Os benefícios do home office são visíveis. A flexibilidade de horário, economia de tempo e recursos, mais momentos com a família ou até consigo mesmo certamente propiciam melhor qualidade de vida. Se antes muitas organizações tinham resistência em adotar esse modelo, agora, em meio à necessidade de distanciamento, perceberam ser possível e vantajoso.
Dificuldades
Entretanto, em um contexto pandêmico, a mudança repentina está acompanhada de muitos desafios. Uma pesquisa da Harvard Business Review identificou: no trabalho remoto os colaboradores podem ter dificuldades afetando a motivação. Os indicadores – acentuados pelo cenário – são a pressão emocional, econômica e a inércia, fatores capazes de levar a uma desconexão com o propósito da corporação.
De acordo com o estudo, esses indícios são equivalentes às sensações causadas pela falta de cultura empresarial. No formato a distância, a ausência da equipe induz a insegurança ao tomar uma decisão. O propósito também pode diminuir com a falta de convivência, pois não há ninguém para lembrar sobre o impacto das atividades na vida de outras pessoas.
Conexão
Para uma retomada pós-pandemia, as corporações precisarão dos seus colaboradores conectados. Os líderes do negócio são os responsáveis por construir essa ponte. Afinal, indivíduos engajados conseguem ser mais criativos e adaptáveis. Essa perspectiva foi o ponto de partida para a Kemp, empresa de projetos de arquitetura, engenharia e gerenciamento de obras, reorganizar a cultura corporativa e virar a chave para uma nova fase.
Depois de realocar, em apenas dez horas, 150 pessoas para o home office, a diretoria percebeu: o momento era ideal para se aproximar dos funcionários e conhecer suas habilidades e necessidades. “Essa crise foi nos fortaleceu. Aproveitamos para redefinir toda estratégia e assim seguirmos fortes rumo ao novo mundo”, explica a arquiteta Bárbara Kemp, diretora técnica da instituição.
Para desenvolver novos valores, costumes e visão, todos estão contribuindo. Uma das iniciativas foi convidar os trabalhadores para dividir a sua perspectiva sobre a essência da instituição. Cerca de 65% do quadro se engajou na ideia. “As equipes ficaram animadas em participar. Isso enriquece as atividades e motiva a todos”, menciona a diretora.
Diálogo
Longe da rotina agitada do escritório, Bárbara encontrou uma outra forma de se fazer presente. Semanalmente, ela disponibiliza a sua agenda durante um dia inteiro para conversar com os funcionários. Ao invés de gestora, ela assume o papel de ouvinte. Pronta para escutar a opinião, as novidades e até para tomar um café virtualmente. Para se aproximar das equipes, Bárbara compartilha o seu resumo da semana, com indicadores, pendências e tarefas finalizadas.
Para trazer o clima leve e acolhedor, foi criada uma ação especial. Intitulada de “Kempiano para Kempiano”, a missão é cada um compartilhar semanalmente como o outro colega surpreendeu de maneira positiva. O principal objetivo é substituir a frieza colocada pelo distanciamento, pelo afeto o qual só o elogio pode espalhar - independentemente da longitude.
Outra iniciativa implantada foi a dinâmica de reuniões mensais de cada time para apresentar projetos e resultados aos demais. A proposta foi aprovada por 70% dos contratados. Eles viram no modelo uma excelente oportunidade para compartilhar as atividades executadas, os aprendizados e, claro, comemorar as conquistas. Esse diálogo permitiu identificar pontos de melhorias e aplicá-los na prática.
“Dessa forma, a gente sempre vê algo legal feito por alguém da equipe. Não há dúvidas: todas as iniciativas ajudam os colaboradores e aprimoram a comunicação”, afirma Rogério Moraes, CEO da Kemp.
Como você tem reforçado a cultura em sua corporação?