Em meio à turbulência causada pela Covid-19 e a necessidade do distanciamento social para conter seus avanços, apontamentos negativos cresceram entre as notícias do mundo inteiro. Segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam uma piora em seu bem-estar. Essa porcentagem só é maior em outros quatros países, como Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%). Ou seja, a tendência global traz um questionamento: como podemos cuidar de nós mesmos nesse momento?
Saúde mental no ambiente corporativo e universitário
“A pandemia elevou o nível de esgotamento mental das pessoas, algo já existente, principalmente nas últimas duas décadas”, destaca Alexandre Ayres, cofundador da MindSelf. Além disso, diversos levantamentos sobre o tema trazem estatísticas preocupantes.
Um estudo realizado pela Fiocruz com outras seis universidades revelou: 40% da população adulta brasileira sofrem por emoções frequentes de tristeza e depressão. Já o abalo por nervosismo e ansiedade foi relatado por mais de 50% dos entrevistados.
Como é o caso da discente de filosofia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Débora Miranda, “percebi a intensificação de alguns sentimentos. Ao me deparar com uma situação tão crítica, tive uma sensação muito forte e constante de perigo iminente”. Ademais, ela completa: “observei muitas pessoas adoecendo mentalmente durante o isolamento, foi geral.”
De acordo com dados do Global Student Survey, sete em cada dez universitários brasileiros (76%) declaram o impacto na saúde mental decorrente da crise sanitária. É o maior índice registrado entre 21 países analisados. O levantamento ouviu 16,8 mil estudantes e para a maior parte (87%) houve aumento do estresse, entretanto, apenas 21% buscou ajuda.
Vale ressaltar: em 2017, o Brasil era o país com a maior prevalência de transtornos nas Américas, afetando 9,3% da população, o equivalente a 18,6 milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto transtornos depressivos foram relatados por 5,8% deles, totalizando 11,5 milhões de cidadãos.
Para Ayres, “esses dados são alarmantes e essa é uma das razões pelas quais muitas pessoas passaram a procurar alternativas, como a meditação, para reduzir os sintomas de depressão, estresse e ansiedade”. O executivo é adepto da prática e reafirma o papel essencial da sociedade, incluindo as organizações, para estimular a conscientização sobre a importância do cuidado consigo mesmo, tanto físico quanto mentalmente. Bem como, ajudar quem também precisa.
Como incidir sobre esses sentimentos?
O conselho de Débora é procurar por suporte. “A terapia me ajuda muito a atravessar os sentimentos e pensamentos ruins. Apesar de buscar por hobbies e conversas para me distrair, o maior auxílio vem dela.” Logo, é importante destacar: nada equivale ao amparo advindo de psicólogos e psiquiatras, é crucial procurar apoio em especialistas da área. Entretanto, elencamos algumas dicas para você começar a lidar com isso a partir de agora.
- Organize sua rotina diariamente
Quando tudo está devidamente encaixado, sabemos exatamente quais atividades precisam ser feitas e onde procurar algum objeto. Caso contrário, você se sentirá no meio de uma pilha de obrigações, isso pode tomar proporções assustadoras. Procure elencar os deveres em um cronograma, para enxergar o tamanho real de seus afazeres. Também é importante salientar: ser organizado não é querer ajustar o mundo dentro da sua agenda. Os imprevistos acontecem o tempo todo e você precisa saber lidar com eles.
- Invista no autoconhecimento
Temos diversos pontos em comuns, mas cada indivíduo tem sua própria maneira de pensar e agir. Portanto, conhecer-se é fundamental. Não se espelhe nos outros para saber quais medidas tomar, olhe para si e aprenda sua própria maneira de reagir. Assim, também é um bom método para encontrar quais são os seus gatilhos e trabalhar para neutralizá-los.
- Não se cobre tanto
Ainda na linha das percepções sobre si mesmo, tome cuidado para não se cobrar demais. Cada um possui o próprio momento de desenvolvimento pessoal, é preciso reconhecer seus intervalos. É imprescindível estarmos atentos às nossas atitudes e nos cobrarmos certas posturas às vezes, contudo, em outros momento, é necessário relaxar, aceitar quem somos e onde estamos, para acalmar circunstâncias. Não se exija tanto, apenas aja em prol de você mesmo.
Diariamente, o Nube posta conteúdos para trabalhar sentimentos importantes dentro de nós mesmo, de modo a incentivar o cuidado com a saúde mental. Tendo isso em vista, acompanhe nosso blog e fique por dentro de sugestões, recomendações e diversas outras oportunidades, para você trilhar o caminho do sucesso! Conte conosco!