A pandemia impactou diretamente todas as áreas de nossas vidas e a educação foi uma das mais afetadas. Com o isolamento social e, consequentemente, a aplicação do ensino remoto, muitos jovens brasileiros foram prejudicados nessa fase tão relevante da formação. No entanto, algumas práticas se mostraram interessantes e acontecerão mudanças nos próximos anos. Logo, os gestores do setor precisam estar antenados nas tendências para um bom desenvolvimento de futuros estagiários, profissionais e executivos do país.
O Novo Ensino Médio
Desde o início de 2022, as escolas começaram a implementar o Novo Ensino Médio. Embora as novidades sejam positivas, ainda restam muitas dúvidas sobre como essas alterações no formato interferem no cotidiano dos alunos. Para a coordenadora de evolução de conteúdo da Conquista Solução Educacional, Alessandra Cavichia Atanazio, “essa transformação era necessária e urgente, pois lança um olhar atento e cuidadoso à juventude, oportuniza propostas mais flexíveis e vinculadas aos interesses e objetivos desses estudantes”.
Nesse sentido, ela elenca cinco dúvidas mais comuns sobre o novo formato e explica cada uma delas.
O que mudou na estrutura do Novo Ensino Médio?
Ele propõe uma reestruturação e reorganiza essa etapa da educação básica em duas frentes principais: a Formação Geral Básica (FGB), parte comum do currículo, tendo como norteador a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os Itinerários Formativos (IFs), parte flexível, apoiados nos Referenciais Curriculares para Elaboração de Itinerários Formativos.
A carga horária passou a ser de 3 mil horas. Dessas, 1,8 mil devem ser dedicadas à FGB, enquanto as 1,2 mil restantes, aos Itinerários Formativos. A instituição pode ampliar o valr total, mas isso só pode acontecer na oferta de mais IFs.
Como será a atuação dos professores?
A BNCC não sugere o abandono dos componentes tradicionais, mas define direitos e objetivos de aprendizagem em quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. “A proposta é integrar dois ou mais conteúdos, fortalecendo a relação entre eles. Por isso, os professores precisam trabalhar de maneira interdisciplinar”.
Por que o currículo está mais flexível?
A flexibilização oferece aos discentes a chance de escolher parte dos conteúdos estudados. Ou seja, quais fazem mais sentido de acordo com seus objetivos pessoais e profissionais. Há, ainda, o Projeto de Vida. Esse componente visa contribuir para o autoconhecimento e evolução do cidadão.
Atividades já desenvolvidas podem ser elencadas como Itinerários Formativos?
Sim. É muito importante considerar a realidade e o contexto da instituição de ensino. Cada uma delas tem autonomia para propor outras unidades curriculares dentro dos Itinerários Formativos. “Por exemplo, se a escola participa de Olimpíadas, as horas podem ser registradas na matriz como uma eletiva. Da mesma forma, projetos, oficinas, clubes e jogos são algumas das possibilidades”.
Como será o novo Enem?
O Exame Nacional do Ensino Médio - Enem também vai mudar para acompanhar a nova proposta. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a prova será constituída por dois instrumentos: o primeiro relacionado à Formação Geral Básica e o segundo, aos Itinerários Formativos, variando conforme a escolha do estudante.
O impacto da tecnologia da educação
Atualmente, o uso de recursos tecnológicos já é feito em diversas áreas do segmento. Uma delas é a chamada gamificação, ou seja, o ensino por meio de jogos eletrônicos. Para a coordenadora de conteúdo digital do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Giselle Corso, esse tipo de aplicação é fundamental para chamar a atenção das crianças e adolescentes. “É uma linguagem com a qual os estudantes já estão acostumados. Então, se trata apenas de saber usá-la para atingir as metas pedagógicas daquele conteúdo específico”.
Outro assunto bastante falado nos últimos meses é o metaverso. Segundo a doutora em educação pela Universidade de São Paulo - USP, Luciana Allan, trata-se de “um ambiente imersivo onde as pessoas vestem um personagem e podem interagir. Esse é um conceito muito comum no universo dos games e agora é trazido para outras esferas da sociedade”.
Assim, seria possível inserir o aluno em cenas como a do Coliseu, a construção de Brasília ou até em uma sala de cirurgia, onde, junto a seus colegas, seria possível participar de uma operação. Esses são apenas alguns exemplos de como essa novidade poderia auxiliar no aprendizado. “As possibilidades são muitas. É possível prover acesso à informação, criar trilhas personalizadas para cada momento, oportunidades de interação e colaboração”, destaca Luciana.
No entanto, trata-se de uma nova maneira de ensinar e trabalhar, portanto, será necessário investir em um processo de formação dos educadores para lidar com essa ferramenta e entender todas as possibilidades oferecidas por ela. Enquanto isso não acontece e os equipamentos necessários não estão disponíveis para todos, uma boa opção é repensar os conteúdos trabalhados de modo a promover experiências práticas para ajudar os estudantes a absorver a explicação.
Afinal, como lembra a doutora em educação, não se trata apenas da tecnologia, mas de “entender o potencial dessas dela e a contribuição de cada um desses recursos para os objetivos da aprendizagem”. Sendo assim, é essencial uma reformulação em toda a jornada e uma atualização de todos os envolvidos nela.
Portanto, esteja ligado nessas tendências do mercado e se prepare para proporcionar as melhores oportunidades para nossos jovens. Logo, eles serão os responsáveis pelo futuro do país. Aos poucos, serão formados bons profissionais e o Brasil será o maior beneficiado dessa atitude. Se você deseja contar com estagiários e aprendizes ao seu lado nessa missão, entre em contato com o Nube. Esperamos por você!