Passados quatro meses de reclusão por conta da pandemia de Covid-19, a discussão sobre as relações de trabalho agora passa pelo aprimoramento do home office. Muitas empresas decidiram continuar apostando nesse modelo pelo menos até 2021 e boa parte das pessoas já se adaptou à modalidade e até sinalizou sua preferência por ela. No entanto, a questão principal é: como as instituições estão medindo a produtividade de seus colaboradores?
Segundo pesquisa realizada pela Ahgora, a segunda maior dificuldade das companhias na gestão de equipes a distância é justamente relacionada ao rendimento. Das 200 ouvidas, 35% relataram desafios no gerenciamento das entregas de atividades. “Muitos se sentem até mais produtivos em casa. Enquanto outros preferem o ambiente corporativo. Cada um tem suas individualidades e o teletrabalho não funciona para todos”, explica Lázaro Malta, CEO da Ahgora.
Gestão de ponto e jornada
Conforme a pesquisa, 59% dos negócios não contam com nenhuma forma de controle de ponto para o time e 71% deles não gerenciam a entrega de tarefas e cumprimento da jornada no trabalho remoto. “Uma das principais questões levantadas pelos empregadores é como fazer essa administração dos grupos atuando de longe”, sugere Malta.
Mesmo não havendo obrigatoriedade desse registro para o formato remoto, é importante uma boa gerência da jornada para trazer transparência na relação entre empregadores e colaboradores. “Com o uso de recursos tecnológicos é possível fazer esse acompanhamento, observar a entrega de tarefas e a performance dos funcionários, mesmo a distância. Assim, o RH e os profissionais têm essas informações à mão, tornando o processo ainda mais eficaz”, afirma o especialista.
De acordo com ele, a tendência é os líderes avaliarem o desempenho a partir do apontamento das atividades realizadas e o tempo investido em cada uma. “É preciso disciplina e foco do profissional, mas também do gestor. Mantenha uma comunicação bem alinhada para a atuação remota acontecer sem prejuízos”, destaca.
Tempo X produtividade
Um dos principais fatores para a não implantação de medições de produtividade remota, segundo o estudo, é a questão financeira. 39% dos respondentes afirmaram o maior impeditivo no momento seria a necessidade de investimento. “A tecnologia é uma grande aliada para fazer o formato remoto de trabalho dar certo. Vale lembrar: já existem ferramentas oferecendo implantação a distância e treinamentos on-line. Tirando essas questões como impeditivas na hora de fazer a gestão em home office”, comenta o CEO.
Papel do líder
Para Erika Linhares, executiva especializada em soft skills e pedagoga, é essencial também o papel do líder para motivar a equipe. “Existe lealdade dos seus colaboradores? Sem essa característica não há engajamento, nem motivação. Não tem a ver com gostar necessariamente do líder, mas sim ser leal com o as funções as quais se comprometeu a fazer e respeitar a instituição”, orienta.
Além disso, para ela, se as tarefas estão sendo feitas da maneira errada, fique junto e ajude a pensar em uma solução. “O mesmo vale para quem está contribuindo super bem e nunca se sente reconhecido pelo trabalho. Dê feedbacks. Com isso, o gestor corrige a rota e acelera cada vez mais a equipe a dar o melhor de si”, comenta.
Como tem sido o acompanhamento em sua empresa? É importante desenvolver posturas adequadas para tirar o melhor proveito do teletrabalho. Por isso, veja as matérias e conteúdos do Nube para novas orientações.
