O isolamento social trouxe diversas mudanças em nosso cotidiano, principalmente, na vida dos estudantes. Muitos se viram diante de uma nova realidade, com aulas a distância e plataformas on-line. Para alguns, esse novo modelo pode trazer vantagens: mais conforto e flexibilidade de horários. Porém, é necessário estar com o desempenho das habilidades cognitivas em dia para absorver os conteúdos da melhor maneira e não se deixar levar pelas distrações diárias.
Classes remotas exigem autodisciplina, autocontrole, concentração, atenção e raciocínio lógico. Na visão de Solange Jacob, diretora acadêmica do método Supera, essas são capacidades cognitivas e socioemocionais as quais podem ser desenvolvidas a partir de exercícios cognitivos.
“Nosso cérebro é um órgão muito plástico, ou seja, modificável. Nós sempre usamos todo o potencial cerebral, mas é possível ampliar seus recursos se desenvolvermos mais conexões neurais e torná-las mais acessíveis. Quanto mais evoluímos novos circuitos, mais recursos teremos para resolver desafios. Para isso, a prática de ginástica para a mente é muito efetiva. Trata-se de instigações as quais trazem novidade e variedade, com grau de dificuldade crescente”, afirma.
Sair do piloto automático
Quando provocamos o encéfalo saindo do piloto automático, por meio de atividades como escrever com a mão não dominante, jogos, exercícios cognitivos ou o ábaco, estimulamos a construção de sinapses e melhoramos a qualidade das conexões. Dessa maneira, potencializamos aptidões como memória, concentração, raciocínio e criatividade, essenciais para ter bons resultados nos estudos em casa.
No Brasil, essas execuções são oferecidas de forma metodizada pela rede de escolas do Supera. “Esse tipo de exercício visa tornar o cérebro mais ágil e flexível, no sentido de ampliar as possibilidades na busca de caminhos diferentes para a realização das ações cotidianas. Para crianças e jovens, as atividades podem ser incluídas na rotina de forma lúdica, mas desafiadora”, diz Solange.
A aluna do método, em Recife (PE), Eduarda Luiza, de nove anos, conta como a experiência tem sido essencial para melhores resultados em sua rotina de estudo. “Desde quando entrei, criei uma boa memória, sou mais concentrada. Antigamente não podia ouvir um barulhinho sequer, já perdia toda a minha concentração, agora não mais. Sinto o meu cérebro muito mais saudável e forte”, diz a participante.
Dicas
Veja as dicas essenciais fornecidas por Solange para melhorar a concentração e a atenção:
- Observe o movimento ao seu redor: antes de tudo, faça uma auto-observação. Avalie sua reação diante de uma tarefa complicada, quanto tempo leva para solucioná-la e, principalmente, com qual frequência perde a concentração. Mensagens, notícias, e-mails, telefonemas, redes sociais, conversas paralelas ou até mesmo os próprios pensamentos os quais insistem em invadir a cabeça.
- Bloqueie os estímulos: feche a caixa de entrada, desligue o smartphone e fique offline nas redes sociais por um determinado período. Além de conseguir terminar suas atividades, será possível observar quais fatores tiram sua atenção. Você notará: vai te sobrar mais tempo. O ser humano é, por instinto, curioso. Se o celular toca ou chega um novo e-mail, faremos o possível para saber o assunto. Então, estabeleça suas prioridades a cada momento.
- Determine quais coisas merecem sua atenção: defina uma meta para seu foco. Comece o dia pensando quais tópicos vão exigir mais horas e cuidados. Priorize e tenha essas atividades como seu objetivo para concentração.
- Use o período mais produtivo a seu favor: cada pessoa produz mais em determinado período do dia. Aproveite essas horas de pico de criatividade e produção e não as desperdice resolvendo outras tarefas as quais podem esperar.
- Quebre a rotina com música: a ciência já provou ser possível trabalhar ou estudar enquanto você ouve sua playlist favorita. Isso pode trazer sensação de bem-estar e faz com os períodos de concentração e distração serem alternados, evitando uma rotina cansativa. Contudo, lembre-se: a trilha sonora deve ser conhecida, pois a intenção é relaxar e não permanecer envolvido demais com a música.
- Organize o ambiente: por um lado, mesas desorganizadas podem ser aliadas na busca pela inventividade, mas se o seu alvo é concluir as tarefas, a dica é manter a superfície organizada. Isso acontece porque o sistema nervoso tende a se espelhar no ambiente externo.
- Forneça energia para o corpo e para o cérebro: uma dieta balanceada também é importante. Comer muitas fibras e quantidades moderadas de gordura e proteína faz seu corpo gastar mais tempo na digestão. Isso direciona a energia para o seu cérebro em um fluxo constante e moderado, melhorando a performance e a capacidade de atenção e concentração a longo prazo.
- Saiba a hora de dar uma pausa: para a neurociência, o cérebro consegue se manter concentrado em uma determinada tarefa no período máximo de 50 a 60 minutos. A dica é estudar durante esse tempo e depois fazer uma pequena pausa de 10 minutos. Dessa forma, as áreas em atividade “descansam” para a próxima jornada.
Conte com o Nube e boa sorte! O que você faz para melhorar sua concentração?