Para muitos gestores e empreendedores, o departamento de Recursos Humanos (RH) é considerado o coração da empresa. O setor exerce papel de suma importância, afinal, entre as suas funções, tem a responsabilidade de proporcionar ao funcionário boas condições de trabalho.
Papel social desse setor
Por isso, os profissionais dessa área assumem o papel de verdadeiros agentes essenciais para tornarem as organizações mais inclusivas. Os profissionais com deficiência são um exemplo. Uma maneira de aplicar esse tema na administração dos quadros de pessoal é a busca por capacitação e consultorias especializadas, como os serviços oferecidos pelo Instituto Ester Assumpção, uma entidade sem fins lucrativos.
Expandindo o tema da diversidade para outros recortes da população, como a comunidade LGBTQIA+, ainda há certa resistência do universo empresarial. Quem aponta isso é Dani Verdugo, empresária, headhunter e executive searcher na THE Consulting. “Apesar da crescente evolução do mercado de trabalho em direção ao respeito às diferenças, muitos indivíduos ainda sentem acanhamento no momento do processo seletivo”, constata.
Programas governamentais auxiliam, mas corporações precisam fazer a sua parte
Com vistas a reduzir esse tipo de desafio, estados como São Paulo e Rio de Janeiro têm oferecido projetos com o objetivo de dar suporte para o desenvolvimento desses candidatos. “O intuito é restaurar sua autoestima e retirá-los do cenário de vulnerabilidade - ainda tão pungente”, continua Dani.
A empresária cita o programa Transcidadania como exemplo, projeto com mais de 13 anos de existência. “A iniciativa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo concentra-se na progressão escolar e na capacitação de trans e travestis”, conta.
Ao todo, são 510 vagas distribuídas na capital paulista e os participantes recebem uma bolsa mensal no valor de R$ 1.097,25. Quer saber mais sobre como funciona essa iniciativa? Então acesse o portal da Prefeitura por aqui.
Profissionais com deficiência também devem receber atenção
De acordo com Cintia Santos, psicóloga e coordenadora de projetos da instituição, se tornar uma empresa aberta à diversidade vai muito além de somente recrutar profissionais com deficiência. "Muito além de contratar, cabe ao setor desenvolver estratégias eficazes, permitindo a prática com um acompanhamento adequado”, comenta.
Segundo a especialista, não basta apenas o amparo da Lei 8213/91 – conhecida como Lei de Cotas. Para ela, é preciso perceber o potencial produtivo das pessoas com deficiência. "A legislação estabelece: nas organizações com cem ou mais empregados, 2% a 5% do quadro funcional deve ser composto por pessoas com deficiência. Porém, nem sempre essa lei se torna efetiva”, alerta.
Por isso, é necessário o preparo do RH para fazer uma inserção de forma adequada e justa no mercado. “Por nossa experiência no Instituto Ester Assumpção, vemos muitas vezes necessária uma orientação mais técnica aos profissionais. Saber lidar e entender as necessidades desse grupo é importante, principalmente para as corporações", conclui a especialista.
Você já sabe como deve ser um ambiente inclusivo e diverso?