O desempenho abaixo do esperado de um líder é o principal motivo para profissionais pedirem demissão ou se sentirem desanimados no emprego. É o resultado de um levantamento feito no ano passado pela Michael Page com candidatos. Segundo o estudo, oito em cada dez colaboradores pedem demissão por causa do coordenador.
Ainda segundo o levantamento, decisões gerenciais equivocadas ou mal planejadas inevitavelmente são os mais comuns motivos a levar a um desgaste no relacionamento entre funcionários e gestores. Entretanto, em um momento de crise como o atual, no qual milhões de desempregados buscam uma oportunidade no mercado de trabalho, não dá para escolher quem nos lidera, ou dá?
Para o consultor empresarial e especialista em governança corporativa Marcelo Camorim, é possível sim. Segundo ele, para fazer isso, é preciso, antes de mais nada, conhecer bem a pessoa com quem se está trabalhando e avaliar se seu perfil e estilo combinam com essa gerência.
“Obviamente você precisa se conhecer bem profissionalmente e saber muito bem para onde quer ir em sua carreira e analisar se ao lado do dirigente com quem está trabalhando você terá abertura para crescer e se aprimorar. Porque o seu sucesso depende sim de sua excelente capacidade e de seus talentos, mas também de alguém capaz de dar chance a estes suas capacidades, ou seja, seu gestor”, afirma o diretor executivo da Fox Partners, com escritórios em São Paulo (SP) e Goiânia (GO).
Branca de Neve
De acordo com Camorim, além de uma boa formação e capacitação contínua, o sucesso depende, em muito, das relações corporativas estabelecidas ao longo da carreira, em especial com os supervisores encontrados ao longo do caminho. “Se você é uma pessoa preparada, tecnicamente e psicologicamente para o trabalho exercido, mas há em seu caminho um chefe centralizador e não aberto à mudanças, ele pode sim ser um empecilho para seu crescimento”, afirma.
Com larga experiência empresarial no segmento do varejo e sendo consultor especializado em recuperação de corporações e na transição de comando de empresas familiares, o especialista conta: ainda hoje existem muitos diretores com esse perfil. Eles têm uma ideia errada sobre o papel de um verdadeiro guia; ao invés de incentivar e gerir bem os talentos a sua volta, têm medo do aprimoramento deles.
“No mundo corporativo, chamamos de gestor ‘Branca de Neve’, cercado de anões e como anões não crescem, esse líder também não evoluirá e quem está sua volta também não”, explica o especialista.
Líder ideal
O orientador ideal é justamente quem deseja a evolução e promoção de seu subordinado talentoso, a ponto de um dia ocupar a sua própria cadeira. “Sabe o porquê disso? Porque ele irá sentar em outro cargo ainda mais alto e mais importante. O colaborador incentivado e auxiliado a crescer é um legado e não um concorrente”, afirma Camorim.
Para ele, o bom chefe ou líder precisa saber da sua capacidade e entender: ele e ninguém no mundo será bom em tudo. Aliás o consultor alerta: quem acha entender todas as coisas, descobre, no final, não compreender nada. “Grandes empresas mundiais, de gestão ultra moderna, como a Google, por exemplo, há muito adotam essa filosofia. Elas são tão vitoriosas justamente porque não temem desenvolver seus talentos, nem dar autonomia a eles ou compartilhar conhecimentos e responsabilidades”, finaliza.
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