Já ouviu a expressão: "quem não é visto não é lembrado"? O termo employer branding engloba um conjunto de ações utilizadas pelas organizações com o objetivo de construir e manter uma imagem positiva frente aos colaboradores atuais e aos potenciais contratados.
A expressão foi utilizada pela primeira vez por Simon Barrow e Tim Ambler, em 1996. Ela se refere ao agrupamento de benefícios funcionais, econômicos e psicológicos oferecidos pelo empregador e capazes de garantir a identificação com a entidade contratante. Quando implementado de forma estratégica e alinhado com a cultura organizacional, expressa-se na forma de benefícios e qualidade de vida no trabalho, além de contribuir para o alcance dos objetivos da corporação.
Processo bilateral
Para Marineide de Oliveira, professora de gestão de pessoas da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, atualmente se verifica uma certa inversão em relação aos processos seletivos, ou seja, não são mais unilaterais. “Vem se enfraquecendo a tradicional ideia da área de recrutamento e seleção ser integralmente responsável por escolher profissionais qualificados. Enquanto aos candidatos cabe apenas possuir todas as qualificações relevantes exigidas no perfil das vagas”, afirma.
Segundo estudo realizado pela ManpowerGroup, 54% das empresas ao redor do mundo relatam escassez de talentos. Frente a esse cenário, as corporações também são avaliadas pelos profissionais. “Certamente pessoas com percepção de seu potencial serão mais exigentes e se sentirão mais atraídas pelas melhores instituições para se trabalhar”, ressalta a especialista.
De acordo com Caio Infante, um dos fundadores da Employer Branding Brasil, as companhias escolhem os candidatos, mas os profissionais também escolhem as organizações. “É importante ter autoconhecimento e auto diagnóstico. Por meio desse entendimento, é preciso conhecer com quem eu quero me relacionar como empresa ou colaborador”, orienta.
Competitividade, engajamento e aderência
Uma visão estratégica, passa pela compreensão da vantagem competitiva de um negócio frente aos concorrentes. Necessariamente, também se atenta ao engajamento e aderência do time aos objetivos organizacionais. “Uma ambiência corporativa advém da interação entre capital humano (conjunto de competências e talentos), capital social organizacional (forma de interação entre os membros da equipe, confiança mútua e aprendizados compartilhados) e, por fim, do capital organizacional (reputação). Quando essa relação se dá de forma sistêmica, o ganho é de todos”, explica Marineide.
Home Office
Frente ao atual momento de pandemia, com o de home office, as lideranças devem dar atenção especial a práticas capazes de estimular a lembrança positiva dos funcionários. Seja do período no escritório, dos coffee breaks pós-reunião, entre outros. “O foco deve voltar-se para ações marcadas pelo senso de pertencimento e orgulho em fazer parte do time e da instituição, além de promover um desenvolvimento contínuo”, sugere a gestora.
Para a professora é o momento de investir em um fluxo diário de comunicação entre a equipe, seja pela criação de encontros virtuais nos quais os colaboradores possam compartilhar conquistas, aprendizados, desafios, frustrações e realizações ou para o alinhamento em relação aos avanços dos projeto: “ou seja, terem uma visão do todo e não somente de seu pedaço particular”, orienta.
Empatia
Nesse contexto, cabe ainda se atentar ao bem estar do colaborador, se preocupando com a ergonomia e com a saúde de seus contratados. “Se a empresa quer ser bem lembrada, deve saber: esse relacionamento, para ser duradouro, não pode ser unilateral. Quem se importa cuida. Essa máxima vale para os dois lados! A imagem da organização vai ser refletida de dentro da casa, escritório ou co-working, onde está cada um de seus colaboradores”, finaliza Marineide.
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