As empreendedoras estão mais pessimistas quando comparado com os homens no retorno de seus negócios à normalidade. É o resultado apontado em uma pesquisa feita pelo Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o levantamento, para 66% das empresárias, menos da metade dos clientes voltarão a consumir em 30 dias, contra 59% dos homens. Interessante, não é mesmo? Continue lendo para mais informações sobre o estudo.
Ainda de acordo com a pesquisa, as mulheres foram mais prejudicadas no tocante ao faturamento mensal das empresas: 77% delas acusaram diminuição, contra 73%. O estudo, realizado entre 28 de setembro e 1º de outubro, mostrou como apesar de sofrerem mais com o impacto da crise, elas mantêm uma resistência maior a buscar crédito.
Questão cultural
Para a analista de cultura empreendedora do Sebrae, Renata Malheiros, esse contexto demonstra uma questão cultural presente na sociedade: "já era difícil, desafiador e precário antes da pandemia. Além de introjetar crenças limitantes em relação ao mundo dos negócios, ainda tem a questão das tarefas domésticas e com os filhos, atividades as quais continuam recaídas sobre elas. Se antes, algumas ainda contavam com creches, escolas ou ajuda de funcionários, com o isolamento, acabam por acumular 100% das tarefas, ficando esgotadas e reduzindo a quantidade de horas dedicadas às organizações”, ressalta Malheiros.
De acordo com dados de um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas, metade das mães perdem o emprego em até dois anos depois da licença-maternidade. Para Natália Magalhães, senior marketing manager na CI&T, isso se deve a uma crença totalmente equivocada pautada na ideia de perda de produtividade. “Mais uma vez aqui, dados dizem o contrário. Mesmo sem legislação específica exigindo a remuneração da licença-maternidade nos Estados Unidos, em 2016, o Google optou não só por ter, mas por aumentar a licença de três para cinco meses com salário total. O resultado? A taxa de rotatividade das funcionárias diminuiu pela metade e houve uma economia significativa em treinamentos e processos seletivos”, comenta a especialista.
Setores impactados
Outra preocupação marcante é como os setores mais impactados pela crise são predominantemente comandados pela figura feminina, como áreas de alimentos, bebidas e salão de beleza. “Elas mostram, entretanto, uma maior capacidade de implementar inovações em seus empreendimentos. De acordo com os dados do Sebrae, cerca de 42% passaram a comercializar novos produtos/serviços, desde o início da crise do coronavírus, contra 37% dos homens”, comenta a analista.
A especialista destaca ainda outros dados sobre esse contexto dos empreendimentos:
Há mais mulheres alegando ter ainda muitas dificuldades para manter seu negócio (45% delas contra 42% deles);
A maior parcela dos empresários do sexo masculino (38%) tem dívidas, mas está em dia com elas, enquanto somente 35% delas afirmam não ter dívidas/empréstimos;
Cerca de metade deles atuam no setor de serviços, enquanto metade das empreendedoras estão no comércio.
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