De acordo com pesquisas da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) as instituições estão cada vez mais comprometidas com o quesito diversidade em suas equipes. O estudo contou com a participação de 124 companhias as quais representaram 18,3% do PIB brasileiro em 2018. Dessas, 63% contam com programas de inclusão. Diante disso, uma pergunta ainda se faz presente na mente de muitos empresários: como implementar, de fato, a pluralidade efetiva na minha gestão?
O supervisor precisa se atentar a esse tema
Pensando em solucionar esse questionamento, Daniela Verdugo, sócia-fundadora e headhunter na THE Consulting, apresenta três tópicos para culminar em um ambiente de trabalho com representatividade. "Na realidade do mundo, não apenas do mercado, é fundamental um bom líder estar atento a questões como essa, pois a medida acaba gerando um círculo virtuoso no empreendimento", revela a especialista.
Caminho árduo pela frente
Embora haja cada vez mais ações voltadas à prática do respeito às diferenças, há um longo caminho para o cenário ser satisfatório. Afinal, segundo uma pesquisa do Nube com mais de 7 mil participantes, a homofobia é o principal preconceito visto por 40% dos jovens no contexto corporativo.
A estagiária de psicologia, Camila Silva, de Campinas, vê como decisivo o papel das organizações para mudar essa realidade. “Não adianta apenas colocar uma bandeira de arco-íris no perfil quando chega o mês do Orgulho LGBTQIA+”, exemplifica. “A mudança vem de dentro, então a própria companhia precisa se mostrar aberta ao diálogo se quer mudar alguma realidade”, compartilha.
Análise da estrutura interna e noção do ponto de partida
Para um ambiente inclusivo ser implementado de maneira efetiva e duradoura dentro de uma empreitada, é preciso dividir o processo em algumas etapas. Segundo Daniela, a primeira delas é ponderar o contexto atual da companhia a fim de tomar ciência do ponto de partida das mudanças. "Essa análise da estrutura interna a fim de entender como está o seu posicionamento no momento precisa ser o pontapé inicial. A partir de então, os pontos a serem reestruturados ficarão mais evidentes", explica.
Liderança representativa: o conceito aplicado na prática
Após realizar esse diagnóstico, o próximo passo é implementar esse conceito nas posições de gerência. "Focar nessa inserção em cargos de liderança é uma atuação extremamente vital, não somente por refletir valores humanos da entidade, mas também por servir como um fator encorajador para o time de base se identificar", revela a sócia-fundadora da THE Consulting.
Ações de retenção para a diversidade na empresa
Por fim, mas não menos importante. Torna-se fundamental, para quem já conta com essa iniciativa como um de seus pilares sólidos, saber como reter esses profissionais em seu time. "Nesse ponto, torna-se imprescindível ter espaço para discussão de temas interessantes a cada grupo e, principalmente, para a interação entre os times ser fluida e natural", orienta a headhunter.
Tudo isso, de fato, representa um desafio. “Trata-se de uma jornada e da construção de hábitos sociais muito ligados à cultura, mas quando a inclusão é feita de maneira genuína, é possível obter um altíssimo engajamento e isso é muito impactante", finaliza.
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