Segundo dados do Instituto Ethos, as mulheres são a maioria nos cargos de estágio e aprendiz, com 60% de presença. Contudo, perdem força em funções de supervisão e com melhores salários. Nos conselhos de administração, por exemplo, o percentual de presença feminina é de 11%. Saiba mais!
O afunilamento de chances dentro das corporações foi constatado em pesquisa feita nas 500 maiores empresas do Brasil. Além disso, um levantamento recente do McKinsey reiterou a importância da igualdade de gênero no universo corporativo. De acordo com estudo realizado com mais de mil instituições em 12 países do mundo, dar oportunidades de posições de chefia às mulheres aumenta em 21% a probabilidade de um negócio ter performance financeira acima da média.
A grande chave para as companhias é avaliar candidatos julgando apenas dados concretos e palpáveis. Assim, a direção teria mais a ver com mérito e não seriam limitadas a qualquer tipo de discriminação.
Capacitadas
O acesso mais fácil à capacitação e a disponibilidade maior de bolsas levaram a um aumento no número de brasileiros dedicados ao estudo remoto, mas principalmente entre as mulheres. Isso demonstra ainda mais a mudança no espectro social de papéis de gênero.
O formato já era preferência entre elas antes mesmo da pandemia. De acordo com o CensoEAD.BR, da Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED), as mulheres representam 55,7% do público de cursos virtuais, contra 44,30% de homens. No projeto Trilha Digital, o qual promoveu ao longo de três meses palestras gratuitas de capacitação, o cenário não foi diferente.
Com 14 capacitações on-line, o programa, conduzido pelo Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), localizado em Curitiba (PR), em parceria com a Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), atingiu mais de 10.500 pessoas. Em algumas palestras, a porcentagem de alunas do sexo feminino chegou a 66%, principalmente com idades entre 45 e 54 anos. Ao todo, foram emitidos 569 certificados de conclusão.
Para o gestor de Ação e Responsabilidade Social do ICI, Ozires de Oliveira, esse percentual alto tem relação com a busca delas pela conquista de novos postos de trabalho e posições de liderança. “Historicamente, elas enfrentam uma série de preconceitos e desigualdades no mercado de trabalho. Por isso, quando surgem oportunidades como o Trilha Digital, elas tendem a valorizar mais a chance de aumentar sua capacitação”, conta.
O projeto contou com conteúdos na área de comunicação artificial humanizada, preparação para entrevista de emprego remota, voluntariado como desenvolvimento profissional e outros pontos para deixar as relações de trabalho mais eficientes e saudáveis.
Responsabilidade social corporativa
As corporações possuem um papel decisivo na transformação social. É necessário não apenas se atualizar, mas estar à frente das transformações e inclusão de gênero. Além de contratar, é preciso garantir um ambiente livre de opressões e assédio, bem como auxiliar o crescimento corporativo e pessoal das funcionárias.
Para Julia Vieira, consultora de RH, o maior desafio é reconhecer-se capaz perante os questionamentos e imposições externas de uma sociedade ainda em transição rumo à valorização da diversidade. Por isso, as corporações devem ser aliadas e fomentar um espaço corporativo acolhedor, com políticas de inclusão. “Essa segurança é fundamental para proporcionar confiança e espaço no mercado não só para a própria colaboradora, mas também para a equipe. Não é conquista de apenas de uma, é de todas nós”, afirma
Como você apoia a diversidade em seu negócio?
