Como conter a crise e preservar toda a cadeia de valor da sua empresa? Com algumas cidades programando a reabertura pós distanciamento social, um desafio para as corporações é preparar a retomada e reconhecer as chances com os diversos envolvidos. Nesse cenário, desenvolver uma coordenação tática voltada a este “novo normal” é decisivo.
Conforme a psicóloga e consultora organizacional Léia Wessling, conselheiros de administração, CEOs e executivos vinculados à estratégia precisam alinhar seu mindset em torno da retomada e das oportunidades. Autora do Livro “Mindset - Liderança Estratégica”, ela destaca os cinco elementos-chave neste processo.
1. Pipeline da liderança
A amplitude de responsabilidades da gerência é mais sentida e vivenciada durante e após a crise. A gestão de stakeholders é somada a de pessoas. Assim, o espectro da administração tende a sofrer um alargamento significativo, diminuindo o distanciamento com quem forma a rede de relacionamentos da companhia. No novo normal, todos vão para a mesa de reuniões mais frequentemente e os impactos sofridos por um são rapidamente sentidos e apoiados pelos demais.
2. Confiança
Tão importante quanto os produtos e serviços da organização é quem ela é. Por isso, os pronunciamentos e atitudes das lideranças empresariais passam por uma avaliação rápida de seus colaboradores, parceiros, consumidores e clientes. Atualmente, não há com proteger sua reputação, apenas viver a sua integridade. Propósito, valores e relevância se tornam ainda mais importantes.
3. Intenção estratégica
Os cenários incertos trazem dúvidas e novos questionamentos para a diretoria. Processos de formulação e planejamento estratégico passam a se pautar na visão de seus stakeholders. Chats, diálogos abertos e interferências externas ao seu usual planejamento devem ser incorporados ao pensamento dos coordenadores.
4. Tomada de decisão
As definições centralizadas recebem cada vez menor credibilidade e confiança, pois os espaços de participação e colaboração estão se ampliando com grande velocidade. Resoluções as quais privilegiam o ganha-perde serão, cada vez mais, identificadas e rejeitadas. A tomada de decisão é continuamente revisitada enquanto novas pessoas e variáveis vão se integrando aos fatos. Não há constância no novo normal, exceto a da reinvenção constante.
5. Metas e resultados
Conquistas econômicas representam triunfos sociais e ambientais. Se não for desta maneira, o sistema entra em colapso. O mundo sistêmico, existente desde a origem do universo, vem pressionando as lideranças a fortalecerem suas conexões e compartilharem mais amplamente seus resultados e vitórias. Não se trata de escolher entre isso ou aquilo, mas de integrar os elementos para um benefício comum. Se um perde, todos são prejudicados. Quais coisas estamos dispostos a deixar e a ganhar juntos?
Engajamento
Para garantir bons resultados, as mudanças no mercado também exigem formas modernas de gerenciamento. Elas devem ser capazes de engajar seus times, mesmo para quem permanecerá atuando a distância. É preciso ainda manter canais de comunicação ativos e transparentes, assumir a fragilidade do momento e, principalmente, confiar e prezar por suas equipes.“O maior desafio é conseguir motivar os times, ainda mais em um momento tão delicado para a sociedade em geral. Por isso, os diretores devem ter consciência da importância de exercerem seu papel com empatia”, afirma Helena Costa, psicóloga na Clínica do Ser, em Brasília (DF).
Conte com o Nube e boa sorte!