Tremores, aumento da pressão arterial, insônia, dor de cabeça, irritabilidade e aceleração do ritmo cardíaco. Esses são alguns dos sintomas mais frequentes de um episódio de estresse, problema o qual afeta mais de 90% da população no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Natália Reis Morandi, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, reforça a importância de inserir hábitos mais saudáveis na rotina diária. Isso é necessário para evitar questões graves, como doenças cardiovasculares e depressão, entre outros transtornos.
De acordo com o Ministério da Saúde, o esgotamento é um dos responsáveis por mais de 130 milhões de infartos no Brasil. “Apesar de ser uma resposta natural do corpo diante de uma cena de perigo ou de tensão, a manutenção deste estado por longos períodos pode causar danos sérios à saúde, à produtividade e, consequentemente, à qualidade de vida das pessoas”, alerta a especialista.
Como evitar o estresse?
Segundo Natália, aí está o problema. “Atualmente, com os estímulos da vida moderna e a rotina acelerada, é muito difícil conseguir escapar de situações estressantes. Vale lembrar: o cenário atual de pandemia tem ampliado esse desgaste emocional”, destaca.
De acordo a psicóloga, as pessoas podem avaliar o as coisas capazes de serem modificados em suas agendas. Isso deve ser feito para reduzir a adversidade e fortalecer o organismo e recursos emocionais para enfrentar as situações estressoras as quais não podem ser alteradas. Ao identificar dificuldade de manejo do sentimento, é preciso procurar ajuda profissional.
A seguir, Natália destaca sete hábitos simples para ajudar a combater a dificuldade:
- Evite se manter em uma situação estressora
Sentir raiva é normal, mas a frequência dessa emoção pode ser um sintoma negativo e gerar estafa intensa. Podemos evitar os picos os quais nos colocam em níveis elevados de exaustão, mudando o cenário quando isso acontecer para não potencializar e alimentar o sofrimento causado por determinada circunstância indesejável. “Procure se acalmar e, após refletir sobre o ocorrido, volte novamente a tentar solucionar e/ou enfrentar determinado contexto”, sugere a especialista.
- Faça exercícios de respiração
Sobretudo para quem vive nas áreas urbanas, a poluição sonora associada a momentos de acúmulos de atividades a serem realizadas pode ser um gatilho para o sintoma.“O som dos carros, máquinas e equipamentos eletrônicos, entre outros, os quais mal percebemos no nosso dia a dia, nos mantêm em alerta permanente, a ponto de ficar difícil relaxar”, frisa.
A dica neste caso é reservar alguns minutos para ficar em silêncio. “Feche os olhos, sente-se em uma posição confortável, longe de qualquer barulho, e concentre-se apenas na sua respiração. Inspirar profundamente contando até cinco e expirar, ou realizar uma respiração diafragmática antes de retomar as tarefas diárias pode ser uma solução e promover o relaxamento e alívio do problema. É importante tentar esvaziar a sua mente e os pensamentos os quais poderão surgir”, destaca Natália.
- Proporcione situações prazerosas
Diante de uma rotina exaustiva, uma dica para aliviar o esgotamento é fazer algo para despertar sensações de prazer e relaxamento, Além de manter bons hábitos com a alimentação e a qualidade de sono. “Ler, se divertir, se distrair, receber uma massagem de 15 minutos, almoçar com um amigo, se presentear, comer algo gostoso ou sair da rotina no meio da semana são atividades simples. capazes de manter o autocuidado físico e emocional, contribuindo para a qualidade da nossa saúde mental”, ressalta.
- Repense a regra do “agora”
Avalie suas atividades e responsabilidades diárias e pense: tudo precisa ser resolvido agora? É saudável estabelecer prioridades na realização das tarefas, sejam elas pessoais ou profissionais. A recomendação é avaliar o necessário e o desejável.
“Negocie prazos possíveis, os quais você consiga atender com qualidade, ou deixe claro o impacto da pressa na sua entrega. Quando não tentamos refletir e mediar acerca das expectativas dos outros e de si mesmo, as chances de desenvolver um quadro de estafa aumentam”, aponta a psicóloga.
- Valorize ambientes saudáveis para o trabalho
Se o seu trabalho é entendido como a sua fonte de sofrimento, a especialista recomenda fazer uma sincera avaliação dos motivos pelos quais você continua nele. “A crise econômica e a falta de emprego não devem tirar a expectativa das pessoas de procurar um ambiente profissional melhor para elas”, diz Natália, fazendo referência à Síndrome de Burnout, a qual atinge mais de 30% dos brasileiros segundo dados da International Stress Management Association (Isma).
Ela ainda lembra: as empresas já estão atentas à necessidade de desenvolver boas políticas internas de Recursos Humanos para reter os seus talentos. Precisamos pensar no nosso bem-estar físico, emocional e social para viver com qualidade.
- Peça ajuda
Nós somos seres coletivos, não precisamos fazer tudo sozinhos. O hábito de pedir ajuda a reduzir a pressão, amplia o olhar sobre determinado cenário, ajuda na promoção de soluções mais assertivas e minimiza o sofrimento. Traz sensações de conforto e aumenta o bem-estar.
Tanto em momentos diários quanto de crises intensas (doenças, mortes, separações, acidentes, entre outras), a rede de apoio de uma pessoa é fator importante para o enfrentamento do contratempo. Isso também inclui buscar ajuda especializada. Solicitar auxílio não é um sinal de fraqueza, precisamos estar atentos aos sentimentos de fracasso e impotência diante destas situações.
- Pratique atividades físicas e ou artísticas
O nosso cérebro é estimulado em áreas diferentes quando estamos praticando esportes, caminhadas (curtas ou longas) e realizando atividades artísticas. Ao movimentar o corpo, reduzimos os hormônios causadores do estresse, como o cortisol, e liberamos endorfina. Dessa forma, promovemos melhora do humor e da qualidade do sono.
Portanto, a psicóloga recomenda caminhar, praticar esportes ou realizar alguma tarefa prazerosa para criar um hábito saudável o qual ajude a reduzir sintomas de esgotamento, irritabilidade, cansaço e ansiedade. Cantar, dançar, fotografar, cozinhar ou pintar podem ser boas opções. “Descubra o seu talento e explore coisas as quais goste de fazer”, finaliza.
Como você lida com o estresse?