Trabalho remoto, revisão de planejamento, desenvolvimento de novas estratégias, produtos e serviços. O primeiro semestre de 2020 foi marcado por diversos desafios nas empresas brasileiras e não foi diferente no formato de liderança. Antes pautados pela proximidade com as equipes e a facilidade de comunicação, agora muitos profissionais precisam criar novos modelos de gestão, a fim de garantir a continuidade dos negócios.
Reavaliar os cenários é necessário
Para Roberto Vilela, consultor empresarial e mentor de negócios, o momento é de reavaliação. “Ainda vejo muitos líderes centralizando as decisões e, com isso, se sentem mais seguros ao acompanhar de perto a rotina da equipe. Com a ascensão e necessidade do trabalho remoto, ficou impossível de verificar pessoalmente as demandas. Então o contexto é de se adequar e rapidamente alterar questões relacionadas à rotina de entregas”, diz.
Alinhamento é imprescindível
Entre as características essenciais para tornar os negócios mais competitivos, de acordo com Vilela, estão a agilidade na tomada de decisão e a adequação a novos hábitos. “Alinhamento constante é fundamental. No entanto, cada vez mais o ambiente digital precisa ser utilizado. Reuniões on-line rápidas substituirão agendas mais extensas e os supervisores precisarão desmistificar a questão do cumprimento do horário, substituindo-o pelas entregas. Afinal, acredita-se no aumento da flexibilidade da jornada”, comenta.
Mariana Pontes teve mais abertura e conforto no seu expediente como auxiliar administrativa, em Campinas. “A companhia viu a possibilidade de dar aos colaboradores a chance de fazer uma carga compatível com cada indivíduo e ainda assim apresentar bons resultados”, comenta.
Para ela, esse é um ponto crucial para sua permanência no quadro de talentos. “Eu particularmente tenho um grande respeito por empreendimentos quando ouvem seus clientes internos, pois isso faz total diferença na hora de pensar em construir carreira”, compartilha.
Para o consultor, outra questão importante será a visão estratégica. “Líderes precisam estar sempre um passo à frente. Identificar gargalos na rotina do time, perceber as questões responsáveis por minar a produtividade e apoiar os profissionais no estabelecimento de novas rotinas. Assim, o cliente deve estar no centro da tomada de decisão, pois isso será um diferencial”, comenta.
Ainda de acordo com o especialista, quem está na chefia deixa de ser aquele indivíduo com funções estruturais, como o cumprimento de normas legais da rotina trabalhista por parte de sua equipe. “Ele passa a assumir o papel de guia na busca por novos resultados. Se o coordenador deixa a desejar em quesitos como adaptabilidade, criatividade e proatividade, irá refletir essa falta na staff”, pontua.
O que dizem os estudos?
Liderar pelo exemplo nunca foi tão importante quanto agora e, além de habilidades técnicas, as chamadas soft skills também estão em alta. Uma pesquisa recente da consultoria PwC com mais de 70 mil indivíduos em posições de comando apontou: criar um ambiente de confiança e empatia é crucial para a jornada do gerente.
Já o Coppead, instituto de administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizou um estudo no qual o gestor é visto como peça central na rotina de mapear oportunidades e melhorias. Por fim, a Deloitte mostrou como manter o foco no propósito e potencial do negócio, além de criar uma perspectiva em relação ao futuro da empresa, são questões capazes de fazer toda a diferença para transformar líderes em incentivadores.
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