Como será a vida após essa pandemia? As transformações começaram a acontecer, as empresas precisaram se reinventar e mandar seus funcionários trabalharem de casa em tempo recorde. Além dos desafios de gestão, outras questões entraram na lista de preocupações dos gestores - como o aumento de casos de ansiedade e depressão.
É necessário pensar além da produtividade e levar em conta processos os quais auxiliem em todos os aspectos da rotina dos profissionais. Esse fator vai ao encontro do desempenho das corporações. Segundo pesquisa realizada pela Edelma, 87% dos membros de corporações concordam: as organizações são responsáveis pelo bem-estar físico e financeiros de seus colaboradores.
De acordo com Tomás Camargos, sócio-fundador da VIK, essa crise na verdade escancarou a necessidade das instituições cuidarem da saúde do trabalhador. “A questão da saúde era negligenciada pelas corporações. Quando os profissionais passaram a ir para home office, perderam o contato diário e tiveram uma mudança inesperada. Assim, surgiram diversas incertezas, como a possibilidade de demissão, perda de clientes, falta de estrutura e tudo isso potencializou algum desconforto, afetando ainda mais seu desempenho”, revela.
Ainda de acordo com ele, as pessoas fora do sedentarismo apresentavam mais resiliência e encaram a mudança com mais naturalidade e sinceridade. “Isso fez as organizações enxergarem a importância da saúde dos contratados, antes esse era um processo muito lento e agora tem sido colocado em prioridade. Uma das estratégias para isso tem sido investir em games os quais proporcionam interação, amizade, momento de descontração e ainda uma motivação, pois sempre deve haver uma premiação no final”, revela Tomás Camargos.
Abaixo, o especialista lista três modificações a serem adotadas pelo RH em um “novo normal”:
1 - Atenção à saúde física e mental do time
As boas organizações perceberam ainda mais durante essa crise a necessidade de investir no bem-estar dos membros da equipe para evitarem, futuramente, gastarem com doenças causadas pelo sedentarismo e estresse, por exemplo. “Isso também permite a diminuição considerável dos custos das organizações com plano de saúde, absenteísmo e baixa produtividade. No Brasil, esse movimento vinha acontecendo lentamente, mas agora, com as transformações, as áreas de RH se demonstram mais atentas a esse ponto”, alerta Camargos.
2 - Propósito alinhado com a cultura da empresa
Além de um salário alto e benefícios, os empregados querem se sentir uma parte fundamental do negócio. “Hoje, vida pessoal e profissional estão interligadas, somos uma mesma pessoa. Mesmo em home office os indivíduos querem se sentir pertencentes ao local no qual atuam. Por isso, programas de gamificação geram mais interação entre as pessoas. Além de proporcionar interação e saúde, ajudam na disciplina com as atividades, autoestima, produtividade, redução do estresse e até no sono. Proporcionar experiências, muitas vezes, dá mais resultado e engajamento em relação a apenas uma bonificação em dinheiro”, diz Camargos.
Nesse cenário, as áreas de RH percebem: engajar alguém passa diretamente pela adequação de propósito e cultura entre trabalhador e organização. “Ter colaboradores alinhados com a empresa já evita grande parte das dificuldades enfrentadas pelas organizações referentes às pessoas e será ainda mais determinante em meio à instabilidade a qual estamos vivendo nessa pandemia”, alerta o especialista.
3 - Tecnologia e qualidade de vida unidas a favor do ‘novo normal’
As áreas de RH sentiram na pele a necessidade de se ajustar ainda mais rápido a transformação digital e precisaram migrar todos seus processos para o on-line. “Aquele happy hour, premiação e incentivos realizados presencialmente foram adaptados. As companhias buscaram o smartphone para ajudar nesse processo. Além de aplicativos de comunicação interna e gestão, passaram a adotar ferramentas de gamificação as quais fizessem os funcionários se sentirem partes da cultura corporativa”, descreve Tomás.
Quais mudanças o RH realizou no seu trabalho?