Segundo o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), criado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), quase metade da população corre o risco de atingir uma situação financeira crítica. A situação está longe de ser favorável para boa parte dos cidadãos e ficar com saldo negativo pode ser arriscado. Assim, veja algumas dicas para evitar essa situação.
Cenário crítico
Em uma escala de zero a cem pontos – na qual as faixas de saúde financeira se dividem em: ruim, muito baixa, baixa, ok, boa, muito boa e ótima –, a média brasileira foi de 57. A maioria dos entrevistados (48,3%) ficou entre “baixa” (primeiros sinais de desequilíbrio e risco) e “ruim” (círculo de fragilidade, estresse e desorganização).
Com quase metade da população em situação alarmante, segundo a interpretação da educadora financeira, Carol Stange, seis em cada dez indivíduos consideram o modo como cuidam de suas carteiras não lhes permite aproveitar a vida. Isso porque convivem com irritação financeira diária, brigas familiares e o eterno “jeitinho” para fechar o mês com balanço entre receitas e despesas.
Planilhas e controle sempre ajudam
Em seu primeiro estágio, Ana Tavares, estudante de administração, em Santo André, confessa ter deixado as contas chegarem sem nenhum tipo de regra. “Eu não fazia a administração de quanto ganhava e gastava”, conta. Com isso, ela passou alguns meses com sua conta bancária negativada.
Entretanto, ela passou a estruturar melhor seus dispêndios e renda com a ajuda de planilhas. “Hoje, nada entra ou sai sem antes passar pelo Excel”, afirma. Isso ajudou bastante a universitária a ter uma visão mais clara sobre quais são seus deveres e a quantia disponível para gastar.
O I-SFB mede a saúde e o bem-estar dos brasileiros nesse quesito com base em conceitos relacionados à capacidade de cumprir com as obrigações correntes. São eles: ser capaz de tomar boas decisões; ter disciplina e autocontrole para cumprir objetivos; ter liberdade de fazer escolhas as quais permitam aproveitar a vida.
A seguir, veja três dicas de Carol para estruturar o orçamento doméstico:
1. Mapeando as dívidas
Um bom mapeamento deve concentrar, em um documento, todos os débitos contraídos pelo consumidor, estejam eles com o pagamento em dia ou não. “Nessa relação deve constar o nome da despesa, seu valor inicial, os juros cobrados e a quantia para uma possível quitação”.
2. Conheça a sua real capacidade de pagamento
Qual a parcela real que um orçamento saudável aguenta? “Sugere-se um montante inferior a 30% da receita para se comprometer com parcelamentos e financiamentos em geral. É preciso fazer o fluxo de caixa, ou seja, registrar as entradas e saídas. De muito pouco adiantará entrar com uma proposta de quitação sem conhecer os números da sua vida financeira diária”.
3. A ordem é negociar
Não é preciso esperar pelo atraso e inadimplência de contratos para procurar negociações. “Financiamentos de automóveis e imóveis podem ser negociados dentro da própria instituição ou portados para outra com juros mais baixos e condições melhores em geral. Aquisições “caras”, as quais apresentam grandes cobranças de taxas devem ser priorizadas”. Uma boa sugestão é aproveitar os feirões de renegociação de dívidas oferecidos por grandes instituições financeiras. Elas acontecem algumas vezes por ano, inclusive em ambiente on-line.
Seja para fazer planos no futuro, realizar uma viagem dos sonhos, comprar algo de seu desejo, ter boa qualidade em seu dia a dia, certamente seguir essas dicas vai ajudar. É preciso sempre ser um bom gestor de seu bolso, só assim é possível prosperar e ter uma balança bem alinhada.