Devido à disseminação do coronavírus, estamos passando por um período de distanciamento social com diversas mudanças em nossos hábitos rotineiros. Essa situação pode ser extremamente estressante e, consequentemente, prejudicial à saúde mental. Como lidar com isso?
Para quem entrou no regime de home office, as palavras de ordem são: foco e disciplina. Entretanto, nesse momento é difícil manter-se centrado em face de diversos fatores, como a possibilidade de recessão, os filhos em casa por causa das escolas fechadas e o próprio confinamento. Tudo isso interfere na performance laboral.
Na visão do Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico, a crise de saúde pública impõe alterações importantes no dia a dia dos indivíduos, principalmente com relação às ações fora de casa. Trabalhar, encontrar alguém e ir à academia são situações capazes de criar estímulos os quais ajudam a distrair a cabeça.
“Logo, ficar sem essas atividades faz a mente ser menos estimulada, fator o qual somado às incertezas sobre o futuro e as consequências da pandemia, pode causar grande ansiedade, principalmente em quem já tem predisposição ao problema”, explica.
Cartilha orientadora
Para auxiliar a população a manter a saúde mental e usar o período de quarentena para seu desenvolvimento pessoal, interpessoal e social, professores do Grupo de Avaliação Psicológica do Potencial Humano da PUC-Campinas lançaram uma cartilha. O conteúdo intitulado “Criatividade e saúde mental em tempos de Pandemia” está disponível na Internet. Com uma série de orientações, teve apoio da Associação Brasileira de Criatividade e Inovação (CriaBrasilis).
Segundo a Profa. Dra. Solange Muglia Wechsler, coordenadora do projeto, o objetivo foi colocar à disposição da população os resultados de uma sucessão de investigações desenvolvidas na universidade. “A instituição é o maior centro de pesquisa sobre criatividade no Brasil, é a escola onde mais se estuda o tema. Com a cartilha, estamos levando alguns resultados desse trabalho para a sociedade”, afirma.
O material divulgado tem algumas perspectivas. Uma delas é a questão pessoal, de como os indivíduos podem aproveitar esse período para se conhecer mais e desenvolver suas habilidades. Outra é nas relações interpessoais, principalmente o convívio com crianças e idosos. Uma terceira é nas relações sociais, com o fortalecimento da necessidade de cooperação e auxílio.
“Este momento precisa ser visto como um desafio. A engenhosidade sempre busca alternativas, saídas e superação das dificuldades. É o período de descobrir suas habilidades e se dedicar a elas”, diz a professora. Ela ainda ressalta: todas as pessoas são inventivas e podem se desenvolver em diversas áreas, como da culinária, fotografia, pintura, escrita, artesanato etc. Outro exercício criativo proposto é o de projetar dez anos à frente, em 2030, e escrever sobre o ocorrido neste momento de pandemia, as ações pessoais para superar a crise e se desenvolver.
Sobre a relação com os infantis, Solange lembra: este é um período muito importante para eles. “É o momento de os adultos aproveitarem o maior tempo com elas para prestar mais atenção e estimular a inventividade e as emoções das crianças com quem convivem”, diz. Com os idosos, essa coabitação também é importante.
Nas relações sociais, a docente destaca a importância de mudar e deixar de lado o foco somente nos interesses pessoais, percebendo nossa importância para outras pessoas, próximas ou não, e para a sociedade em geral.
Conte com o Nube e boa sorte!