Desde a chegada da pandemia muita coisa mudou, principalmente no mercado de trabalho, certo? Sendo assim, um dos temas em destaque é o uso de tecnologias no monitoramento de colaboradores para desenvolvimento profissional e dos negócios. Contudo, será essa uma boa saída? Pense você, estagiário ou efetivo, gostaria de ser “vigiado”?
Controlar ou acompanhar?
Tal prática ainda é bastante controversa e gera muita discussão. Os questionamentos são muitos, desde os benefícios reais para os times até o ético. “Existem informações a serem compartilhadas, mas quando são sigilosas, a ‘difusão’ pode comprometer muito além do emprego e contrato. É indispensável garantir a preservação do sigilo e criar um manual de ética profissional com resguardo jurídico, inclusive para a empresa não ser prejudicada”, diz o expert em compliance e sócio da S2 Consultoria, Renato Santos.
Segundo pesquisa da Gartner, ainda em 2019, os empregadores já estavam cada vez mais investindo em inovações para “controlar” e rastrear o comportamento de seus funcionários a fim de aumentar a eficiência. Mais de 50% estava usando algum tipo de técnica de monitoramento. Com a chegada do isolamento e da imposição do teletrabalho esses números aumentaram rapidamente para a manutenção das atividades.
Para o especialista em produtividade e CEO da HR Tech Novidá, Fábio Rodrigues, tal ação, quando feita de maneira adequada e ética, só traz benefícios para todos os lados. Assim, quem contrata uma solução efetiva, está focado em olhar como o processo laboral vem sendo executado e não para controle.
É válido analisar o tempo levado para uma determinada tarefa, quais as dificuldades e desafios enfrentados e, a partir desse levantamento propõe-se soluções. “A medida foi criada para apoiar o operador e não para ser uma ‘caça às bruxas’. Essa deve ser a mentalidade das companhias para de fato funcionar”, explica o especialista.
O lado positivo para o colaborador
De acordo com Rodrigues, essa estratégia é muito válida para o colaborador, pois ele precisa ter mais clareza para acertar e observar seus feitos positivos. “Isso é possível porque o agente também tem acesso aos resultados. Como ponto adicional, e não menos importante, a segurança no ambiente de trabalho”, continua.
Ainda, para o CEO, usar metas é fundamental para mensurar a produtividade da equipe. “Para auxiliar nisso, a tecnologia é imprescindível, pois permite acompanhamento real time da rotina laboral, enviando alertas e notificações a cada atividade concluída. Além do controle do gestor, a experiência do cooperador também é beneficiada. Isso porque, por meio do próprio smartphone, ele pode receber instruções claras e precisas, além de ter a chance de consultar sua agenda e se informar sobre qualquer tipo de alteração”, finaliza.
Contudo, nesse cenário, Santos ressalta: “oferecer feedbacks justos é uma forma de reconhecer e demonstrar valor para quem ajuda no crescimento profissional. Afinal, trabalhar com quem é promovido por questões de afinidades, favoritismo e até parentescos com o chefe não causam uma boa impressão”, complementa.
Em relação a esse assunto, a confiança é imprescindível, pois a falta dela pode construir um clima interno negativo pela falta de privacidade. “Caso contrário, a corporação pode ter um relacionamento interno abalado, perder a credibilidade, fidelização dos consumidores externos e, ainda, enfrentar problemas judiciais envolvendo o pagamento de multas e até o fechamento do negócio”, conclui o sócio da S2 Consultoria.
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