre outros. “Hoje em dia, somente o dinheiro não é mais um atrativo. É preciso atender a um checklist bem mais complexo, pois esse não é o único fator para a felicidade”.
Para ele, se não há identificação com a companhia, desafios e nem a expectativa de passos largos no futuro, uma proposta com boa remuneração acaba sendo recusada. “A pandemia mudou a forma como os indivíduos pensam. Eles querem se dedicar, se envolver em projetos interessantes, mas também valorizam ter tempo para si”.
Nesse sentido, Hayakawa traz alguns critérios para serem avaliados na hora de pensar nessa troca. Confira abaixo:
Cultura e valores da empresa: segundo o especialista, é preciso fazer um verdadeiro “mergulho” na instituição, entendendo seu histórico, objetivos e maneiras de negócio para ver se há uma identificação com a sua forma de pensar. Um bom ponto de partida é pesquisar o site da organização, assim como as redes sociais e a opinião dos consumidores. “Essa análise envolve entender a filosofia, como é o seu ambiente, o perfil dos membros e etc.”.
Motivação: para o sócio da Exec, é fundamental fazer uma reflexão profunda sobre quais são os reais motivos para essa mudança de rota. “A vontade de sair do local atual não pode ser o único fator. O risco dessa nova estrada não ser promissora é grande”, destaca.
Projetos e perspectivas de médio e longo prazo: essa avaliação envolve um olhar sobre o cargo a ser ocupado. Por isso, o estágio é determinante nesse momento. Afinal, o estudante concilia a teoria da sala de aula com a prática no cotidiano da profissão escolhida. Dessa forma, pode visualizar quais serão suas funções no futuro, a possibilidade de ser efetivado e seguir crescendo.
Propósito: de acordo com uma pesquisa feita pela Harvard Business Review e o EY Beacon Institute, a maioria foi enfática sobre a relevância desse aspecto. “Ele traduz a representação da entidade em termos éticos, emocionais e práticos. Permite criar sua cultura e definir como quer se posicionar. Se não houver essa identificação, o colaborador desiste”.
Fazer essa troca de cadeira é uma decisão complicada e, por isso, não deve ser feita de forma impulsiva. É preciso pensar bastante, avaliar os prós e contras para chegar a uma conclusão. “Uma escolha equivocada pode comprometer ou atrasar um planejamento”, complementa o executivo.
Como fazer essa mudança ainda este ano?
Segundo levantamento realizado pelo Linkedin, 49% dos brasileiros consideram conquistar outra colocação neste ano de 2022. A porcentagem aumenta entre os jovens de 16 a 24 anos, passando para 61%. Por diversas razões um aprendiz, estagiário ou funcionário pode querer dar um outro rumo na carreira, pela pretensão de seguir uma jornada de acordo com os seus desejos.
Para o diretor de relações corporativas e institucionais do Centro Brasileiro de Cursos - Cebrac, Jefferson Vendrametto, o mundo passou por transformações nos últimos dois anos, influenciando nos projetos empresariais e pessoais da população. “Antes de dar o primeiro passo, é preciso ser flexível a renovação e as novas ações”, explica.
Segundo o relatório da Kaspersky, as causas são: equilíbrio entre vida pessoal e profissional (50%), o desejo por um salário mais alto (49%), a busca por uma função mais significativa (31%), reduzir a quantidade de tempo trabalhado (31%) e trabalhar por prazer (14%).
Vendrametto ressalta: “é necessário se preparar para a nova área de atuação, se capacitando por meio de cursos a serem aplicados no âmbito dos negócios. Além disso, o especialista do Cebrac cita dicas para realizar a transição ainda este ano:
1- Conheça e informe-se sobre a nova carreira: é necessário estudar a situação do mercado, servindo tanto para iniciantes quanto para profissionais experientes
2 - Seja verdadeiro na entrevista: a honestidade cria um vínculo de confiança entre a contratante e o candidato
3 - Seja flexível e aceite a ideia de começar de novo: é preciso ter força de vontade e humildade para aprender
4 - Mostre sempre os seus pontos fortes: deixe claro como suas vivências anteriores podem trazer benefícios na nova função
5 - Atualize-se: conhecimento nunca é demais. Além disso, vimos recentemente como tudo pode mudar de uma hora para outra. Dessa forma, o ideal é estar sempre antenado
Portanto, não tenha medo. Se você não está satisfeito com sua situação atual, crie coragem e vá atrás dos seus sonhos. Para essa nova trajetória, busque um estágio para absorver experiências e se inserir no universo corporativo. Assim, você estará mais perto de conquistar o sucesso e a felicidade. Boa sorte!
