A modalidade home office trouxe diversas vantagens para os trabalhadores, mas também demonstrou alguns dos desafios de atuar a distância. Dentre eles a atenção à saúde mental e o bem-estar no ambiente. Segundo estudo realizado no Seminário Unidas - Atenção Integral à Saúde, 65,3% dos colaboradores no teletrabalho estão em jornadas maiores e em horários irregulares, destacando a necessidade de se atentar a essa realidade.
Ainda de acordo com a pesquisa, 50% dos respondentes relataram dores no pescoço, ombros e costas, além de problemas para dormir, fadiga e dor de cabeça. 84,2% declararam não existir acompanhamento ou segurança em suas estações de trabalho em casa.
Para Wolf Kirsten, presidente da International Health Consulting, a maior dificuldade das corporações durante esse período é preservar a saúde mental de seus colaboradores. “Já era algo muito importante no ambiente corporativo, mas ficou ainda mais evidente com a chegada da pandemia. A questão não é o home office, mas sim a falta de preparo e estrutura para realizar algumas atividades em casa, até porque aqueles adaptados a essa modalidade, costumam ser mais produtivos”, afirma.
Com a probabilidade de muitas instituições permanecerem remotamente, o especialista ressalta a necessidade de repensar algumas práticas. "Nós temos um novo mundo do trabalho. Instituições como Google, Twitter e Facebook já anunciaram esse modelo para sempre. Algumas pessoas precisam manter as funções presenciais por conta da natureza e necessidades de sua profissão, no entanto, com a pandemia, a prática a distância já é uma tendência global e não será uma realidade somente das empresas de tecnologia", explicou.
Ergonomia e equipamentos
Pensando nesse cenário, o especialista destaca algumas sugestões para preservar a saúde dos funcionários. Dentre elas estão a atenção à ergonomia e a importância de oferecer equipamentos adequados, como mesa, cadeira e direcionamentos para utilização correta, além de lembretes e incentivos para a realização de alongamentos e exercícios físicos.
Gestão
Para ele, o papel do gerenciamento também é muito importante. É necessário criar demarcações claras entre a vida pessoal e a profissional para estabilizar essas duas áreas. “Se não há limite, é difícil para o funcionário conseguir resistir a tudo isso, é preciso equilíbrio. Além disso, é fundamental ter uma comunicação apropriada. Parece algo simples, mas a distância é muito mais difícil", ressalta.
Recursos para a saúde mental
Por fim, o especialista fala sobre a importância de oferecer recursos para o bem estar mental dos colaboradores. "Mesmo antes da pandemia, um número cada vez maior de companhias percebiam a insatisfação de seus funcionários. Estavam exaustos ou até depressivos, inclusive de maneira clínica. O bem estar da mente é um enorme desafio e isso nem sempre fica claro", aconselha.
De acordo com Wolf, ainda há um estigma sobre doenças mentais. "As pessoas ainda têm medo ou receio de falarem sobre esses problemas, por isso é tão importante nós debatermos sobre isso e oferecermos recursos e programas de assistência para auxiliarmos esses indivíduos", sugere.
Para Tathiane Deândhela, escritora e especialista em produtividade, além da importância para a disposição, o equilíbrio psicológico é também uma competência técnica para o profissional do futuro. “Lidar com todas essas angústias em um mundo pautado em resultados exige um domínio enorme de si mesmo. Quando você se protege, sua capacidade produtiva é expandida”, destaca.
De acordo com ela, atualmente as mudanças são muito rápidas e é importante priorizar aspectos além da especialização e das informações no currículo: “esses tópicos não o farão se destacar em meio às adversidades e exigências familiares e profissionais”, orienta Thatiane.
Como você tem cuidado da sua saúde mental? Para mais orientações e dicas de especialistas, acompanhe as matérias e conteúdos do Nube. Leia também: “os cuidados com o transtorno de ansiedade.”