A pandemia de Covid-19 impactou de forma significativa os negócios no mundo todo. Países com maior capacidade econômico-financeira realizaram grandes aportes para auxiliar não só a população, mas também as empresas a passarem o período de quarentena. No Brasil, o Governo liberou auxílio emergencial para as famílias e estimulou crédito bancário para ajudar às instituições a se manterem até um momento mais seguro para a reabertura. No entanto, mesmo assim a crise atingiu os pequenos empreendimentos.
Reflexões sobre o futuro dos negócios
Para o economista, Paulo Eduardo Akiyama, como ainda não há uma previsão definitiva de quando as pessoas serão vacinadas contra o novo coronavírus e o mundo ainda vive uma segunda onda da doença, será preciso experimentar um período de inflação elevada, perda de empregos, diminuição do mercado, falências e recuperações judiciais e, por conseguinte, perda de faturamento e ganho real. “Nossa economia já vem experimentando aumentos nos preços dos alimentos, equipamentos para trabalho remoto, mobiliário, material de construção, entre outros. Tudo isso em razão da paralisação da produção e uma retomada cautelosa em razão da segurança da saúde dos funcionários”, analisa.
De acordo com o especialista, o Brasil vai precisar de mais de dez anos para ter uma retomada significativa, “dependendo de como vai ser gerida a economia no próximo ano”, complementa. Por isso, o economista aconselha aos empresários a buscarem soluções a curto e médio prazo. “Caso estejam sendo conduzidos pelas incertezas e gestão temerária de nossa economia, não enxergo um mar de brigadeiro”, ilustra.
Medidas para mitigar o cenário negativo
Portanto, surge o questionamento: quais seriam as medidas para lidar com essa situação? Para Akiyama, o ideal seria as linhas de crédito serem contratadas diretamente com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ou participação do banco estatal no risco do tomador: “seria o melhor incentivo para o empresário investir e gerar emprego. A roda da fortuna deve girar e não estagnar ou ser impedida de dar o giro completo”, afirma.
Assessorias jurídicas
Outra dica do gestor para líderes seria buscar o auxílio de assessorias jurídicas: “elas podem ajudar na busca de soluções de financiamento, analisar os riscos da tomada de recursos e os contratos apresentados pelos bancos, comumente imutáveis. Porém, ao menos o contratante do empréstimo estará consciente sobre as assinaturas e fluxos. Ainda uma boa assessoria fornece apoio ao empresário com relação aos seus empregados, clientes devedores e renegociação de dívidas”, aconselha.
Cobranças e contabilidade
Em conjunto com a contabilidade da empresa, Akiyama orienta também buscar soluções para os impostos e taxas não pagas. “Muitos empreendimentos não estão pagando seus tributos. É preciso avaliar os riscos trabalhistas e demais aspectos ligados à saúde do negócio e de seus sócios”, comenta.
Já em relação às cobranças, para Akiyama é muito comum, atualmente, os maus pagadores se alicerçarem na pandemia. “Essa, no entanto, não é a realidade dos fatos. Quem continuou trabalhando, mesmo com redução de demanda, gerou recursos, deve saber quais partes não lhe pertencem, mas sim ao seu fornecedor, empregados, aluguéis etc. Portanto, caso o empresário tenha uma carteira de inadimplentes, deve sempre contar com um escritório de advocacia para proceder com suas cobranças e negociar com seus devedores”, orienta.
Quais são os aspectos legais e econômicos carentes de atenção em seu negócio? Acompanhe as matérias e conteúdos do Nube para mais orientações.