Muitos ainda confundem a ideia de ser chefe com o conceito de ser um líder. A forma de gerenciamento das companhias sofreu alterações e atualmente o foco principal está nas pessoas e não apenas em processos. Por isso, autoridade não é mais sinônimo de poder e vale a pena investir na motivação e engajamento dos profissionais.
Para Penha Pereira, economista e gestora de carreira, quem se contenta com o título de patrão possui uma visão pequena e individualista. “Essa pessoa está pensando somente em si próprio, nunca no grupo e nas práticas capazes de trazer vantagens para o alcance de metas”, afirma.
Para a especialista, esse tipo de comportamento jamais trará motivação às equipes, pelo fato das pessoas envolvidas não se sentirem partes atuantes em um projeto ou em um empreendimento. “Como não se enxergam protagonizando o processo, os funcionários se sentem apenas partes operantes dele. É como se estivessem seguindo instruções em uma linha de produção em massa, não sendo estimulado a gerar valor agregado, a criarem soluções, a discutirem ideias e inovarem”, comenta Penha.
Por isso, algumas posturas devem ser adotadas para se tornar um verdadeiro representante.
Olhar para o outro
É importante estar atento aos acontecimentos relacionados a quem você gerencia, mostrando interesse genuíno em saber quais são as circunstâncias de cada colaborador e como se sentem em relação a seu trabalho. Além disso, o líder também precisa estimular a relação cooperativa entre os indivíduos de uma mesma equipe. “Assim, forma-se um time forte, coeso, com um único objetivo e com atuações individuais vibrantes”, sugere a economista.
Não tenha medo de errar
O gestor não deve ter medo de perder profissionais e sim em deixá-los na zona de conforto. “Onde há empreendedorismo na comodidade? Uma boa administração é marcada pela busca incansável do novo, da criação e da aquisição de conhecimentos. Torne desafiante seu próprio trabalho e o de seus liderados, assim se desenvolvem de forma autônoma”, destaca Penha.
Autoridade vs Incentivo
Respeito é essencial para qualquer relação no ambiente corporativo e não seria diferente com o papel dos líderes. “Não se impõe apreço pela força, coerção ou medo. Não faça seus funcionários trabalharem para você e sim atuarem com você. Escute, mostra-se inclinado e flexível a novas ideias, sem deixar de ser firme e mostrar claramente as necessidades do grupo”, aconselha.
Penha ressalta, um líder além de gerar o resultado esperado, consegue contribuir para a evolução das pessoas e o bem estar coletivo, assim gera uma transformação verdadeiramente eficaz e positiva. “Se não estiver claro a importância da evolução de seus contratados, jamais conseguirá fazer a organização experimentar uma inovação positiva”, afirma.
Os 5 Cs
A estratégia “5Cs” é utilizada pela head de soluções da consultoria People Strategy, Célia Costa, para uma liderança mais efetiva. O conceito levanta as cinco principais características necessárias para uma boa gestão:
Comunicação: segundo Célia, é importante manter diálogo constante com a equipe de forma clara e é fundamental para reconhecer necessidades e dificuldades.
Compartilhar: dividir os erros e acertos, sempre com clareza, é indispensável para o alinhamento do time frente aos desafios. “A ideia aqui é estabelecer reuniões diárias com os colaboradores. Investir em ampliar essas conexões faz toda a diferença”, sugere a especialista.
Cooperar: criar equipes multidisciplinares para diferentes tarefas pode ser ótimo diante do atual cenário. “Testando novos formatos conseguimos insights e melhores soluções”, diz Célia.
Confiança: a consultora alerta ser imprescindível entender como as pessoas operam. Confiança e clareza de todos os lados são necessárias para um fluxo operacional transparente e realmente efetivo.
Cumplicidade: construir o sentimento de equipe e a responsabilidade do grupo é o cenário ideal para um trabalho bem alinhado.
E você, se considera um chefe ou um líder? Acompanhe as matérias e conteúdos do Nube para se destacar e adotar práticas positivas em sua corporação.