Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, realizados em 2021, trouxeram para nós histórias incríveis e algumas lições para levarmos para a vida. O evento completamente atípico, aconteceu um ano depois do previsto, devido à pandemia de Covid-19 assombrando o mundo. Classificatórias disputadas em tempo reduzido, treinos on-line, arenas sem público, testes quase diários e eliminações quando os resultados eram positivos. Esses foram alguns dos elementos novos nas competições.
Para o educador físico Maico Sant’anna, essas Olimpíadas trouxeram várias coisas boas: “esse evento costuma apresentar belas histórias de superação. Além disso, chama a atenção do público em geral para esportes com pouca visibilidade e desperta a vontade de novas pessoas ingressarem neles. A prática de exercícios físicos é fundamental para o corpo e para a mente, refletindo diretamente no rendimento profissional.”
O caso mais famoso dessa edição foi o da ginasta estadunidense Simone Biles. Ela era a favorita para a medalha de ouro e considerada por muitos como a melhor da história na modalidade. Porém, ela não estava bem e preferiu se retirar das finais para preservar sua saúde mental. Uma realidade enfrentada por muitos em suas vidas profissionais por conta da grande pressão na cultura organizacional.
O consultor em planejamento estratégico e governança corporativa, Uranio Bonoldi, destaca alguns ensinamentos para tirarmos desse caso:
- Todos podem oscilar:
“Não é razoável esperar um desempenho elevado o tempo todo. Em algum ponto, as pessoas estão fadadas a encontrar um obstáculo ou dificuldade.”
- Atenção ao Burnout:
“Burnout é um estado de exaustão emocional, física e mental causado por estresse excessivo e prolongado. Ocorre quando alguém está sobrecarregado, emocionalmente esgotado e incapaz de atender às demandas constantes. Em primeiro lugar, o líder precisa avaliar se isso não está sendo causado pela falta de membros na equipe. Outro ponto importante é sempre demonstrar reconhecimento por um trabalho bem feito, para elevar a moral dos colaboradores.”
- Escute seu time:
“Se a liderança não dá feedbacks críticos quando as coisas não vão bem, acabam perdendo os benefícios de dar voz aos funcionários e ouvi-los atentamente. O gestor deve se empenhar em criar um ambiente seguro e inclusivo e aumentar o reconhecimento de ideias.”
- Boa saúde mental resulta em bom rendimento:
“A pandemia mostrou para o mundo como a saúde mental é importante e também facilitou as conversas sobre esse tema no local de trabalho, mas ainda há um longo caminho a percorrer em algumas empresas. Embora a depressão e a ansiedade geralmente sejam os tópicos dominantes nessas conversas, é hora de considerar as condições mais sutis, como o esgotamento, falta de paixão pelas suas atividades e expectativas muito altas.”
Outras lições deixadas pelos atletas
- Resiliência:
Na etapa eliminatória da corrida dos 1.500m feminino, a holandesa Sifan Hassan tropeçou na volta final e foi para a última colocação. Porém, ela se levantou, ultrapassou todas as concorrentes e terminou a prova em primeiro lugar. No fim da competição, levou a medalha de ouro.
- Superar adversidades:
Quarto lugar no arremesso de peso, o brasileiro Darlan Romani deu exemplo de como é preciso driblar as dificuldades e se adaptar às situações. As estruturas onde ele fazia seus treinamentos fecharam, então teve de improvisar sua prática em um terreno baldio. Além disso, ficou sem seu treinador, pois ele foi para Cuba por questões pessoais e não conseguiu retornar ao Brasil.
- Espírito de equipe:
Os atletas do skate demonstraram como é fundamental o apoio mútuo em momentos de pressão. Poder contar com o companheiro ajuda uma equipe a superar seus desafios. Também ensinaram a importância de comemorar as conquistas dos seus concorrentes. A rivalidade ficou dentro da pista.
Portanto, existem muitas coisas para aderirmos em nossas carreiras. Às vezes, fica mais fácil enxergar algumas situações quando acontecem em nossos momentos de lazer, com pessoas consideradas heróis por nós. Você também pode ser um campeão na sua área!