Os colaboradores são o grande diferencial de qualquer organização para fortalecer o seu futuro. Por isso, é preciso estar atento também às diferenças de cada um, afinal, valorizá-las vai muito além da ética e do respeito ao ser humano. Esse é um tema cada vez mais discutido na vida social e, também, no ambiente profissional, principalmente dentro das organizações.
Como as empresas podem evoluir em suas práticas inclusivas?
De acordo com Andrés Massoni, diretor de Recursos Humanos da MSD Brasil, primeiramente, vale mencionar como ter uma equipe mais diversa não é somente uma responsabilidade social. “Também mostra o progresso das companhias no acolhimento da pluralidade da nossa sociedade”, aponta.
Promover as singularidades é essencial
Isso significa promover as singularidades de seus colaboradores e apoiar as multiplicidades culturais. “De quebra, a entidade desenvolve funcionários mais engajados, satisfeitos e produtivos, propícios a criarem um ambiente inovador trazendo também resultados internos satisfatórios”, expõe.
A iniciativa garante liberdade e conforto para todos os colaboradores
Segundo uma pesquisa do Hay Group, 76% das pessoas atuantes em instituições preocupadas com o tema reconhecem terem mais liberdade. Há, inclusive, um sentimento de maior segurança para exporem suas ideias e inovarem no trabalho. Já quando essa pauta não está na agenda corporativa, essa proporção cai para 55%.
Assunto é urgente em 2021
Para Massoni, em 2021, o assunto tende a ser ainda mais latente, pois é urgente. “A pandemia acelerou os debates sobre o assunto no setor de gestão de pessoas e ameaçou formas antigas de trabalho e visão de profissionais, consolidadas até então”, compartilha o especialista.
Gestão precisa estar envolvida
Esse ambiente de abertura e incentivo à diversidade não acontece sem o envolvimento da gestão: “um líder deve se preocupar com o desenvolvimento de sua equipe, incentivar e reconhecer o universo inclusivo. Isso faz os indivíduos terem suas diferentes habilidades aproveitadas da melhor forma, gerando, assim, melhores resultados para a organização”, destaca.
Segundo ele, é essencial ver cada ser como único. “Assim, o verdadeiro potencial de cada indivíduo vem à tona, porque ele tem a liberdade de ser criativo e se sente confortável no ambiente e, assim, suas diferenças agregam nos objetivos da organização”, explica o diretor.
Por isso, para Massoni, os empreendimentos, como a própria MSD, devem estar cada vez mais focados nesse caminho. “Várias iniciativas estão em andamento, mas o foco agora é o estímulo para a representatividade estar cada vez mais presente na companhia”, compartilha.
Nesse sentido, o mundo corporativo está mais antenado e entendendo o valor da diversidade e da inclusão e da importância de trabalhar proativamente o respeito e a valorização do fator humano do quadro de talentos.
Paula Carvalho, estudante de RH, de Ribeirão Preto, diz já ter refletido bastante sobre esse tema. “Eu falo na perspectiva de alguém, dentro da organização social e dos preconceitos, privilegiada. Por isso, é um exercício diário a prática da empatia e de entender como é essencial lutar para dar voz a quem normalmente é silenciado”, comenta.
De acordo com ela, o papel de contribuição das instituições, nesse contexto, é gigantesco. “Uma empresa, ao meu ver, não é apenas uma geradora de empregos, embora essa seja uma característica essencial. Cada empreendimento desempenha um papel capaz de contribuir com o desenvolvimento da sociedade como um todo”, conta.
A tendência é ampliar esse debate
Conforme uma pesquisa realizada pela consultoria Mais Diversidade, publicada pela Você RH em dezembro do último ano, a discussão deve ganhar ainda mais espaço na agenda corporativa. Isso porque 97% das entidades ouvidas, cerca de 300, pretendem manter ou aumentar seus investimentos na área em 2021.
Com isso, o especialista crê em uma compreensão sobre a relevância de termos sujeitos de distintas origens, crenças, etnias, classes e outros aspectos ao nosso lado. “As pessoas, quando são inseridas e vivem os mesmos valores e propósitos, podem compartilhar ideias e visões diferentes. Essas, por sua vez, são mais ricas e podem ajudar a encontrar soluções as quais não seriam possíveis se todos tivessem vivências parecidas”, conclui.