Diante das mudanças do atual momento, é inevitável não surgirem reflexões sobre o futuro do trabalho. Para muitos, o home office será permanente. Muitas vezes, diante desse cenário, algumas pessoas acabam "perdendo a mão" e errando tanto para mais quanto para menos. Por isso, é importante fazer a gestão do tempo e da produtividade.
Síndrome de Burnout
Segundo César Garcia, diretor de projetos e desenvolvimento da Meeta Solutions, antes de entrarmos no âmbito de "isso também vai passar", deve-se ter em mente a necessidade de fazer uma avaliação sobre a sobrecarga de trabalho, pois é uma temática existente desde sempre. A Síndrome de Burnout, transtorno emocional capaz de gerar exaustão, esgotamento físico e alto estresse causado por situações de trabalho desgastantes, vem aumentando ano a ano.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com um transtorno mental. “Se isso já ocorria no pré-pandemia, imagina agora, com a pressão vindo de todos os lados e o isolamento social nos deixando mesmo mais vulneráveis”, afirma.
Um estudo realizado pela empresa de pesquisas Harris mostrou como 44% dos brasileiros entrevistados percebiam, de alguma forma, esses efeitos na atual conjuntura. O Brasil foi o primeiro país da lista do levantamento. Para Garcia, isso é preocupante: “especialmente porque nesse novo normal, a tendência é a carreira e a vida pessoal caminharem cada vez mais juntas”, destaca.
O olhar para o todo
Segundo o especialista, essa preocupação a respeito de sobrecarga ou de má gestão do tempo e de produtividade deve ser uma preocupação não só de quem adoece, mas também da companhia. “Afinal, qual o principal ativo? É preciso cuidar do colaborador, ajudá-lo, tanto do ponto de vista humano como do negócio. Lembre-se, uma peça fora do lugar ou não funcionando corretamente pode prejudicar a engrenagem como um todo. Uma negócio improdutivo e com pessoas "doentes" pode diminuir muito o seu nível de entrega e as inovações produzidas”, comenta.
Uma constante no mercado de trabalho é de como a carga horária precisa ser proporcionalizada. “Não podemos exigir muito de nós mesmos e do nosso time, mas também não devemos jogar ao relento as horas de atividade. A gestão desse meio termo entre labutar demais ou de menos nos faz um profissional bem sucedido e, por consequência, um empreendimento de sucesso”, sugere.
O papel da liderança
Por isso, é imperativo para os líderes saberem controlar seu time “e não no sentido de fiscalizar as horas com rigidez como antigamente, mas sim de ter a medida do equilíbrio. Já dizia a sabedoria da medicina chinesa: não é aumentar ou diminuir a energia, é manter o equilíbrio”, aconselha Garcia.
Para ela, independentemente de como funciona a avaliação em sua instituição, é preciso essa "figura" ter o apoio de ferramentas capazes de ajudar nessa gestão. “Existem inúmeras técnicas de organização para nos ajudar a elencar prioridades. Não podemos desperdiçar a tecnologia, a qual tem nos provado ser benéfica”, ressalta.
Ferramentas de gestão
As ferramentas de gestão de tempo e produtividade oferecem a possibilidade de autoconhecimento e de autocrítica, fazendo uma análise do quão produtivo alguém está sendo. Além disso, o diretor destaca: “é importante refletir sobre quais formas de contribuir para entregar mais, sem ficar maluco. Lembre-se, uma hora a conta sempre chega e com o Burnout é assim”, enfatiza.
De acordo com Viviane Vicente, consultora de etiqueta corporativa e competência cultural, Em um momento no qual a maioria dos projetos e relacionamentos se realizam on-line, preferências entre manter-se ocupado e produtivo e nutrir as relações se tornam profundamente aparentes.
“Para funcionários orientados para relacionamentos, cumprir as tarefas e manter os relacionamentos positivos têm a mesma importância; eles podem até gostar do arranjo de trabalho flexível, mas provavelmente sentem falta da convivência no ambiente do escritório. É importante entender onde os membros de sua equipe se encaixam nesse espectro, atribuir responsabilidades de acordo e tomar cuidado com o síndrome”, finaliza.
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