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Burnout: como lidar com o estresse no ambiente de trabalho? 

Notícia | 09/02/2021

Gabriela Vasconcelos

Aquele cansaço excessivo e o estresse prolongado no trabalho podem ter um significado mais profundo. Recentemente, a Síndrome de Burnout  foi incluída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na nova Classificação Internacional de Doenças (CID – 11). Segundo pesquisas da Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil) de 2019, a situação acomete cerca de 33 milhões de brasileiros.

De acordo com a psicóloga Sabrina Amaral, da Epopéia Desenvolvimento Humano, localizada em Campinas (SP), a condição pode ser fator para o desenvolvimento de casos mais graves: “Trata-se de um distúrbio psíquico relacionado à exaustão emocional, mental e física; em decorrência de estresse crônico no trabalho. Se não for tratada, pode abrir portas para quadros mais severos como a depressão crônica e ansiedade generalizada”, afirma.

A Covid-19 tornou ainda mais frequente a abordagem de temas relacionados à saúde mental na atuação remota. “Questões sobre o esgotamento profissional se intensificaram com o cenário da pandemia. Isso sem mencionar a ‘glamourização’ de uma vida ocupada demais, somada à eliminação dos limites entre vida pessoal e profissional no home office. No dia a dia fica muito difícil de separar e se desligar das coisas”, conta a psicóloga.

Com base nisso, Sabrina elencou algumas medidas as quais podem ser incluídas na rotina para melhorar a relação com o trabalho:

Como saber se eu tenho síndrome de burnout?

Não existe um exame para detectar a Síndrome de Burnout, o diagnóstico é feito por meio de uma avaliação clínica dos sintomas - você pode conhecer alguns deles clicando aqui. Testes de avaliação, como este, ajudam quem está em sofrimento a identificar os sinais e pedir ajuda, mas não substituem a avaliação profissional.

Como prevenir e tratar?

Aprender a lidar com o estresse e buscar o aprimoramento da inteligência emocional é importante para o crescimento pessoal e profissional. Para isso, a especialista separou algumas dicas para auxiliar na preservação da saúde mental de todos:

1) Priorização de tarefas 

Priorizar tarefas separando o urgente do importante. Para fazer isso você pode contar com ferramentas como a Matriz de Eisenhower, a qual possibilita organizar as atividades de maneira mais visual evitando a sobrecarga de tarefas.

2) Foco e concentração

Aprender a se concentrar em uma determinada atividade, minimizando as distrações, amplia suas capacidades cognitivas. Muitas vezes estes ‘ladrões de tempo’ são atividades relacionadas ao trabalho como responder e-mails, fazer pesquisas na Internet, realizar telefonemas curtos, reuniões das quais você não precisava participar etc. A tríade do tempo é uma boa opção de ferramenta para ajudar.

3) Dizer não sem culpa 

Geralmente, pessoas se sobrecarregam por dois motivos: ou por não reconhecerem seus próprios limites ou por não os respeitar dizendo não. A chave para conseguir cumprir esse passo é a comunicação não-violenta. Trata-se de uma ferramenta desenvolvida pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, a qual ajuda a identificar seus sentimentos e suas necessidades, bem como os das pessoas ao redor.

4) Prática de autocuidado 

Atividades simples e prazerosas devem fazer parte da rotina para garantir qualidade de vida e equilíbrio. Por isso é importante cuidar da alimentação, praticar atividades físicas, meditação, ter horários estabelecidos para uma rotina saudável, diminuir o perfeccionismo e a autocobrança, estabelecer momentos de lazer e relaxamento.

5) Ajuda psicológica 

Quem sofre com o burnout, comumente, acredita: precisa lidar com suas emoções sozinha, dar conta de tudo e considera pedir ajuda um sinal de fracasso. Porém, quanto mais ela se sobrecarrega, mais severo se torna o quadro abrindo portas para doenças físicas e mentais.

Em razão disso, ter o apoio de um psicólogo é fundamental! Seja por meio de uma terapia breve (presencial ou on-line), ou mesmo por meio de uma sessão de aconselhamento psicológico pontual. Às vezes, poucas horas de terapia podem poupar meses de sofrimento desnecessários.

Por fim, lembre-se: a síndrome não é cansaço. Não banalize a situação! Trabalhe seu autoconhecimento, entenda: os erros fazem parte da vida e procure não se cobrar tanto. 

Diagnóstico e sintomas 

É necessário procurar um especialista da saúde para obter um correto diagnóstico. No entanto, alguns sintomas são perceptíveis e servem de alerta, como: desesperança, depressão, impaciência, irritabilidade, tensão, diminuição de empatia, baixa energia, fraqueza, preocupação, cefaléias, náuseas, tensão muscular, dor lombar ou cervical, distúrbios do sono. 

Guilherme Ferreira, estudante de engenharia, já passou por diversos momentos de enfraquecimento. Por isso, ele procura ficar atento a fim de não acarretar em problemas maiores. “Considero todos os cenários possíveis, busco suporte de companheiros e tento encarar tudo sempre pelo lado positivo. Principalmente, procuro confiar no meu talento para exercer as atividades destinadas a mim”, explica o estudante. 

Assim, fique de olho nos indícios e, se for o caso, procure apoio profissional.

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