A pressão vivenciada no ambiente do trabalho pode facilmente aumentar a carga de estresse. Assim, ele passa a interferir não somente na produção diária, mas na tomada de decisão, na resolução de problemas, no controle emocional e na saúde mental e física dos indivíduos.
Excesso de poder não leva ninguém a nenhum lugar
Recentemente, um caso curioso levantou múltiplos debates acerca da saúde das relações hierárquicas nas organizações. Um dos líderes de uma empresa ameaçou demitir funcionários devido a um erro cometido em um dos processos internos, afirmando não aceitar correr riscos de prejudicar a marca.
Não é possível afirmar o motivo desse comportamento, mas, dentro desse cenário, observa-se um debate interessante: o esgotamento enfrentado por colaboradores de diferentes níveis e como eles influenciam o seu relacionamento com todos os aspectos associados ao serviço, desde a produtividade até as conexões interpessoais.
Essa estafa é um dos principais fatores problemáticos enfrentados pelas companhias hoje. De acordo com a pesquisa da ISMA-BR, representante brasileira da Associação Internacional de Administração do Estresse, 72% dos profissionais brasileiros sofrem de alguma sequela da exaustão. O percentual deles com Burnout, por exemplo, é de 32%.
O período da estafa
Para a CEO da Virtude, Tatiana Pimenta, líderes desanimados podem tomar decisões incoerentes devido ao cansaço mental e físico. “Isso, por sua vez, pode refletir e promover o possível abuso de poder referente à sua função. Eles são capazes de determinar deadlines curtos, exagerar a necessidade de atingir determinados objetivos e impor níveis de qualidade praticamente impossíveis de serem alcançados com os recursos disponíveis, pontuando as consequências graves do não cumprimento”, avalia.
Consequentemente, essas demandas deixam as equipes enervadas. “Todos passam a temer os erros, sacrificar o tempo reservado para o descanso, entrar em conflitos com colegas com mais frequência e forçar seus limites para concluir tarefas. Sob essas circunstâncias, a probabilidade de sofrerem Burnout é bem maior”, explica a especialista.
Além disso, funcionários assim são infelizes e tendem a encontrar outras oportunidades para fugir do ambiente desagradável. A instituição, então, pode sofrer impactos negativos do alto nível de turnover. Veja: é um efeito dominó, pois uma coisa ruim leva a outra.
Impacto da falta de contato
Ademais, o aumento da distância entre os colegas e empregadores com a pandemia trouxe impacto em todos os setores. “Essas mudanças ainda nos afetarão por muito tempo e de diferentes formas. Por isso, é importante realizar um acompanhamento constante e avaliar todas as áreas do negócio”, expõe o gerente-executivo da Kaspersky no Brasil, Roberto Rebouças.
Veja só: no início do home office, muito foi dito sobre o uso de equipamentos pessoais e os problemas de segurança. Já no segundo semestre de 2020, a migração do cibercrime para ataques de ransomware ganhou o foco e, atualmente, destacamos um aspecto mais humano. "Todos os campos são fundamentais para manter o andamento e a motivação de quem está conosco”, completa Rebouças.
Como evitar esses transtornos?
Para evitar sofrer com isso, as corporações devem desenvolver um programa voltado para os cuidados com a saúde mental. É essencial promover um espaço agradável, flexível e cooperativo para a execução das tarefas, independentemente da posição.
Sobretudo, é crucial capacitar líderes para melhorar a sua relação com as equipes e, assim, incentivar a produção de maneira saudável e eficiente. “Para isso, o melhor é pensar em como agir para, além de alcançar os resultados esperados, evitar impactos desfavoráveis no fator emocional dos times”, finaliza Tatiana.
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