A pandemia mudou muitas esferas, principalmente, em relação à carreira e ao mercado de trabalho e tornou ainda mais importante a avaliação da remuneração do setor, no caso dos estagiários, a bolsa-auxílio oferecida para cada atuação. Pensando nisso, o Nube fez a nova edição da Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio, a qual acontece desde 2008, analisando dados de janeiro a dezembro de 2021. Esse levantamento, em especial, trouxe os desdobramentos de um ano de crise, mas já com avanços na vacinação.
Os resultados foram considerados com base em 71.872 pessoas pesquisadas em todo o Brasil. Felizmente, mais uma vez, a média geral permanece aumentando - aos poucos. Em 2019, era R$ 1.007,06, já em 2020, R$ 1.052,94 e 2021, alcançou R$ 1.098,61. Ou seja, um reajuste de 9,1% em dois anos. Logo, mesmo diante de um período difícil e cheio de instabilidades, a imunização certamente ajudou e permitiu a manutenção e recuperação da economia.
Uma boa remuneração atrai mais talentos
Vale reforçar: segundo a Lei 11.788/2008, só estudantes podem estagiar, seja no nível médio, técnico, superior, nos dois anos finais do fundamental pela Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou mesmo pós-graduação/MBA. O objetivo é inseri-los no mundo corporativo, afinal, é uma fase delicada na jornada.
Nesse sentido, oferecer uma remuneração compatível e atrativa ajuda tanto na retenção de talentos, quanto na manutenção dos seus estudos e até nas despesas domésticas. “Além de promover benefícios inegáveis para o estagiário, fortalece a marca empregadora da entidade. Ou seja, cria-se a imagem de uma organização a qual valoriza e investe em seus internos e se torna ‘desejo’ entre os profissionais”, diz a gestora de treinamento e desenvolvimento do Nube, Yolanda Brandão.
Assim, fizemos um panorama das bolsas-auxílio vigentes no mercado em 2021 para cada nível. Veja: para quem está no colegial, a média ficou em R$ 698,08. Já para o ensino técnico, ficou em R$ 843,52. O curso Técnico em Informática levou o pódio do ranking, saltando do 6º lugar em 2020, R$ 879,42, para R$ 1.019,91 - um aumento de 15,97%.
No caso dos tecnólogos, o valor ficou em R$ 1.142,38, enquanto as estatísticas anteriores foram de R$ 1.082,43. Ou seja, um acréscimo de 5,53%. O Tecnólogo em Banco de Dados se mantém como o mais bem pago desde 2016, em 2021 com R$ 1.567,87. Logo, podemos observar como a área é promissora e ótima para apostar. “Esse setor tem sido bastante demandado e, por conta disso, há também a escassez de mão de obra, podendo causar maior pressão no retorno financeiro para esses especialistas. Isso se deve à mudança progressiva do universo laboral, impactando pela acelerada inovação tecnológica”, complementa a gestora.
Conforme a estagiária de desenvolvimento da Total IP, Gabriella Coutinho, a área de tecnologia evolui todos os dias, então com certeza é promissora. “Sempre terá algo para ser melhorado ou criado. A minha dica para quem quer começar nesse mercado é: estude bastante, pois como a área cresce constantemente, temos de nos aprimorar junto com ela, nos atualizando sempre, para sermos profissionais melhores e com uma base de conhecimento mais sólida”, sugere.
Já no nível superior, a média é de R$ 1.247,05, um crescimento de quase 9,55%, quando comparado ao mesmo período em 2020. Surpreendentemente, Agronomia não entrou no Top 10, depois de aparecer recorrentemente desde 2013. Assim, deu lugar às Ciências e Humanidades, Ciências Atuariais e Ciência e Tecnologia. Direito também retorna ao pódio depois de 11 anos fora, saltando de R$ 862,00 em 2009, para R$ 1.368,36, em 2021.
Ao analisarmos a média por região, tivemos: Sul (R$ 1.230,91), Nordeste (R$ 1.173,75), Sudeste (R$ 1.101,04), Centro Oeste (R$ 1.042,44) e Norte (R$ 899,40). As duas primeiras lideram justamente por acolherem fortemente as indústrias e os polos tecnológicos.
Quando elencamos por gênero temos uma média de R$ 1.019,39 para o sexo feminino e R$ 1.136,75 para o masculino. Todavia, a diferença tem uma explicação. As moças, majoritariamente, optam pelas humanidades, tais como pedagogia, comunicação e saúde, por exemplo, as quais pagam menos quando comparadas às carreiras de exatas (com maior predominância dos homens). “Contudo, se tivermos um menino e uma menina no mesmo curso, por exemplo, Design, ambos terão o mesmo rendimento”, esclarece a especialista.
Ranking dos cursos mais bem pagos em 2021
Acompanhe as listas com as dez áreas mais bem pagas por nível de ensino:
Superior
Média geral: R$ 1.247,05
1º - Ciências e Humanidades - R$ 1.804,37
2º - Ciências Atuariais - R$ 1.772,37
3º - Ciências e Tecnologia - R$ 1.750,08
4º - Economia - R$ 1.700,08
5º - Estatística - R$ 1.696,17
6º - Engenharia (todas) - R$ 1.513,16
7º - Química - R$ 1.461,98
8º - Relações Internacionais - R$ 1.448,18
9º - Ciência da Computação - R$ 1.409,40
10º - Direito - R$ 1.368,36
Superior Tecnólogo
Média geral: R$ 1.140,81
1º - Tecnol. em Banco de Dados - R$ 1.567,87
2º - Tecnol. em Segurança da Informação - R$ 1.542,75
3º - Tecnol. Construção Civil - R$ 1.329,07
4º - Tecnol. em Mecânica - R$ 1.323,88
5º - Tecnol. Análise Desenv. Sistemas - R$ 1.282,35
6º - Tecnol. em Jogos Digitais - R$ 1.258,78
7º - Tecnol. Informação - R$ 1.229,59
8º - Tecnol. em Comércio Exterior - R$ 1.216,71
9º - Tencol. Em Produção de Multimídia - R$ 1.167,96
10º - Tecnol. em Automação Industrial - R$ 1.152,74
Médio Técnico
Média geral: R$ 843,52
1º - Técnico em Informática - R$ 1.019,91
2º - Técnico em Mecatrônica - R$ 984,18
3º - Técnico em Eletroeletrônica - R$ 983,54
4º - Técnico em Segurança do Trabalho - R$ 983,54
5º - Técnico em Edificações - R$ 965,93
6º - Técnico em Mecânica - R$ 918,90
7º - Técnico em Química - R$ 887,34
8º - Técnico em Contabilidade - R$ 877,57
9º - Técnico em Eletrotécnica - R$ 869,45
10º - Técnico em Eletrônica - R$ 867,79
Médio
Média geral: R$ 698,08
Mude o olhar do bolso e foque na capacitação profissional
Contudo, olhar somente para o bolso ao escolher uma carreira é perigoso. “O retorno financeiro é apenas um dos critérios a serem considerados para escolher uma vaga. Há também outros fatores importantes nessa decisão”, continua Yolanda.
Pensando nisso, ela elencou alguns pontos de reflexão, tais como se a área de atuação está atrelada aos objetivos de carreira; se a corporação oferece um plano de desenvolvimento robusto e é um ambiente propício para aprendizagem; as possibilidades disponibilizadas; se os valores da marca são compatíveis com os pessoais; e se existem benefícios além da bolsa auxílio.
O principal desafio é manter a empregabilidade mesmo em um ambiente econômico desfavorável. “Por isso, é imprescindível estar preparado. Boa formação escolar, seja de nível técnico ou superior, é mandatório em um ecossistema cada vez mais complexo e de mudanças aceleradas”, ressalta a gestora de treinamento e desenvolvimento do Nube.
Além disso, segundo ela, o jovem precisa ter uma atitude ativa para as necessidades serem supridas. “Frente ao cenário atual, ter resiliência para lidar com as incertezas, irá favorecer sua performance, facilitando até mesmo uma contratação ou promoção. Essa habilidade é muito procurada por estarmos em um momento de mudanças constantes. Então, ter membros na equipe capazes de se ajustar rapidamente é essencial para a longevidade dos negócios”, expõe Yolanda.
A transformação começa pelas empresas
Por fim, é imprescindível ressaltar: a modalidade não exige experiência profissional prévia. Inclusive, o Nube orienta as empresas parceiras em relação a isso. “Sempre incentivamos as companhias a abrirem as portas para a inovação e fomentarem o desenvolvimento desses jovens. Afinal, a mudança do país começa pela educação deles e dando-os espaço para progredirem”, finaliza a gestora de treinamento e desenvolvimento do Nube.
Veja os resultados dos anos anteriores:
Pesquisa Nacional de Bolsa Auxílio 2020
Pesquisa Nacional de Bolsa Auxílio 2019
Pesquisa Nacional de Bolsa Auxílio 2018
Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2017
Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2016
Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2015
Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2014
Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2013
Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2012
Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2011
Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2010