Na atual conjuntura, pouco sabemos sobre o amanhã e estamos constantemente sob estresse devido à ameaça de uma doença. Além disso, existem as incertezas no âmbito social e econômico. Diante de um cenário como esse, é comum nos deixarmos levar por sentimentos diversos no calor do momento, como a irritação até mesmo a brutalidade. Eles são fruto de uma frustração com planos adiados ou diversos outros fatores.
No entanto, para o neuro filósofo Fabiano de Abreu, se deixar levar por tais emoções é prejudicial. “A raiva mal canalizada se transforma em atos de agressividade ou em sentimentos de ira, os quais só atrapalham o desenrolar da vida durante a pandemia. O momento nos pede para ajudar, ao invés de atrapalhar. Quando agimos com fúria, estamos nos justificando com a desculpa de não termos responsabilidade sobre os acontecimentos. Dessa maneira, deixamos de lado a disciplina em relação ao fato o qual apavora o mundo”, afirma.
Sem perder a razão
Segundo Abreu, quando nos vemos tomados pelo furor, a razão escapa, dando lugar à hostilidade, e isso nos prejudica em todos os sentidos. “Perdemos também a ética e a moral. A ira é uma inconsciência intelectual e revela uma falta de maturidade. É natural, momentaneamente, por algo com o qual não concordamos. Até porque ela é a emoção a qual estimula a ação e a resposta motora para fatores os quais nos retiram a homeostase. Contudo, em lugar de perder a razão, podemos canalizar a fúria para algo benéfico”, pontua.
Assim precisamos aprender a utilizá-la para o bem e não para o mal. Isso dependerá do nível de desenvolvimento cognitivo do indivíduo. No momento atual, é de extrema importância o equilíbrio e a ajuda mútua. A saúde mental deve receber a atenção devida, pois ela tem sido muito afetada pela crise da Covid-19 e precisa ser precavida com racionalidade. Portanto, de acordo com o especialista, a indignação pode ser direcionada para se fazer uma leitura do cenário mais adequada, possibilitando uma melhor compreensão e uma tomada de decisão mais assertiva e positiva.
Muito além da Covid-19
A frustração também estimula o estresse, capaz de desencadear no organismo outras doenças, as quais podem ser irreversíveis. “Quando nos permitimos levar por ela nos tornamos irracionais diante de uma situação passível de ser resolvida com um pouco de estabilidade. Mesmo se as variáveis do instante colocarem, a fúria em posição de vantagem sobre a razão, a lógica deve ser trazida à tona para termos ações as quais reflitam a solução, não o problema”, coloca Abreu.
Busque o equilíbrio
Assim, para encontrar o seu equilíbrio e vencer a tentação de se entregar a sentimentos nocivos, o neurocientista tem um método:
- Se está sentindo muita raiva, pergunte-se quais são as atitudes possíveis de se fazer com essa emoção capazes de trazer resultados positivos para a sua vida e para quem está ao seu redor;
- Caso as ações tragam prejuízo, é necessário desenvolver a competência para controlar a emoção;
- Tente, constantemente, vencer a ignorância. Quem é dominado pela negatividade geralmente não tem controle sobre os próprios atos, perdendo a razão;
- Use a força da fúria para construir e desenvolver ações transformadoras para o bem e não a desordem, a baderna e o caos generalizado;
- Crie novas conexões com hábitos saudáveis e ações positivas para o seu cérebro formar uma atmosfera positiva, resultando em melhor bem-estar.
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Como anda a sua inteligência emocional nessa quarentena?