A inclusão racial no mercado de trabalho ainda é uma realidade distante para muitos. Os negros enfrentam mais dificuldade de encontrar um emprego em confronto com os trabalhadores brancos, mesmo tendo a mesma qualificação. Isso é um fato para ser mudado com urgência! Logo, o primeiro passo pode começar com as companhias.
Cenário atual
Segundo estudo realizado pela consultoria Mindset e pelo Instituto Datafolha, 46% desse público coloca uma boa colocação profissional como o seu principal objetivo. Sendo assim, importantes incentivos já estão sinalizados como forma de reduzir essa disparidade.
Numericamente, esses indivíduos representam cerca de 55% da população brasileira, de acordo com dados da Rede Brasil do Pacto Global. Mesmo sendo a maioria, apenas 5% chegam a ocupar cargos de liderança. “Por muitos anos, a falta de preparo foi utilizada como justificativa para tal discrepância – argumento o qual, hoje, se tornou inválido diante de tantas políticas públicas voltadas para isso”, diz o CEO do Grupo Educacional Seda, Tiago Mascarenhas.
No âmbito educacional, a Lei de Cotas (12.711 de 2012) foi um dos principais feitos criados até hoje, como forma de proporcionar um maior acesso à instrução de qualidade. Isso contribuiu para o número de alunos negros crescer quase 400% entre 2010 e 2019, em universidades públicas, conforme levantamento do Quero Bolsa.
Ademais, existem outros programas e cursos criados para aperfeiçoar ainda mais essa inclusão. Afinal, uma base sólida é uma das principais formas de possibilitar uma maior empregabilidade. “No caso específico das mulheres negras, a taxa de participação no mercado caiu nove pontos percentuais no primeiro trimestre do ano, quando comparado ao anterior. Foi a maior variação entre os grupos analisados, em um estudo inédito feito pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS)”, pontua o CEO.
Para Mascarenhas, essas são informações preocupantes, mas com a devida atenção perante as organizações, podem ser revertidas. “Com pequenas ações de incentivo como essas, junto com o devido preparo interno em cada empresa, poderemos finalmente caminhar rumo à maior inclusão e diversidade na sociedade em geral”, finaliza.
Mudança nas culturas organizacionais
Esse assunto tem ocupado um lugar importante na pauta das corporações, mas é indispensável garantir a efetividade desse processo. “Isso é decorrência de uma intenção genuína ao invés de uma meta ou um projeto institucional”, analisa o diretor de Acesso ao Mercado e Relações Públicas da Medtronic, Renato Arruda.
Olhando para questões sociais e econômicas do Brasil, é possível perceber uma realidade muito mais diversa em comparação àquela representada pelos funcionários da maioria das marcas. Concorda? “Então, necessitamos de uma maior pluralidade de perfis nos nossos quadros. Se a nossa estratégia corporativa não dialogar com essa diversidade, podemos dar por garantido: nosso cliente ou consumidor final será deixado de fora”, alerta o dirigente.
Nesse sentido, para ele, a melhor maneira de estabelecer esse diálogo é compondo times multilos, com negros, brancos, indígenas, pessoas 60+, mulheres, homens, gays, lésbicas, trans, etc. “A liderança a qual ainda não vê e não se empenha para estabelecer um ambiente verdadeiramente real, não só perde a riqueza como vira obsoleta, comprometendo estratégias de sucesso e colocando em risco o próprio resultado do negócio” complementa Arruda.
Portanto, evolua sua mente e destrua as barreiras do preconceito. Para isso, acompanhe nosso blog e as redes sociais, pois publicamos conteúdos diariamente e temos opiniões de diferentes especialistas. Assim, você se mantém atualizado e ainda se destaca no universo corporativo. Conte com o Nube!
Pense: quantos negros têm na sua companhia hoje?