Em 2020 vivemos muitos anos em apenas um. Se a pandemia por um lado acelerou a digitalização das relações profissionais e interpessoais, por outro nos fez regredir em questões como a inclusão de pessoas com deficiência (PCD) no mercado de trabalho.
Os números não apontam a inclusão
Logo nas primeiras análises dos impactos da pandemia no tema inclusão de PCDs, é possível observar uma coisa: no home office somos todos iguais. Ou seja, “não importa como é o ser humano, mas como ele vai entregar suas tarefas”, avalia a CEO e fundadora da Talento Incluir, Carolina Ignarra.
O teletrabalho aumentou a produtividade dos PCDs e a explicação para isso é não ser necessário locomoção, trazendo mais segurança a esses indivíduos. Mesmo assim, isso não foi o suficiente para melhorar a empregabilidade deles no país.
De acordo com dados do Dieese, esse grupo foi atingido severamente pelo desemprego durante a pandemia. De janeiro a agosto de 2020, por exemplo, foram fechados 849 mil postos de serviço formais no país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Desse total, cerca de 20%, isto é, 171,6 mil, eram ocupados por PCDs. Logo, as companhias demitiram, no período, 216 mil deles e contrataram apenas 40 mil.
Com o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, novas alterações foram introduzidas na Lei 14.020, em relação à MP 936. Um dos pontos foi a proibição da dispensa sem justa causa de PCDs durante o estado de calamidade. Assim, foi preciso usar de uma medida provisória para congelar os desligamentos até o fim da pandemia. “Inicialmente, isso apontava para um retrocesso. Contudo, o mercado está se dividindo entre organizações inclusivas por convicção e aquelas por obrigação legal”, analisa Carolina.
O tema diversidade e inclusão hoje tem foco, espaço, é pauta relevante nas agendas dos executivos e encontrou o caminho para alcançar a importância merecida. “Estamos falando de gente, das diferenças e são os seres humanos quem fazem o negócio e os resultados acontecerem”, complementa a CEO.
Somos todos seres humanos!
Para a assistente de departamento pessoal, Tatiane Bordignon Martinati, portadora de uma doença inflamatória crônica, conhecida como Artrite Reumatóide, além dos maiores desafios a serem superados, teve de aturar situações de discriminação e preconceito em experiências anteriores. Na Matera é diferente, “ninguém se coloca acima ou melhor em relação ao outro. Posso ser tão boa quanto meu amigo ao lado, mesmo com todas as limitações físicas. Isso é puro, aqui. Todos temos espaço para falar, pedir, se manifestar, se posicionar e as manifestações de ideias são levadas em consideração”, explica.
O pilar da multipluralidade ainda enfrenta grande resistência pelas instituições, dificultando a mudança no cenário da desigualdade. Muitas vezes a pessoa tem competência, mas as desculpas estão relacionadas à forma como a vestimenta ou até o tipo de cabelo está em “desacordo” com a entidade. Então, é preciso desconstruir, urgentemente, esses preconceitos e estereótipos.
Portanto, tentar se adaptar aos novos contextos é fundamental para manter uma marca admirada. Por isso, acabar com as discriminações é uma necessidade humanitária. Independentemente do ambiente, setor, ocupação e etc. Afinal, somos todos seres humanos.
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