Após um ano difícil e diferente, 2021 chegou trazendo esperança, mas não está imune aos desafios. De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento dos consumidores cresceu a níveis recordes. Em dezembro, 66,3% das famílias brasileiras possuíam dívidas e é o maior resultado desde 2010.
Guilherme Pontes já esteve com o saldo negativo em 2020 e pretende não repetir os mesmos erros responsáveis por levá-lo a essa situação. “Eu nunca fiz uma poupança, nem me programava, então isso contou muito para eu ficar sem estrutura quando eu perdi meu estágio”, conta.
Mais da metade da população abandonou sonhos, como comprar um carro, viajar, entrar na universidade, começar a poupar, investir ou mesmo cuidar da saúde mental, para quitar dívidas. Segundo Alexandre Mouri, executivo do “toazul”, serviço de concessão de crédito consignado privado da One7, organizar as contas e saber exatamente o valor do seu salário, considerando os descontos das taxas e impostos, é um bom começo.
Para ele, é um trabalho simples, requer força de vontade e qualquer um pode fazer. “Aplicativos e planilhas ajudam. Cerca de 70% dos endividados podem evitar chegar ao extremo se começarem a utilizar ferramentas e colocarem em prática a educação financeira básica”.
Pensando nisso, o especialista listou algumas dicas:
1. Analise a sua situação
Você tem dívidas? Guarda dinheiro? Seu estilo de vida é compatível com a sua renda? Quanto do seu salário é destinado às despesas fixas? Com essas respostas, já será possível traçar algumas mudanças, seja para quitar dívidas ou começar a poupar.
2. Planeje
Escreva seus anseios para o futuro, estabeleça metas realistas e compartilhe com as pessoas perto de você: cônjuge, pai, mãe, filhos... Além de ajudarem com dicas e conselhos, podem colaborar na economia e, quem sabe, fazer parte do seu escopo.
3. Não gaste mais do que ganha
Pode parecer óbvio, mas nem todos seguem. Experimente fazer a seguinte divisão: 50% para gastos essenciais, aqueles necessários para você se manter, 15% para prioridades, como quitar dívidas, caso esteja endividado ou para a construção de uma reserva de emergência. Outros 35% para manter seu estilo de vida, ou seja, aqueles gastos os quais podem ser cortados em um momento de crise.
4. Aprenda a economizar
Comece dentro de casa evitando desperdícios: energia, água e itens supérfluos na lista do supermercado. Você tem TV a cabo com mais de 100 canais? Você assiste todos eles? Que tal entrar em contato com a operadora e negociar? Cuidado também com as promoções tentadoras, não deixe o impulso falar mais alto.
5. Faça pequenas mudanças e tenha grandes resultados
Coloque as contas em débito automático para evitar o atraso. “Pechinche” ao comprar e aprenda a dizer “não” a coisas desnecessárias. Compare preços, pois a Internet é um mundo de possibilidades e um universo para pesquisas. Programe as despesas de começo do ano (IPVA, IPTU, seguro do carro, matrícula dos filhos).
6. Prepare-se para imprevistos
Crie uma reserva de emergência equivalente ao seu custo de vida por três meses. Esse montante só pode ser usado para situações muito urgentes.
7. Respeite o seu dinheiro, mas não seja dominado por ele!
Você sabe de todo o esforço para ganhar o seu dinheiro, por isso, respeitá-lo é a base da educação financeira. Contudo, é importante não ser dominado, falar e pensar apenas nisso. É preciso viver, fazer planos, traçar objetivos de curto, médio e longo prazo. Afinal, isso se torna um estímulo para acordar e ir trabalhar, focar na produtividade e eficiência do dia a dia.
Desse modo, o crédito pelo crédito não basta. “Como consultor financeiro há anos, posso afirmar: o responsável por fazer a diferença é sentar, conversar e entender os ocorridos, aconselhar e indicar por onde e como começar. O imediatismo é importante, mas isso apenas tira a corda do pescoço, não resolve o problema nem devolve as noites em claro e os sonhos deixados de lado”, finaliza Alexandre.
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