Problemas de saúde mental já são a terceira maior causa de afastamento de colaboradores do ambiente de trabalho. No Brasil, mais de 23 milhões de pessoas sofrem com disfunções mentais e emocionais nos dias de hoje. Desses, cinco milhões experimentam as doenças em nível moderado e grave. Nesse sentido, a busca por terapia e tratamentos psicológicos é a melhor alternativa.
Para Tatiana Pimenta, CEO e fundadora da Vittude, é um serviço necessário como qualquer outro. “Você faz dieta, vai no salão de beleza, na manicure, na academia, ao dentista e ao médico? Então, deveria ir ao psicólogo também. Afinal a mente é o elemento mais importante e significativo do nosso corpo. Ela é responsável pelas nossas funções cognitivas, executivas e comanda praticamente todas as ações tomadas diariamente” afirma.
No entanto, muitas pessoas ainda ficam em dúvida se é um caminho adequado para si mesmo. “É para qualquer pessoa e todas as idades. Se você acredita ter algo a melhorar na sua jornada enquanto ser vivo, sim, terapia é pra você”, ressalta a especialista.
Como forma de ilustrar a importância do tratamento para a vida profissional, Tatiana compartilha um relato escutado durante uma sessão de mentoring: “ouvi a história de uma pessoa de 65 anos, somente nessa idade descobriu ter passado a vida na carreira errada. Não estava feliz com sua carreira, com a empresa e nem com suas conquistas. Nada tinha valido a pena.”
Pensando nisso, a gestora destaca algumas das principais possibilidades para os trabalhadores desenvolverem após iniciarem um atendimento psicológico.
Capacidade de tomar ações
Estamos a todo tempo tomando decisões capazes de impactar nossa trajetória profissional. Por isso, Tatiana destaca como a busca por auxílio pode contribuir para ações mais saudáveis e positivas. “É uma das ferramentas mais importantes de autodesenvolvimento. Não estou falando apenas de autoconhecimento, mas também da capacidade de tomar ações diante do ganho de consciência a respeito de si”, sugere.
Feedbacks
Uma das maiores dificuldades dos colaboradores é em receber feedbacks. Isso, porque nem sempre enxergam as críticas como possibilidade de evolução ou não conseguem reconhecer as próprias conquistas. “Nesse sentido, o tratamento é fundamental. Sabe quando não nos responsabilizamos por nada? Ou pessoas sempre se colocando no papel de vítimas? Há ainda aquelas culpando o chefe, o colega, a mãe, o pai, o cônjuge, a economia ou qualquer outra coisa pelas circunstâncias? Se responsabilizar pelas rédeas da vida é uma das primeiras coisas ensinadas por um bom psicólogo”, menciona Tatiana.
Frustrações
A CEO orienta também para quem tem dificuldade de enfrentar “os nãos” da vida. “É importante para quem não tem persistência e desiste fácil dos objetivos. Além disso, quando não estamos com a mente saudável, temos extrema dificuldade de ouvir. Ficamos presos em um universo próprio e paralelo”, comenta.
Para Elisa Leão, professora doutora de psicologia, a busca pelo autoconhecimento é constante, diária e exige investimento pessoal. “Parece simples decidir ser alguém melhor e agir com controle emocional, empatia e respeito ao próximo. Para muitas pessoas o simples fato de escolher pelo autodesenvolvimento já significam passos nessa direção. Elas conseguem efetivamente entrar numa dimensão de flexibilidade e consequentemente o alcance de uma vida mais leve e de verdadeiras conexões com o próximo. As pedras no caminho podem significar aprendizados”, finaliza.
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