Em 2021, a Comunicação Interna (CI) promete ocupar seu lugar de destaque nas organizações. Isso porque apesar de ter um papel relevante para a estratégia e os resultados de negócio, nem sempre houve a priorização do assunto ou mesmo uma área interna com equipe definida.
A pandemia está abrindo os olhos de muitos líderes sobre o tema. Especialmente em um período no qual foi preciso ter os colaboradores muito próximos e alinhados com a cultura corporativa para, assim, atravessar o momento de dificuldade.
Afinal, como garantir a continuidade do bom relacionamento entre os integrantes da área, investidores e clientes, mesmo com as atividades sendo realizadas de casa? Para Jean Silva, especialista em RH do Rio de Janeiro (RJ), os empreendimentos são formados por indivíduos e eles agem visando o interesse dos diretores. “A consequência dos deslizes de diálogo resultam em conflitos capazes de impactar o desempenho e a produtividade, colocando o negócio em risco”, ressalta o especialista.
Comunicação Interna: tirando vantagem da crise
De acordo com a consultoria Deloitte, as crises possuem três etapas: responder, recuperar e prosperar. Na pandemia de Covid-19, respostas como home office foram dadas. Agora, é preciso buscar a recuperação para prosperar.
Olhando o quadro global, a previsão é a adoção de ambientes operacionais enxutos e o aumento da demanda de mensagens para dialogar com os empregados. Para isso, as empresas precisam reavaliar a estratégia de interlocução e engajamento com funcionários em um cenário pós-pandemia. Nesse momento, a área deve “vender seu peixe”, mostrando o quão essencial seu trabalho é para a companhia como um todo.
CI assumindo sua posição estratégica no negócio
Para levar a CI para o próximo patamar, assumindo uma posição estratégica dentro do negócio (e sendo reconhecida como tal), quatro pontos devem estar bem amarrados, segundo André Franco, CEO do Dialog.
- Aproxime-se da liderança: entenda quais são as novas prioridades e como isso impacta a visão da organização. Assim, fica mais fácil passar uma mensagem mais assertiva aos funcionários, alinhando expectativas e trabalhando na união para a superação dos novos desafios.
- Ouça os trabalhadores: quem não se sente ouvido (ou acredita não ter suas opiniões devidamente valorizadas) tende a não se engajar com uma causa – nesse caso, a pauta corporativa. Então, a CI precisa incentivar os funcionários a falar e, ao mesmo tempo, a liderança a escutar. Por fim, estimular a concessão de algum retorno, com a implementação ou não das sugestões.
- Firme parceria com o RH: a área de Recursos Humanos, assim como CI, tem como público-alvo os membros das equipes. Por que não unir forças e tentar remediar as dores do outro departamento? O diálogo trabalha diretamente com o engajamento e pessoas entusiasmadas não saem facilmente da empresa. Portanto, a CI passa a contribuir com a diminuição do índice de turnover, um dos principais problemas de RH e muito custoso para as companhias.
- Planeje-se: é preciso conhecer o perfil dos integrantes da corporação para entender qual a melhor forma de se comunicar. Para isso, o bom e velho planejamento é seu amigo nessa construção de uma CI mais estratégica. Uma dica de ouro é criar personas para o público interno, entendendo além de características gerais como faixa etária, sexo e setores. Atribuindo a elas nuances como rotina, meios de informação, sonhos os quais a instituição ajuda a alcançar etc.
Na etapa da recuperação, a tarefa é mais difícil: com um cenário tão diferente e um futuro incerto, a CI é a rocha na qual os colaboradores se apoiarão para construir e/ou manter uma relação de confiança com as corporações.
Quais são suas estratégias para superar a crise?