Poupar dinheiro é um grande desafio, principalmente no Brasil. Segundo a pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil), 75% da população não faz qualquer tipo de economia. Diante desse cenário preocupante, o fundador do Grupo The One e especialista em educação financeira, Uesley Lima, destaca dicas sobre como poupar em períodos mais complicados.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento dos consumidores cresceu a níveis recordes. Em dezembro, apurou-se o fato de 66,3% das famílias brasileiras terem dívidas e esse é o maior patamar desde 2010. Ou seja, mais da metade da população abandonou sonhos, como comprar um carro, viajar, entrar na universidade, começar a poupar, investir ou mesmo cuidar da saúde mental para quitar dívidas.
Primeiros passos
O primeiro passo para corrigir a situação, de acordo com Lima, é se organizar e analisar o quanto você ganha e gasta para, com isso, estabelecer uma quantia para reservar todo mês. “Criar o hábito de salvar renda entra naquilo chamado de “fase de acumulação”, destaca o especialista. Esse período é a principal etapa da educação financeira, na qual o indivíduo trabalha e reserva o máximo de recursos possível ao longo da vida, seja em bens materiais ou em dinheiro.
Também é essencial manter a calma
Alexandre Mouri, executivo do “toazul”, serviço de concessão de crédito consignado privado da One7, destaca como passar noites em claro, perder o apetite e o humor não são caminhos para a solução de um possível saldo negativo. “Além de acarretar problemas de saúde, é impossível raciocinar e traçar um plano nessas condições. O primordial é parar de se culpar e ter certeza: você não é o problema. A maioria das pessoas não sabe lidar com os rendimentos e isso, na situação atual, é completamente compreensível. É só não se permitir ficar acomodado com a situação e não ir atrás da resolução”.
Gastos desnecessários devem ser evitados
O segundo passo é cortar gastos desnecessários. É comum entrarmos naquela rotina de consumos, na qual compramos tudo para satisfazer desejos e vontades, mas, para Uesley, esse é o principal erro. “Monte uma planilha com despesas essenciais e outra com aquelas desnecessárias. No final, você estabelece um valor máximo para dispor com o planejamento considerado superfluo”, destaca Lima.
Organização é essencial
Segundo Alexandre, organizar as contas e saber exatamente o valor do seu salário, considerando os descontos das taxas e impostos é um bom começo. “É um trabalho simples mas requer força de vontade e qualquer um pode fazer. Um papel e lápis bastam para iniciar ou até mesmo pendurar as contas na geladeira. Cerca de 70% dos endividados poderão evitar chegar ao extremo se começarem a utilizar ferramentas e colocarem em prática a educação financeira básica. Compartilhar dívidas e anseios com a família também é um bom conselho. Às vezes, ficamos cegos com os problemas e não conseguimos pensar fora da caixa”, orienta.
Celular e aplicativos podem ajudar
O celular se tornou o objeto mais importante na vida de grande parte da população, por isso, usar aplicativos de controle também é uma opção eficiente para organizar despesas pessoais. Segundo Lima, “esse último passo também é importante e pode ajudar quem não tem muito tempo para fazer um planejamento manual. Além disso, alguns apps também mandam avisos sobre quando os cartões são usados acima do estabelecido previamente”.
Para o educador financeiro, essas são as principais indicações para reduzir os gastos e estabelecer um poder de acumulação mensal. Ele também destaca a importância de se manter a qualidade de vida, mesmo com redução. Para ele, é importante aumentar as reservas ou direcionar o capital economizado para ações produtivas e de crescimento, mas também é vital preservar o padrão estabelecido, mantendo o conforto e o bem estar da família.
Já sabe como adotar estratégias para organizar as finanças?