O crescimento da EAD foi impulsionado pelo isolamento social e, consequentemente, pelo fechamento das universidades, fazendo muitos alunos optarem por essa modalidade, deixando o estilo presencial como segunda opção. Entretanto, uma pesquisa feita pela Hoper Educação, mostra como esse cenário começou a mudar antes mesmo da pandemia.
Uma tendência se confirmando
Há uma década (2010-2020), o ensino on-line vem ocupando o seu espaço na educação, acumulando crescimento de 378%. Os resultados já animadores para o setor, ganharam um gás a partir de 2019, quando o remoto ultrapassou, pela primeira vez, o número de novos matriculados presenciais nas universidades do país.
Chegou a 51,7% e, posteriormente, 58,3% em 2020, atingindo mais de 1 milhão e meio de brasileiros. Segundo Janes Tomelin, pró-reitor de ensino da educação a distância da Unicesumar, essa é uma forte tendência confirmada a cada ano. "O EAD já foi visto com muito descrédito, mas essa é uma realidade cada vez mais distante”, conta.
Quando falamos em instituições nas quais há esse modelo, a qualidade das aulas e as diferentes possibilidades de aprender um mesmo conteúdo merecem destaque”, comenta. De acordo com ele, a experiência do aluno é muito importante.
Experiência do aluno
Além da flexibilidade, para quem, muitas vezes, trabalha ou mora distante do campus da universidade, também há o valor mais acessível. “Tudo isso contribui para esse formato conquistar mais pessoas", explica Tomelin.
Como características para reforçar o aprendizado, o mesmo tópico é replicado várias vezes, por vídeos, realidade aumentada e até games. Essas são vantagens estratégicas do terceiro milênio.
A tecnologia e a conectividade acelerada possibilitam uma ação rápida do aluno. Por exemplo, se você tem uma dúvida, pergunta na hora. Fez um exercício, o sistema já corrige e indica o erro. Desse modo, a qualidade fica zero prejudicada, tendo o mesmo padrão de uma sala de aula.
Mercado de trabalho
Ao mesmo tempo, no mercado de trabalho, as questões levadas em conta são relacionadas às competências do profissional. Por isso, optar por uma metodologia flexível e mais barata é vantagem para muitos.
Vale destacar também o diploma. Afinal, o Ministério da Educação não diferencia o certificado de um universitário se ele é formado pela modalidade presencial ou a distância. O mesmo vale para o estágio. Inclusive, em tempos de crise sanitária, estagiar remotamente também virou uma tendência a se concretizar nos próximos anos.
Preconceito caiu por terra
Para Luciano Santana, coordenador do curso de recursos humanos da EAD Unicesumar, o pensamento do EAD como algo com menos retenção de conhecimentos já caiu por terra. "Houve um tempo no qual os recrutadores davam preferência para um candidato formado no modo tradicional. No entanto, isso ficou para trás”, conta.
O método de aprendizado deixou de ser um pré-requisito em um processo seletivo para uma vaga. “A Covid-19 veio quebrar esses preconceitos e mostrar como, sim, é possível estudar e aprender mesmo com cada um na sua casa. Com certeza, essa é uma tendência no pós-pandemia", conclui Luciano