O período de pandemia e isolamento social mudou a forma de trabalhar dos brasileiros, além de abrir novas oportunidades e perspectivas profissionais. Para se ter ideia, segundo uma pesquisa da FIA Employee Experience (FEEx), 90% das empresas aderiram a alguma modalidade de home office. Além disso, somente 43% delas ofereciam opções de atuação à distância antes da Covid-19.
Quem explica as mudanças de comportamento das pessoas nesse contexto é Mara Leme Martins, PhD e VP da BNI Brasil - Business Network International. Para ela, muitos começaram a buscar novas formas de negócios para se reinventar profissionalmente em meio a tantas mudanças causadas pela crise. “De acordo com o Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, no fim do terceiro quadrimestre de 2020, existiam 11 milhões MEIs ativos no Brasil. Em março deste ano, eles já respondiam por 56,7% do total de empreendimentos em funcionamento no país”, expõe.
A pandemia transformou a vida e os negócios como os conhecemos e deixou ainda mais claro como, para quem quer seguir adiante e se dar bem na carreira, é importante entender a melhor forma de criar conexões com as pessoas. “Os líderes estão começando a perceber como a implementação eficaz da tecnologia é absolutamente crítica agora. O aumento do home office é apenas uma das inúmeras provas de não haver chances de sobreviver, em tempos pós pandêmicos, sem estar conectado com a cultura do labor digital”, comenta a especialista.
Por isso, é importante entender: “o gênio saiu da garrafa e muitas pessoas, provavelmente, irão adotar uma abordagem híbrida para suas redes profissionais. Enquanto isso for ocorrendo, nós veremos mais networking de negócios ocorrendo por meio de algum tipo de formato de realidade mista, o qual irá globalizar o mercado”.
Embora o virtual possa funcionar, Mara ainda acredita em melhores resultados em estratégias presenciais. “Quando falamos de rede de contatos, as reuniões cara a cara são mais adequadas e não vão desaparecer completamente. Isso porque, quando lidamos com isso, estamos falando sobre como cultivar e colher relacionamentos com os outros. É sobre se conectar, não fazer negócios”, expõe.
Para quem deseja resultados, veja algumas dicas:
Não vá direto para o modo de vendas
As pessoas tentam pular a visibilidade e a credibilidade para chegar ao momento da lucratividade com mais rapidez. Isso acontece o tempo todo, principalmente nas redes sociais. Muitos se conectam e no dia seguinte estão vendendo seus produtos e serviços. “É preciso ter um vínculo verdadeiro ou ajudar alguém antes de pedir algo”.
Leve em consideração o “efeito borboleta”
Quando falamos em efeito borboleta, é algo simples e fácil de se entender. Você não sabe quem um indivíduo conhece, então apenas entre em contato com alguém para construir um relacionamento. É preciso ter um ponto de partida.
Fale com as pessoas
Quando se trata de networking, é importante dialogar e pensar em maneiras criativas de construir o seu negócio. Dedique tempo aos relacionamentos já obtidos. Estenda a mão e pergunte se eles estão bem, se há algo a ser feito para ajudá-los.
Lei da Reciprocidade
É imprescindível ter a visão de como a confiança colaborativa é a moeda mais valiosa. O marketing de referência e indicações nunca foram tão importantes quanto nos dias de hoje, porque as corporações precisam conquistar novos clientes, presencial ou remotamente, para não colocar em risco a sua operação.
Luciana Pires, estudante de comunicação, em Campinas, se preocupa com essa questão e, mesmo sem experiências práticas na sua área de estudos, busca construir diálogo com quem tem mais vivências. “Meus professores são uma grande fonte para essa troca, acho essencial se preocupar com isso, principalmente quem está em início de carreira”, compartilha.