A pandemia proporcionou uma série de alterações na sociedade e nos obrigou a transformações de paradigmas. Em uma vertente clássica, os líderes foram educados para alcançar lucro. No entanto, tudo mudou e, agora, existem novos interesses, empresas e consumidores. Dessa forma, tanto as corporações quanto seus funcionários, estagiários e aprendizes, precisam estar alinhados com as tendências.
A especialização
Atualmente, informação é poder e o mercado vem exigindo, a cada dia, profissionais mais qualificados. Em 2021, o número de matrículas na pós-graduação no Brasil foi de 1,3 milhão, representando um crescimento de 4,8% em comparação a 2019. Entre os fatores para esse aumento, estão o trabalho remoto e mudança de emprego de indivíduos já formados a buscarem por mais cursos de especialização, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Semesp.
Segundo o diretor executivo da JValério Gestão & Desenvolvimento, Clodoaldo Oliveira, a procura hoje é pela qualidade da experiência proporcionada pelo ensino. “As escolas de negócios precisam considerar as diversas novidades pelo mundo e atualização constante”, reforça.
Nos dias de hoje, as profissões estão sempre se renovando. Por isso, ter conhecimento apenas da sua área de formação não é mais o suficiente. Com o avanço da tecnologia, surgem novas demandas. Sendo assim, é fundamental se especializar e aplicar o conceito de longlife learning, ou seja, estar sempre aprendendo.
Essa prática é relevante para se familiarizar com ferramentas modernas ou até com teorias de seu segmento. Algumas estratégias ou atitudes podem ter feito sucesso em um passado recente e não oferecerem resultado no presente. Por isso, contar com uma equipe antenada e se manter por dentro dos assuntos do momento tem grande valia.
O poder da comunicação
Cerca de 86% dos profissionais de Recursos Humanos apresentam alguma defasagem em sua oratória, segundo pesquisa realizada pela Conquer In Company. Desse total, 55% consideram-se oradores regulares, 30% ruins e apenas 14% acreditam serem bons ou excelentes. Os resultados foram extraídos da ferramenta “Check-up de Soft Skills”, idealizada pela unidade com o intuito de mapear o estado atual das principais habilidades interpessoais: produtividade, oratória, negociação e influência, liderança e inteligência emocional.
O mapeamento incluiu a participação de diferentes níveis hierárquicos. Na análise dos entrevistados em cargos de chefia, somente 16% avaliaram a sua oratória como boa ou excelente. A porcentagem revela como essa característica ainda é um desafio para os líderes. De acordo com a diretora da Conquer In Company, Aline Gomes, isso acontece pois não existe um incentivo nesse sentido no ensino tradicional. “Muitas habilidades essenciais são negligenciadas no modelo de educação atual. Isso gera grande impacto no desempenho e credibilidade de figuras-chave dentro de uma organização”, analisa.
Quando questionados como se sentem ao serem convidados a fazer uma apresentação no trabalho, 45% tendem a se esquivar da possibilidade ou se sentem desconfortáveis ao aceitarem. Conforme estudo publicado pelo jornal britânico Sunday Times, em 2015, falar em público é o principal medo de 41% das pessoas em geral, superando até mesmo o medo da própria morte.
Segundo Aline, os cinco pilares de uma boa fala devem incluir o autoconhecimento, a respiração, a voz (dicção, volume, ritmo, ênfase e entonação), o corpo (postura, rosto, gesto e movimento) e o conteúdo da apresentação. “Todos esses elementos precisam estar de acordo com o discurso. A prática é fundamental nesse aspecto, para conhecer seus pontos fortes e utilizando o corpo e a voz a favor da mensagem, de modo a potencializá-la”, destaca.
Nesse sentido, quem está comunicando deve apostar no controle da respiração, na fala pausada e na coerência entre a expressão facial e o conteúdo da mensagem. Gestos involuntários e vícios de linguagem devem ser evitados para não se tornarem o destaque da apresentação. Um bom storytelling também vem dominando as técnicas. O formato escolhido para expor uma ideia pode criar uma conexão e identificação com o público, engajando-o e facilitando a memorização. “A liderança, por exemplo, precisa de poder de persuasão, além de saber administrar a emoção”, reforça a diretora.
A importância do inglês
O domínio do inglês ainda é um grande diferencial para se destacar na carreira, principalmente quando se atua em setores como o financeiro, tecnológico, automotivo e turístico. O motivo por trás disso em todo o mundo é, segundo a Airinc, o crescimento de pessoas em home office em empresas estrangeiras, os chamados “nômades digitais”.
No Brasil, acontece da mesma forma: algumas startups nacionais estão se expandindo internacionalmente e existem também as multinacionais se instalando por aqui. No entanto, planejando ampliar as oportunidades de estágio para estudantes negros por meio do programa Next Step, em 2019, o Google decidiu remover essa exigência.
A estratégia por trás disso era verificar a possibilidade de desenvolver o nível do idioma durante o período do programa, a fim de verificar se estariam aptos a serem contratados ao fim do contrato para vagas efetivas. O resultado: sucesso. Grande parte dos estagiários conquistaram o domínio da língua.
Desenvolver o domínio do inglês rapidamente não é mais uma tarefa tão complicada quando se tem em mãos as ferramentas certas. Atualmente, existem metodologias de aulas curtas e personalizadas, abordando os tópicos essenciais para um colaborador desenvolver as competências necessárias para aplicar no cotidiano.
Acreditar na possibilidade de evolução é uma saída para as empresas fazerem processos seletivos mais otimizados. Isso permite selecionar os candidatos mais capacitados para a parte essencial da função e avançar nas habilidades adicionais ao longo do tempo. Além disso, aumenta o número de promoções internas, a satisfação do time e a retenção de talentos.
Nesse sentido, o professor da Cultura Inglesa, Marcelo Dalpino, lista algumas dicas para treinar o idioma no dia a dia:
Exponha-se ao idioma: aproveite as facilidades do mundo digital para ouvir músicas e podcasts, assistir a seriados e interagir com jogos em inglês. Lembre-se: é uma questão de prática e constância, assim como tocar um instrumento musical ou se exercitar na academia.
Alterne os contextos de uso do idioma: o ato comunicativo varia de acordo com contextos e pessoas. Ser fluente no idioma é saber ‘fluir’ com todos os tipos de pessoas e de ambiente, respeitando o tom de fala adequado para cada ocasião.
Amplie seu repertório: adquirir skills como, por exemplo, produzir e editar vídeos nas redes sociais ou operar uma máquina fotográfica, pode te ajudar a dominar o conteúdo e a língua ao mesmo tempo.
Vá com calma: falar rápido não é sinônimo de qualidade. Ser claro durante as interações, sem precisar “correr” com as palavras, é mais eficaz para adquirir fluência. A velocidade se ganha naturalmente com o tempo.
Crie contextos reais de conversação: isso é fundamental para o desenvolvimento, sobretudo porque essas situações se repetirão quando você se deparar com estrangeiros.
Por tanto, aumente o seu leque de qualidades para se destacar em meio a tanta concorrência. Se você deseja uma vaga de estágio ou aprendizagem, acesse o nosso painel de vagas. Boa sorte!