A pandemia alterou não só a rotina dos brasileiros, mas as diversas formas de interação social, profissional e pessoal. As atividades do trabalho, em home office, exigem mais disciplina para execução, requerem equipamentos adequados, boa conexão de Internet, ambiente apropriado para concentração e acesso total aos recursos disponíveis por meio da tecnologia digital.
Entidades de todos os setores precisaram se adaptar
Grandes e pequenas empresas, multinacionais, instituições bancárias e muitos tipos de comércio já adotaram o teletrabalho como regra, pelo menos parcial, após o teste forçado para driblar as imposições do distanciamento social. Além de economia, para muitos desses sistemas, as mudanças impulsionaram adequações e inovações.
Impactos da crise
Uma pesquisa da Coneecta, entidade voltada à inovação, avalia os impactos da crise na gestão das cooperativas, demonstrando, além das vantagens tradicionais do sistema, maior acessibilidade aos serviços e praticidade para não paralisar as atividades.
O levantamento mostrou como 65,4% dos entrevistados enfrentam uma dificuldade em desenvolver novos produtos e serviços adequados à realidade pós-pandemia. Outros 57% sinalizaram como o maior desafio adaptarem produtos e serviços.
Exemplos de sucesso podem inspirar
Na Cooperativa Habitacional Cicom, de São Paulo, a tecnologia sempre fez parte do dia a dia, mas novos recursos começaram a ser implementados também para o processo de adesão e participação ser possível nos canais digitais. “A Cicom já conta com uma estrutura automatizada para a emissão de boletos bancários e atendimento via redes sociais, mas o processo ganhou cara nova, com um aplicativo em fase de testes”, explica o diretor executivo da entidade, Carlos Massini.
Transformações positivas
Outra mudança gerada pela pandemia, mas responsável por representar uma evolução com o uso da computação foi no setor de saúde, área de grande importância econômica. De acordo com o anuário 2018 da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), houve um aumento na quantidade de empregados de 16,9% entre 2014 e 2018.
Esse ramo é considerado o maior do mundo. Há dois anos, tributos e despesas com pessoal do segmento injetaram R$ 5,1 bilhões na roda de capital do país. Por isso, sem perder tempo e se adequando ao novo momento, a Atesa, uma companhia voltada aos profissionais da Saúde também fez mudanças para dar conta da crescente demanda do setor.
Novas demandas
Desde março, houve um crescimento médio de 20% nos pedidos de atendimentos domiciliares. “Aumentou significativamente o número de empresas e de pessoas físicas contratando o serviço para ações preventivas e homecare. Além disso, hospitais de campanha também começaram com essa demanda”, relata Raquel Farias, administradora da Atesa.
Cadastros e automatização
O principal desafio foi investir em um atendimento automatizado no setor de cadastros para receber novas adesões. A cooperativa tem 1500 cooperados ativos e atende demandas da capital paulista, Fortaleza (CE), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG). Já no Rio Grande do Sul, a Cooperoda, de Passo Fundo, atua no Transporte Rodoviário de Cargas e também modernizou seus processos para acompanhar a gestão dinâmica externa, sem a necessidade de manter encontros frequentes entre os cooperados.
Outro setor também se adaptou
De acordo com seu supervisor, Willian Telpes, a corporação reúne autônomos e empresas no transporte de cargas nacionais e internacionais. A principal rota de operação é Brasil-Argentina, mas foi paralisada durante a pandemia, “mesmo assim, a atuação continua forte, sem índices significativos de inadimplência. Até porque, internamente, os serviços de frete também passaram a ter aumento na demanda nesse período”, avalia Telpes.
Com o auxílio da tecnologia, foi possível não só encurtar distâncias, mas quebrar barreiras em setores onde novas dinâmicas passaram a ser fundamentais. O coronavírus causou e vem causando muitas dificuldades em todo o mundo, mas também nos ensina todos os dias como podemos evoluir em muitas vertentes e, talvez a maior delas seja como empregar melhor os nossos conhecimentos e recursos.
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